O piso zero do edifício da Alfândega do Porto encheu-se na noite de quinta-feira noite para ver os desfiles de Carla Pontes, que apresentou a sua 13.ª coleção, e de Susana Bettencourt, que revelou várias técnicas de malhas modernas na coleção primavera/verão 2019 “Resilient Individuality”.

Em declarações à Lusa, depois de apresentar “Corpo”, Carla Pontes destacou o algodão como a matéria-prima eleita nesta coleção para a estação quente, que apareceu transformado em “estrias” e “cicatrizes”, e do qual também sobressaíram peças versáteis, cores fortes, como a tangerina e o azul e cobre, e várias aplicações plásticas.

A coleção “Corpo”, com inspiração no universo e desenho do artista austríaco Egon Schiele (1890-1918), revela vestuário com peças intemporais para usar num contexto citadino, com tiras reguláveis e abotoamentos incomuns para construir coordenados cada vez mais pessoais e intransmissíveis para reforçar a identidade de quem os usa.

Com a coleção “Resilient Individuality”, Susana Bettencourt quer mostrar que a individualidade vem “de múltiplos lugares”, que “deve ser respeitada” e que se deve ser “resiliente, mas gentil”.

Assim, na passarela passaram coordenados com várias técnicas de malhas a celebrarem a multiculturalidade, bem como a preocupação com os direitos humanos, racismo, feminismo, entre outros problemas da vida social.

A coleção de Susana Bettencourt mostra que as malhas estão para ficar e ser usadas de formas variadas e cruzadas, tal como as culturas se podem todas entrecruzar e combinar entre si, sem distinção de género, sem racismo e sem homofobia.

O primeiro dia da 43.ª do Portugal Fashion ficou também marcado por mais de uma dúzia de desfiles no espaço ‘Bloom’, uma plataforma dedicada aos jovens ‘designers’ portugueses que estão a estudar e onde o denominador comum é a total liberdade para a experimentação.

Ao longo da manhã e de toda a tarde, o público pôde apreciar coleções inspiradas no Holocausto, como a coleção de Diana Soares, inspiradas na criação do mundo segundo a visão bíblica, como a coleção de Pedro Rocha, ou inspiradas na bailarina e coreografa Pina Bausch, como fez a jovem ‘designer’ Daniela Pereira.

Neste primeiro dia de Portugal Fashion, há a registar a particularidade de o evento se ter deslocado durante cerca de três horas para as novas instalações do grupo Cães de Pedra, em Vila do Conde, onde as marcas de vestuário Decenio e Lion of Porches apresentaram as suas novas coleções primavera/verão 2019.

As duas marcas portuguesas são as únicas nesta edição do Portugal Fashion a apresentar as suas coleções fora da Alfândega do Porto e deram a oportunidade ao público para conhecer uma estrutura fabril modelar com cerca de "30 mil metros quadrados de área coberta", e onde se destacaram coordenados com inspiração da vida mediterrânica, no caso da marca Decenio, e de inspiração náutica, no caso da Lion of Porches.

O evento de moda encerrou com uma tenda montada na passarela durante o desfile da TM Teresa Martins, o último desfile da noite, mas o Portugal Fashion continua até sábado, dia que encerra com o desfile do criativo Júlio Torcato.

Esta edição prevê que ao longo dos três dias decorram 35 desfiles de vários criadores e marcas nacionais, com destaque para a estreia da dupla Marques’Almeida, além das apresentações da marca Sophia Kah, Carlos Gil, Diogo Miranda, Estelita Mendonça, Hugo Costa, Luís Buchinho, Luís Onofre, Miguel Vieira, Katty Xiomara, Nuno Baltazar e Storytailors, entre outros.

O Portugal Fashion é um projeto da responsabilidade da Associação Nacional de Jovens Empresários, desenvolvido em parceria com a Associação Têxtil e Vestuário de Portugal, e é cofinanciado pelo Portugal 2020, no âmbito do Programa Operacional da Competitividade e Internacionalização – Compete 2020, através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.

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