Provocador sem o intuito de chocar, ficou conhecido pela estética vanguardista dentro do fado nos anos 90. Zangou-se com a indústria musical e abandonou o país. Depois de vários anos em silêncio, confessa que sentia falta do palco, que considera sagrado. O responsável, em parte, pelo seu regresso é Fernando Ribeiro, dos Moonspell, a quem diz dever toda a confiança que tem depositado em si. A preparar novo disco, sobe ao palco no Festival Vodafone Mexefest onde promete apresentar material novo, "o prenúncio do que aí vem". E, desta vez, "está para ficar".
Paulo Bragança começou a sua carreira em 1986 e gravou o primeiro disco em 1992: “Notas sobre a Alma". O álbum “Amai”, de 1994, viria a ter repercussão internacional, chegando a integrar o catálogo da editora de David Byrne, a Luaka Bop. Apelidado pela imprensa internacional de “fadista punk”, Paulo Bragança foi uma das caras mais identificativas de uma nova fase da história do fado. Em 2006, sai de Portugal e “exila-se” em Dublin.
Porque é que estivemos tanto tempo sem ouvir falar de Paulo Bragança?
Estive onze anos fora de Portugal. Quando saí do país, não tinha a mínima ideia de que a minha ausência viria a ter esta duração. Foi como tem sido tudo na minha vida: sem haver um cálculo, sem uma preparação interior. Foi uma saída in extremis. Não aguentava mais nada, nem a mim nem ninguém. Até costumo dizer que isto foi um self-inflicted exile [exílio auto infligido]. Há aquelas alturas da vida em que não se quer nada. Fui para Londres, não gostei. Estive por outras paragens e acabei por ficar em Dublin.
Durante esse período alguma vez regressou a Portugal?
Durante seis anos nunca vim a Portugal, nem mantive contacto com ninguém. Cheguei a esquecer-me do meu próprio nome. As pessoas não sabiam que tinha cantado, dançado... Era mais um ser humano como outro qualquer no meio da multidão. Sem pretensões algumas, nem de viver. Era um corpo. Um corpo inanimado.
Nem com a família ou amigos manteve contacto?
Não, de todo. Fiz mesmo questão que isso não acontecesse. Até poderia ter feito um outro telefonema, mas não quis.
E a música, continuava a fazer parte da sua vida? Cantava?
Durante seis anos, a música e o Paulo Bragança não faziam parte de nada. Nunca disse a ninguém que cantava. Só uma vez é que o referi, quando fui convidado para entrar num filme. Aí falei sobre isso.
Que filme era?
Era uma curta metragem. E não podia ter tido um papel mais adequado, a história de um palhaço completamente ostracizado. Aquilo é uma trágico-comédia mas com uma crítica mordaz a toda a sociedade. O filme está disponível hoje online, chama-se "Henry and Sunny".
Durante seis anos nunca vim a Portugal, nem mantive contacto com ninguém. Cheguei a esquecer-me do meu próprio nome
Não foi a sua estreia em cinema; em Portugal já tinha participado num filme do João Botelho.
Sim. E era para participar num filme do João César Monteiro, mas entretanto ele faleceu. O convite do João César Monteiro surgiu quando ainda estava a terminar o "Tráfico".
Mas nunca ninguém descobriu a sua música? Bastava colocar o seu nome no Google.
Depois descobriram...
Depois?
Claro. Pela primeira vez, disse: 'googlem' este nome. Nunca tinha acontecido antes. E surgiram de facto perguntas, mas eu esquivava-me.
O que é que dizia?
Nada, sorria. Às vezes, por pura diversão, ia a noites de microfone aberto em alguns pubs e cantava. Como cantava muitos temas gaélicos, canções tradicionais, havia gente que acreditava que era irlandês. Eu prontamente dizia que não.
Escolheu fixar-se em Dublin, porquê?
