Segundo o estudo, que é tema da capa da publicação, os pássaros com melhores capacidades de voo tendem a pôr ovos com forma assimétrica ou de elipse.
"As variações de tamanho e de forma dos ovos de diferentes espécies de aves não é aleatória, mas está relacionada com diferenças de ecologia, em particular o grau de adaptação de cada espécie à atividade de voar", afirma, citado num comunicado da universidade norte-americana de Princeton, Joseph Tobias, investigador do Imperial College de Londres e um os co-autores do estudo.
A investigação sugere, adicionalmente, que a membrana do ovo, não a casca, está na origem da diversidade de formas dos ovos. Sem a casca, o ovo continua a conservar a sua forma.
O estudo internacional propõe ainda que o processo evolutivo que resultou na capacidade de voo resultou também na redução do tamanho do corpo das aves, sobretudo da cavidade abdominal, e que a forma dos ovos é otimizada para conseguir o maior volume possível ocupando o menor espaço possível.
De acordo com os investigadores, a descoberta de que constrangimentos morfológicos associados à ação de voar contribuem para a forma dos ovos, questiona a ideia prevalecente de que a forma dos ovos das aves seria determinada pelo número habitual de ovos em cada postura ou pela localização dos ninhos.
Para chegar a estas conclusões, uma equipa internacional de investigadores usou ferramentas de ciência computacional, biologia comparativa, matemática e biofísica, precisa o comunicado da universidade de Princeton, que participou no estudo.
A amostra analisada incluiu cerca de 50.000 ovos de 1.400 espécies de aves de todo o mundo, cujas fotografias constam de uma base de dados 'online' do Museu de Zoologia de Vertebrados de Berkeley, nos Estados Unidos.
Os ovos foram recolhidos em grande parte por naturalistas no final do século XIX e no início do século XX.
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