Há uns anos, recebi via email uma proposta de uma empresa que oferecia um serviço novo a quem estava preocupado com o papel que desempenhava na destruição do planeta. Por um determinado preço, a empresa, Climeworks, limparia do ar as emissões de carbono dos subscritores e depois injetaria o CO2 no subsolo, onde o gás endureceria e se transformaria em pedra.
«Porquê transformar CO2 em pedra?», perguntava o email. Porque a humanidade já emitiu tanto carbono «que temos de o retirar fisicamente da atmosfera para manter o aquecimento global em níveis seguros». Subscrevi de imediato o serviço, tornando-me uma suposta «pioneira». Todos os meses, a empresa enviava-me um email — «a sua subscrição renovar-se-á em breve e continuará a transformar emissões de CO2 em pedra» — antes de me cobrar a mensalidade. Ao fim de um ano disto, decidi que estava na altura de visitar as minhas emissões, uma manobra reconhecidamente irrefletida que fez com que aumentassem ainda mais.
Se bem que a Climeworks esteja sediada na Suíça, as instalações onde se transforma ar em rocha ficam no sul da Islândia. Assim que cheguei a Reiquiavique, aluguei um carro e rumei a leste pela estrada que circunda o país. Passados dez minutos, já tinha deixado a cidade para trás; ao fim de vinte, já tinha passado os subúrbios, avançando a bom ritmo por um antigo campo de lava.
A Islândia é essencialmente um imenso campo de lava. A ilha está empoleirada na Dorsal Mesoatlântica e, à medida que o Oceano Atlântico se expande, vai sendo puxada em direções opostas. Uma fissura orlada de vulcões ativos percorre o território na diagonal. O meu destino era um lugar perto dessa fissura: uma central geotérmica de 300 MW conhecida como Hellisheiði Power Station. A paisagem parecia ter sido pisoteada por gigantes e depois abandonada. Não havia árvores ou arbustos, apenas tufos de erva e turfa. Pedregulhos quadrangulares negros formavam amontoados.
Quando cheguei à entrada da central, o ar estava coberto de vapor e tresandava a enxofre. Pouco depois, aproximou-se um carro pequeno e engraçado, pintado de cor de laranja vivo. Dele apeou-se Edda Aradóttir, gestora executiva da Reykjavík Energy, proprietária da central. Aradóttir é loura, tem o rosto redondo, usa óculos e, naquele dia, tinha o cabelo comprido preso na nuca. Estendeu-me um capacete e colocou também ela um.
No que a centrais energéticas diz respeito, as geotérmicas são consideradas «limpas». Em vez de queimarem combustíveis fósseis, produzem energia a partir de vapor ou bombeando água superaquecida do subsolo, razão pela qual costumam encontrar-se em zonas vulcanicamente ativas. Apesar disso, como Aradóttir me explicou, também estas centrais produzem emissões. A água superaquecida acarreta, de forma inevitável, gases indesejados, como o sulfureto de hidrogénio (responsável pelo fedor) e dióxido de carbono. Na verdade, no pré-Antropoceno, os vulcões eram a principal fonte de CO2 na atmosfera.
Há cerca de uma década, a Reykjavík Energy elaborou um plano para tornar a sua energia limpa ainda mais limpa. Em lugar de permitir que o dióxido de carbono se escapasse para o ar, a central de Hellisheiði resolveu captar o gás e dissolvê-lo em água. Depois, a mistura, essencialmente uma água gaseificada em alta pressão, seria reinjetada no subsolo. Cálculos realizados por Aradóttir e outros sugeriam que, nas profundezas da terra, o CO2 reagiria com a rocha vulcânica e mineralizar-se-ia.
«Sabemos que as rochas armazenam CO2», disse-me ela. «São, na verdade, um dos maiores reservatórios de carbono da Terra. A ideia é imitar e acelerar este processo para combater as alterações climáticas.»
Metemo-nos no pequeno carro cor de laranja e dirigimo-nos às traseiras da central. Estava um dia ventoso de final de primavera e o vapor que se elevada dos tubos e torres de arrefecimento parecia incapaz de se decidir sobre que direção tomar. Parámos junto a um anexo revestido com metal e apenso a uma estrutura semelhante a um lançador de foguetões. Um letreiro no anexo dizia: Steinrunnið Gróðurhúsaloft, ou seja, «gás com efeito de estufa petrificado». Aradóttir disse-me que o lançador de foguetões era onde o CO2 da central era separado de outros gases geotérmicos e preparado para ser injetado. Avançámos um pouco mais e deparámos com o que parecia ser um gigantesco ar condicionado colado a um contentor. Um letreiro colocado no contentor dizia: Úr lausu lofti ou «A partir do ar».