Dublin é uma terra onde o céu se agarra com as mãos. Com um tempo muito escuro, muito peculiar. Não tive foi uma receção muito agradável, não por culpa de ninguém, que fique explícito. E não me entendam mal, que isto até pode parecer ridículo, mas eu não sabia o que era um hostel. Arranjei um sítio por 62 libras e lá fiquei; qual não é o meu espanto quando entro no dormitório e era um sítio com dezoito beliches. Nem queria acreditar. Levava uma pequena mala, documentos e algum dinheiro. E fui logo roubado. De modo que os primeiros tempos foram difíceis. O que me ajudou foi a música, a música que estava presente em todo o lado: nas ruas, nos bares... tocam e cantam muito bem, a qualquer hora do dia. Sem quaisquer pretensões artísticas - isso era o que mais me agradava. É cultural. Isso começou a prender-me a Dublin.
Mas antes de chegar a Dublin ainda teve uma passagem pela Roménia...
O contacto com a Roménia começou há muitos anos, anos antes de sair de Portugal. Quando me chegou às mãos o único dicionário que existe de romeno em Portugal, Romeno-Português. Tive-o quando tinha dezasseis anos, por um amigo que, como eu, também era um rato de biblioteca. Fiquei logo muito interessado pela língua. Em 1996, inclusive, já tinha feito um tema em romeno. Quis passar pela Roménia, mas não para ficar em Bucareste ou nas grandes cidades. Queria estar com os ciganos. A forma que arranjei para ganhar a sua confiança foi cantar. Abriram-me as portas e acompanhei-os durante cerca de dois meses. Gostava de estar com eles pela música, era essa a ligação direta que tínhamos. Na altura não tinha telemóvel ou câmaras fotográficas, porque essa convivência com eles teria dado um documentário.
Voltemos a Dublin, conte-nos como acabou por viver num Castelo.
Por amigos de amigos. Conheci o dono de um Castelo que perto de Dublin. Um sítio que tem mais de 900 anos e que é um monumento nacional, inclusive. Vivi lá cerca de um ano e sete meses, a maior parte do tempo isolado. A aldeia mais próxima ficava a 12 quilómetros e não tinha carta de condução. Mas fazia de tudo para não ir lá, exceto quando me apetecia ir ouvir música ou precisava de me abastecer. O Castelo tinha uma biblioteca imensa, aprendi imenso.
Nesse período estudou filosofia, quando em Lisboa tinha estudado Direito...
Oh, aquilo do Direito foi uma coisa que nem devia ter começado. Sempre fui bom aluno e tinha boas notas. Como não sabia bem o que fazer, acabei por ir para Humanísticas. Direito foi uma coisa que fiz para satisfazer a minha mãe. Mas não acabei, porque comecei a cantar logo por Lisboa fora. Aos 18 anos fiz uma Aula Magna, a convite do presidente da Associação Académica de Lisboa, que na altura era o Paulo Campos. Já em Filosofia [em Maynooth, na National University of Ireland] fiz tudo o que tinha a fazer, só me falta fechar o Doutoramento.
Apesar de estar em Portugal e de me sentir muito bem, a Irlanda será sempre o meu coração maior
E chegou inclusive a ser convidado para dar aulas na Irlanda.
Sim, na faculdade onde estava. Não seria de filosofia, eu iria criar uma cátedra e envolver a filosofia depois. Iria juntar o romeno, o português e o catalão e depois arranjaria uma cadeira onde inseriria a filosofia comum a essas três línguas. Isto resume-se tudo a uma coisa: no princípio era o verbo.
O que é que ainda o prende à Irlanda?
A minha casa, os meus livros e imensos amigos. Tenho imensos, imensos livros.
E a nacionalidade...
Sim, sim. Ao fim de cinco anos a viver na Irlanda, pode-se pedir. Mais ou menos por volta de 2012. Aliás, até tenho de ir lá para tratar de uma burocracia relacionada com isso. Porque a cada dois meses volto lá. Apesar de estar em Portugal e de me sentir muito bem, a Irlanda será sempre o meu coração maior.
Regressou a Portugal em abril deste ano. Porquê só agora?
Isto tudo tem um prazo: tocar um instrumento, tudo bem, mas a voz tem um prazo. Comecei a pensar: se vou dar aulas [na Irlanda], uma licenciatura são quatro anos. Ainda por cima tenho a certeza de que iria adorar. Eu tenho dois amores... [trauteia]. Pensei: é agora ou nunca. Vou [para Portugal]. O que realmente me agarrou — como um sinal que me dizia 'tens de ir' — foi Moonspell.
Do que é que tinha mais saudades?
De cantar. Do palco. De viajar. Dos concertos. Tinha falta dos aplausos. Aliás, tenho um tema que resume essa saudade, "Ultimato a Lisboa": "terias de morrer, Lisboa / como eu morri / para sentires a saudade / que eu tenho de ti". Lisboa foi a cidade que me fez como sou.
Está de volta para retomar o seu lugar no fado ou procura um espaço novo na música?
Não sei o meu lugar. Sei lá se tinha lugar, não sei. Não é por aí. Não estou à procura de reafirmar a minha posição e o meu lugar. Não, não. Antes de mais, cada vez que subo a um palco tenho a certeza que poderá ser a última. Depois, quero estar na música; se é dentro ou fora do fado, não tem importância. Se tivesse dinheiro montava um espetáculo itinerante por todos os sítios onde me apetecesse. De mim para o público, do público para mim. E não era só por Portugal, era por onde calhasse. Fazia-o da forma mais altruísta.
Cada vez que subo a um palco tenho a certeza que poderá ser a última
Em algum momento se zangou com a indústria musical?
Ah, sim. Obviamente. Na altura, quando me fui embora. Espero que hoje esteja diferente. Não é pecado ganhar dinheiro, é legítimo. Não é legítimo é ser-se soberbo e aproveitar-se do trabalho dos outros, e ganhar através de créditos alheios. Isso é que me custa imenso. E se às vezes tinha problemas com certas pessoas que trabalhavam comigo, era porque via coisas com as quais não podia compactuar. Repare, neste momento tenho imenso trabalho. Porque desde o primeiro e-mail até ao momento em que acaba o espectáculo, sai tudo das minhas mãos. Eu sei que não vai ser sempre assim, porque não pode ser. Porque eu não sou o super-homem. Mas uma pessoa quando cuida de um artista, cuida. Não rouba ou se impõe.
Foi isso que aconteceu consigo?
Sim, sempre fui um palerma.
O que é que tentaram fazer que ia contra a sua vontade?
A maneira de falarem ou a forma como impunham determinadas coisas. Não era só comigo, isto era o geral. Se falar com outros artistas, dizem-lhe isso. Eu até fiz muitas coisas que queria porque tinha o Carlos Maria Trindade ao meu lado. Só que depois fiquei "órfão", quando o Carlos foi para os Madredeus. A partir daí foi mais difícil. Havia batalhas. Se fosse manager de um artista poupar-lhe-ia tudo. Basicamente, há uma grande prepotência e tem de se atribuir o seu a seu dono. Por isso é que há cada vez mais músicos a ganharem a sua independência, em vez de colocarem tudo nas mãos de uma multinacional, que vai buscar dinheiro aos direitos de autor e aos concertos, que não oferece nada e até pode colocar numa gaveta.
Ser fadista é cantar ao fado, à vida. Estou farto de dizer isto: Nick Cave ou Leonard Cohen são fadistas.
Isto pesou na sua saída de Portugal?
Sim, bastante. E depois surgiram boatos. Mas eu não sou nenhum santo, atenção. Resumindo: managers são legítimos, agentes são legítimos. A indústria tem de existir. Mas tem de estar tudo em harmonia, não é descaradamente e despudoradamente servirem-se e depois deitarem fora como quem se desfaz de um kleenex ou mesmo um preservativo usado.
Sente-se fadista ou alguém que canta o fado?
Fadista. O cantar o fado é só um pormenor sem a mínima importância. Ser fadista é cantar ao fado, à vida. Estou farto de dizer isto: Nick Cave ou Leonard Cohen são fadistas. O fado enquanto forma musical e de estar, tudo bem. Mas o sentimento não é português, é humano. A língua é portuguesa. Porque com isso é que as pessoas se encantam. Eu sou fadista por condição, sempre fui assim, desde que me conheço.