Aradóttir informou-me que aquela era a máquina da Climeworks que limpava as minhas emissões — uma fração delas apenas, na verdade — da atmosfera. A máquina, formalmente apelidada de «unidade de captação direta de ar», começou de repente a zunir. «Oh, o ciclo está mesmo a começar», disse ela. «Sorte a nossa!»
«No início do ciclo, o equipamento aspira ar», prosseguiu ela. «O CO2 fixa-se em químicos específicos no interior da unidade de captação. Aquecemos os químicos e isso faz libertar o CO2.» A caminho do local de injeção, este CO2 — o da Climeworks — é adicionado à água gaseificada vinda da central.
Mesmo sem qualquer ajuda, a maior parte do dióxido de carbono que os humanos emitiram iria, mais cedo ou mais tarde, transformar-se em pedra, por meio de um processo natural conhecido como meteorização. Só que «mais cedo ou mais tarde» significa centenas de milhares de anos, e quem é que tem tempo para esperar pela Natureza? Na central de Hellisheiði, Aradóttir e os seus colegas aceleram as reações químicas. Um processo que, de um modo geral, demoraria vários milénios a decorrer é comprimido e desenrola-se no espaço de meses.
Arádottir trouxe um núcleo de rocha para me mostrar o resultado final. O núcleo, com cerca de 6 centímetros de comprimento e uns 5 de diâmetro, era escuro como os campos de lava. Contudo, a pedra negra — basalto — estava crivada de buraquinhos, e estes continham um composto branco e gredoso: carbonato de cálcio. Os depósitos brancos representavam, se não as minhas emissões, as de outra pessoa, pelo menos.
*
Quando é que, ao certo, o ser humano começou a alterar a atmosfera é uma questão discutível. Segundo uma teoria, o processo teve início há 8000 ou 9000 anos, antes do dealbar da História documentada, quando o trigo foi domesticado no Médio Oriente e o arroz, na Ásia. Os agricultores começaram a desmatar terra para a agricultura e, ao abaterem e queimarem mato e florestas, o dióxido de carbono libertou-se. As quantidades envolvidas eram comparativamente pequenas, porém, segundo os defensores desta teoria, conhecida como a «hipótese do Antropoceno precoce», o efeito foi acidental. Em resultado de ciclos naturais, os níveis de CO2 deveriam ter caído durante este período. A intervenção humana manteve-os mais ou menos constantes.
«O início da mudança do controlo do clima exercido pela Natureza para o controlo do clima levado a cabo pelos humanos ocorreu há vários milhares de anos», escreveu William Ruddiman, professor emérito da Universidade da Virgínia e o mais notável proponente de um «Antropoceno precoce»1.
De acordo com uma segunda perspetiva, com um maior número de apoiantes, a mudança só se iniciou verdadeiramente em finais do século xviii, depois de o engenheiro escocês James Watt ter concebido um novo tipo de motor a vapor. O motor de Watt, costuma dizer-se anacronicamente, foi o «pedal de arranque» da Revolução Industrial. À medida que os engenhos movidos a água deram lugar à energia a vapor, as emissões de CO2 começaram a aumentar, no início, devagar, depois, vertiginosamente. Em 1776, o ano em que Watt começou a comercializar a sua invenção, o ser humano emitiu cerca de 15 milhões de toneladas de CO2.2 Por volta de 1800, esse valor tinha aumentado para 30 milhões. Em 1850, aumentara para 200 milhões de toneladas por ano e, no início do século xx, para quase 2 mil milhões. Hoje em dia, estamos perto dos 40 mil milhões de toneladas por ano. Alterámos a atmosfera de tal maneira que uma em cada três moléculas de CO2 que andam no ar foram aí postas por nós.
Graças a esta intervenção, as temperaturas médias globais subiram, desde a época de Watt, 1,1 °C. Isto resultou numa variedade de consequências desditosas. As secas estão a tornar-se mais severas3, as tempestades mais ferozes4, as ondas de calor mais mortíferas. A temporada de fogos florestais tornou-se mais longa5 e os incêndios, mais violentos. O ritmo a que o nível do mar sobe está a acelerar. Um estudo recente publicado na revista Nature afirmava que, desde a década de 1990, o derretimento dos glaciares da Antártida triplicou.6 Outro estudo recente previu que, no prazo de poucas décadas, a maioria dos atóis tornar-se-á inabitável7; tal inclui nações inteiras, como as Maldivas e as Ilhas Marshall. Para parafrasear J. R. McNeill parafraseando Marx: «Os homens fazem o seu próprio clima, mas não o fazem segundo a sua livre vontade.»