Como começou a cantar?
O meu pai toca guitarra portuguesa. Era um coimbrão de primeira, andava sempre em tertúlias e a organizar espectáculos. Mesmo quando vivíamos em Angola. E em minha casa sempre se ouviu muita música, em especial fado. Tenho tias que cantam belíssimamente e os meus avós também tocavam instrumentos. Lembro-me de fazer testes psicoténicos no 12º ano, que repeti duas vezes para que não houvessem dúvidas, e o psicólogo disse logo 'este miúdo deve é ir estudar música'. Não lhe ligaram muito, mas estava mais do que visto que era por aí.
Para além dos familiares, que outras influências tem? E ídolos?
Gosto de várias coisas, mas ídolos não. Gostava de ter tomado um café com o Ian Curtis ou com a Édith Piaf.
Onde é que se sentia mais confortável, em Alfama ou no Bairro Alto?
No Bairro Alto. Nos anos 80 e 90 o Bairro Alto era muito importante. Só entrar dentro daquelas ameias já era uma transgressão. E tudo isto que vivemos hoje é fruto desses anos em que Lisboa era a preto e branco. Se Madrid teve uma movida imortalizada pelos filmes do Almodóvar, em Lisboa viveram-se coisas incríveis, só nossas e muito mais autênticas. Do Frágil à Barraca. Tantas coisas nasceram ali.
O que queria era poder surpreender, não era chocar
Bragança não é o seu último nome. Porque é que o escolheu como nome artístico? Qual é o seu último apelido?
Há uma parte da minha família que tem raízes em Bragança, o nome vem daí. O meu último apelido é Carvalho. E Paulo de Carvalho já existia um. Não podia ser, não era? Se bem que ainda podia ter escolhido outros, porque tenho sete [apelidos]. Não foi preciso, escolhi o Bragança. Aliás, podia ter escolhido três nomes, mas a editora na altura não me deixou.
O álbum “Amai”, editado em 1994, causou polémica no meio mais tradicional do fado. O que chocava?
Não sei, digo-o com toda a honestidade. Simplesmente, eu e o Rui Vaz fizemos aquilo de uma maneira que traduzia o que sentíamos. Achava que não estava a defraudar o fado, mas sim a enriquecê-lo. Imagine se, no rock, tivessem todos cantado de forma igual ao que os Beatles faziam. Onde é que estaríamos hoje? O que é que chocava? Sei lá. O que queria era poder surpreender, não era chocar. Fi-lo com toda a dedicação e veracidade. Está lá tudo o que é humano. Se chocou não era essa a intenção, não me sinto menos fadista por causa disso.
Como olha para o fado hoje?
Pelo menos, gente não falta. A nível de músicos, novos guitarristas, há uma classe muito boa. Muito dedicados, trabalham bastante e estão muito abertos. Mas não são só rosas, atenção. Há também muito desencanto.
Para mim o palco é uma necessidade
Diz que o palco é sagrado. É algo sacro-religioso ou é mais do que isso?
Até pode ser pagão. É sagrado no sentido em que se vai ali com um propósito, tem um significado muito especial que nem consigo transmitir. Para mim o palco é uma necessidade. Agora imagine o que é estar onze anos como um pássaro na gaiola, um pássaro com o bico atado.
Ainda canta descalço?
Sim. Embirrei com os sapatos e, um dia, num concerto que dei na Praça de Touros em Cascais subi descalço. Começou assim. Aquilo não caiu nada bem, mas para mim foi a coisa mais natural do mundo. Não há nenhuma razão especial para isso. Mas se não é mais nada, que seja um símbolo de não trazer merda do mundo para o palco, para aquele altar.
Sempre foi provocador, pela forma como se vestia, penteava ou maquilhava. Era olhado de lado por isso, ou sentia algum preconceito?
Sentia, mas era para o lado que dormia melhor. Desde criança sempre tive problemas com a questão do género, da forma como tratavam o menino e a menina. Simplesmente não fazia diferença entre uma coisa e outra, tratava ambos da mesma maneira. No palco, era impensável usar fato e gravata. Não ia para uma repartição pública. Sou um artista, tenho de me expressar. Nunca tive um consultor de imagem ou alguém a dizer-me como deveria fazê-lo. Agora, ouvia bocas.
O que é que ouvia?
Coisas desagradáveis, não lhe vou dizer. Digo-lhe uma coisa, a mim não me afectavam absolutamente nada. Mas chegaram a fazer-me outras patifarias, como colocar-me tinta nos sapatos. E outras coisas que nem lhe conto.
Mas quem é que fazia isso?
Os próprios músicos. Não os meus, outros. Não era a minha equipa.
Fiz imensos excessos contra mim próprio. Sem querer chocar as pessoas, o que eu queria era arranjar uma forma de morrer.
Isso em algum momento o condicionou?
Não ficava muito contente, claro. Mas tornava-me mais consciente das coisas.
Cometeu alguns excessos ou teve vícios?
Cometi, sim. Fiz imensos excessos contra mim próprio. Não o fiz porque andava a divertir-me. Sem querer chocar as pessoas, o que eu queria era arranjar uma forma de morrer. É mais difícil pegar numa faca ou numa arma do que pegar noutra coisa qualquer. Até foi uma cobardia da minha parte.
Está a falar de droga.
Pois. Claro que cometi excessos. Hoje isso já não me diz nada, não procuro e não quero. Como comecei, também acabei.
Alguma vez sentiu que precisava de ajuda?
Sim, de amigos. Mas a pessoa é que tem de se ajudar a si própria. Esqueçam as clínicas que isso é só um negócio. O facto de me ir embora, para além das outras razões que já referi, esteve também relacionado com isto.
Vem aí novo disco. O que podemos esperar? E quando é que o poderemos ouvir?
O primeiro material pode ouvir-se já no final deste mês, digitalmente. Vão ser três discos, uma trilogia. Para já estou a terminar o EP. É agora a altura, tem de ser.
Foi convidado no novo disco dos Moonspell, cantado na íntegra em português. Como é que surgiu a colaboração? O Fernando Ribeiro é também um fadista?
Claro que é. Se olharem bem as letras que escreve e para a pessoa que ele é. Ele mais que ninguém foi o impulsionador [do regresso a Portugal]. Já nos conhecíamos circunstancialmente, mas há muitos anos que não nos víamos. Depois fez-me um convite. Ainda na Irlanda, estávamos muito tempo ao telefone. O Fernando deu-me muito apoio. Quando ele escreveu o "In Tremor Dei", fê-lo com o desejo de ser cantado também por mim, não sabendo onde eu estava ou se estava a cantar. Por fim, mandou-me um e-mail. O Fernando é um príncipe. Ele é uma peça fundamental da minha própria existência. Devo-lhe toda a confiança que tem depositado em mim. Não é um amigo, é mais do que isso. Falo do Fernando, mas todos eles são diamantes. Os Moonspell começaram na mesma altura em que comecei a cantar, ouvia-os todos os dias à semelhança dos Bizarra Locomotiva e Blasted Mechanism. Era a minha receita diária.
O Fernando é um príncipe. Devo-lhe toda a confiança que tem depositado em mim.
Depois deste regresso já pisou palcos tão díspares como o do Bons Sons, Entremuralhas e Caixa Alfama. Como foi voltar?
Foram todos díspares, compare o Caixa Alfama com o Entremuralhas. No Bons Sons quem estava na sessão de autógrafos eram só crianças, vieram por influência dos pais. Traziam fotografias e livros. Imensas coisas que nem sabia que existiam.
E do concerto no Vodafone Mexefest, o que podemos esperar?
Basicamente vou apresentar material novo, é um prenúncio do que aí vem.
Paulo Bragança está de volta, e desta vez para ficar?
Ah, sim. Estou como digo num outro tema: “o Tejo já me levou as mágoas e as águas todas”. Estou para ficar.
* Créditos da fotografia de destaque: Luís Carvalhal / Museu do Fado
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