Ninguém sabe dizer com exatidão que temperatura o mundo pode atingir antes de um desastre de proporções gigantescas — a inundação de um país populoso como o Bangladesh, por exemplo, ou o colapso de ecossistemas cruciais, como os recifes de coral — se tornar inevitável. Oficialmente, o limiar da catástrofe cifra-se num aumento da temperatura global média de 2 °C. Praticamente todas as nações concordaram com este valor durante uma ronda de negociações pelo clima que decorreu em Cancun, em 2010.
Reunidos em Paris, em 2015, os líderes mundiais reconsideraram. O limite de 2 °C, decidiram, era demasiado elevado. Os signatários do Acordo de Paris comprometeram-se a «manter o aumento da temperatura global média muito abaixo dos 2 °C (…) e a encetar esforços para limitar a subida da temperatura para 1,5 °C».8
Seja como for, o desafio é imenso. Para nos mantermos abaixo dos 2 °C, as emissões globais teriam de descer para quase zero nas próximas décadas. Para evitarmos um aumento de 1,5 °C, as emissões teriam de cair praticamente para zero numa só década.9 Isto implicaria, para começar: reformular os sistemas agrícolas, transformar a indústria, acabar com os veículos movidos a gasolina e a diesel e substituir a maioria das centrais energéticas do mundo.
A captação de dióxido de carbono oferece uma oportunidade de lá chegarmos. Se extrairmos grandes quantidades de CO2 da atmosfera, é concebível que as «emissões negativas» equilibrem as positivas. Talvez seja até exequível atravessar o limiar da catástrofe e depois aspirar carbono suficiente do ar para manter a calamidade à distância, uma situação que se tornou conhecida como overshoot, ou «sobrecarga».
Se é possível atribuir a invenção das «emissões negativas» a alguém, essa pessoa é um físico de origem alemã chamado Klaus Lackner. Lackner, já perto dos 70 anos, é um homem elegante e em boa forma física, de olhos escuros e testa alta. Trabalha na Arizona State University, em Tempe, e foi aí, no seu gabinete, que me encontrei com ele. O gabinete teria um ar completamente despido não fossem uns quantos cartoons da New Yorker sobre o universo nerd da ciência, que, confessou-me Lackner, a sua mulher recortara e emoldurara. Um dos cartoons retratava um casal de cientistas em frente a um enorme quadro branco coberto de equações. «Os números batem certo», diz um deles. «Parece-me é de gosto duvidoso.»
Lackner viveu a maior parte da sua vida adulta nos Estados Unidos. No final da década de 1970, mudou-se para Pasadena para estudar com George Zweig, um dos descobridores dos quarks, e, uns anos mais tarde, foi para o Los Alamos National Laboratory fazer investigação na área da fusão. «Uma parte do trabalho era secreta», disse-me ele, «outra, não.»
A fusão é o processo que alimenta as estrelas e também as bombas termonucleares. Quando Lackner estava em Los Alamos, a fusão era encarada como a fonte de energia do futuro. Um reator de fusão poderia gerar quantidades ilimitadas de energia livre de carbono a partir de isótopos de hidrogénio. Lackner convenceu-se de que a construção de um tal reator estava, no mínimo, a décadas de distância. Algumas décadas mais tarde, o consenso geral é que a existência de um reator viável continua a décadas de distância.
«Dei-me conta, provavelmente mais cedo do que a maioria das pessoas, que a proclamada extinção dos combustíveis fósseis era uma coisa muito exagerada», disse-me Lackner.
Uma noite, no início da década de 1990, Lackner estava a beber uma cerveja com um amigo, Christopher Wendt, que também era físico, e ambos se interrogaram porque é que, como o próprio Lackner me disse, «já ninguém tem aquelas ideias grandiosas e tresloucadas». A pergunta desencadeou mais perguntas e mais conversas (e talvez também mais cervejas).
Os dois amigos elaboraram então a sua própria «ideia grandiosa e tresloucada», que, consideraram, até nem era assim tão tresloucada. Uns anos após a primeira conversa, produziram uma dissertação cheia de equações na qual argumentavam que máquinas autorreplicantes podiam satisfazer as necessidades energéticas mundiais e, mais ou menos ao mesmo tempo, limpar a porcaria que os humanos haviam criado ao queimar combustíveis fósseis. Chamaram às máquinas auxons, do grego αυξάνω, que significa «crescer». Os auxons seriam alimentados por painéis solares e, à medida que se multiplicassem, produziriam mais painéis solares fabricados a partir de elementos como o silício e o alumínio, extraídos do solo. A crescente coleção de painéis produziria cada vez mais energia a um ritmo que aumentaria exponencialmente. Um conjunto cobrindo cerca de um milhão de quilómetros quadrados, uma área tão grande quanto a Nigéria, mas, como Lackner e Wendt realçaram, «mais pequena do que muitos desertos10», poderia satisfazer várias vezes todas as necessidades elétricas do globo.
Este mesmo sistema podia ser usado para limpar o carbono. Um parque solar do tamanho da Nigéria seria suficiente, calcularam eles, para captar todo o dióxido de carbono emitido pelos humanos até àquela altura. Idealmente, o CO2 seria convertido em rocha, à semelhança do que acontecera com as minhas emissões na Islândia. Só que, em vez de pequenas cavidades cheias de carbonato de cálcio, haveria o suficiente para cobrir, por exemplo, a Venezuela com uma camada com 30 centímetros de altura (o que se faria com tanta rocha, os dois amigos não especificaram).
Passaram-se mais alguns anos. Lackner pôs de lado a ideia dos auxons, mas a questão das emissões negativas interessava-lhe cada vez mais.
«Às vezes, ao pensarmos aturadamente acerca destes limites, aprendemos muito», disse-me ele. Começou a dar palestras e a escrever dissertações sobre o assunto. A humanidade, afirmava ele, iria ter de encontrar uma maneira de retirar o carbono do ar. Alguns dos seus colegas cientistas acharam que ele era maluco, outros, que era um visionário. «O Klaus é, na verdade, um génio», disse-me Julio Friedmann, um antigo vice-secretário adjunto do Departamento de Energia dos EUA que agora trabalha na Universidade de Columbia.
Em meados da década de 2000, Lackner abordou Gary Comer, um dos fundadores da empresa retalhista Lands’ End, e apresentou-lhe um plano para desenvolver uma tecnologia que permitisse captar carbono. O consultor de investimentos de Comer assistiu à reunião e, no final, observou sarcasticamente que o que Lackner procurava, mais do que venture capital, ou capital de risco, era adventure capital, qualquer coisa como «capital aventuroso».11 Apesar disso, Comer avançou com 5 milhões de dólares. A empresa conseguiu construir um pequeno protótipo, porém, quando começou a procurar novos investidores, surgiu a crise financeira de 2008.
«O nosso timing foi excelente», comentou Lackner. Incapaz de angariar mais fundos, a empresa fechou as portas. Entretanto, o consumo de combustíveis fósseis continuou a crescer e, com ele, os níveis de CO2. Lackner acreditava que, inconscientemente, a humanidade já se havia empenhado na remoção do dióxido de carbono.
«Julgo que nos encontramos numa situação muito desconfortável», disse-me ele. «Eu diria que, se as tecnologias para extraírem o CO2 do ambiente fracassarem, estamos metidos num grande sarilho.»
Lackner fundou o Center for Negative Carbon Emissions, na Universidade do Arizona, em 2014. A maior parte do equipamento que ele idealiza é construído numa oficina não muito longe do centro. Depois da nossa conversa, fomos até lá.
Na oficina, um engenheiro mexericava no que pareciam ser as entranhas de um sofá-cama. Onde deveria estar o colchão, vi um conjunto elaborado de fitas de plástico. Em cada fita estava incrustado um pó feito a partir de milhares e milhares de contas cor de âmbar. Estas contas, explicou Lackner, eram compostas por uma resina normalmente usada no tratamento de água e que podia ser comprada às carradas. Seco, o pó absorveria dióxido de carbono. Molhado, libertá-lo-ia. A ideia que subjazia a esta espécie de sofá era expor as fitas ao ar seco do Arizona e depois dobrá-lo e metê-lo num recipiente cheio de água. O CO2 que fora captado na fase seca seria libertado na fase molhada; podia depois ser canalizado para fora do recipiente e o processo recomeçaria.
De acordo com os cálculos de Lackner, um equipamento do tamanho de um semirreboque poderia captar uma tonelada de dióxido de carbono por dia, ou 365 toneladas por ano. Uma vez que as emissões globais se cifram agora em cerca de 40 mil milhões por ano, «se construirmos 100 milhões de unidades do tamanho de semirreboques», observou Lackner, conseguiremos mais ou menos equilibrar a coisa. Lackner reconheceu que o número de 100 milhões parecia um pouco desencorajador. Contudo, fez ele notar, o iPhone era apenas comercializado desde 2007 e, entretanto, já havia quase mil milhões em utilização. «Estamos ainda muito no início deste processo», disse ele.
Na opinião de Lackner, a chave para evitarmos meter-nos em «grandes sarilhos» é pensar de maneira diferente. «Temos de mudar o paradigma», afirmou ele. O dióxido de carbono devia ser encarado da mesma forma que as águas residuais. Não esperamos que as pessoas parem de produzir detritos. «Recompensar as pessoas por irem menos vezes à casa de banho seria disparatado», observou Lackner.12 Ao mesmo tempo, não deixamos que façam as suas necessidades no passeio. Uma das razões por que temos tido tanta dificuldade em abordar o problema do carbono, alega ele, é pelo facto de o assunto ter adquirido uma carga ética. Na medida em que as emissões são vistas como sendo más, os emissores tornam-se os culpados.
«Uma tal postura moral faz de praticamente toda a gente um pecador e torna hipócritas os muitos que se preocupam com as alterações climáticas, mas que, ainda assim, usufruem dos benefícios da modernidade», escreveu ele.13 Mudar o paradigma, segundo Lackner, mudará a conversa. Sim, as pessoas alteraram profundamente a atmosfera; e, sim, é muito provável que isto venha a acarretar todo o tipo de consequências funestas. Mas o ser humano é engenhoso. Tem ideias grandiosas e tresloucadas, e, às vezes, elas funcionam.
Durante os primeiros meses de 2020, decorreu uma experiência alargada e não supervisionada. À medida que o coronavírus se espalhava, milhares de milhões de pessoas foram obrigadas a permanecer em casa. No pico do confinamento, em abril, as emissões globais de CO2 desceram cerca de 17% em comparação com o mesmo período do ano anterior.14
Esta queda — a maior alguma vez registada — foi imediatamente seguida por uma nova subida. Em maio de 2020, os níveis de dióxido de carbono na atmosfera bateram o recorde de 417,1 partes por milhão.
O facto de as emissões estarem em queda e as concentrações atmosféricas em alta aponta para um detalhe pertinaz em relação ao dióxido de carbono: uma vez no ar, é aí que fica. Durante quanto tempo, ao certo, é uma questão complicada; para todos os efeitos, contudo, as emissões de CO2 são cumulativas.15 A comparação que habitualmente se faz envolve uma banheira. Desde que a torneira esteja aberta, uma banheira tamponada continuará a encher. Se fecharmos a torneira, a banheira continuará a encher, embora mais lentamente.
Alargando a analogia, poderia dizer-se que a banheira dos 2 °C está a atingir a sua capacidade máxima e que a banheira de 1,5 °C está praticamente a transbordar. É por isso que a questão do carbono é tão complicada. Cortar as emissões é simultaneamente essencial e insuficiente. Caso conseguíssemos reduzir as emissões para metade (empreendimento que acarretaria a reconstrução de grande parte da infraestrutura mundial), os níveis de CO2 não baixariam; simplesmente deixariam de aumentar tão depressa.
Depois há a questão da equidade. Tendo em conta que as emissões de carbono são cumulativas, os que são mais culpados pelas alterações climáticas são quem mais emitiu ao longo do tempo. Com apenas 4% da população mundial, os Estados Unidos são responsáveis por quase 30% das emissões totais.16 Os países da União Europeia, com cerca de 7% da população mundial, produziram perto de 22% das emissões agregadas. Quanto à China, lar de aproximadamente 18% da população global, as emissões ascendem a 13%. A Índia, que se espera que em breve ultrapasse a China enquanto nação mais populosa do mundo, é responsável por cerca de 3% das emissões. Todas os países africanos e da América do Sul juntos são responsáveis por menos de 6% das emissões.
Para chegarmos ao zero, toda a gente teria de parar de emitir: não só os americanos, os europeus e os chineses, mas também os indianos e os africanos e os sul-americanos. Contudo, pedir a países que não contribuíram quase nada para o problema para renunciar ao carbono porque outros países já o produziram muito para lá do que seria desejável é altamente injusto. E também insustentável em termos geopolíticos. Por esta razão, os acordos internacionais sobre o clima têm-se baseado sempre na premissa de «responsabilidades comuns, mas diferenciadas». Ao abrigo do acordo de Paris, os países desenvolvidos devem «assumir a liderança através da adoção de metas absolutas de redução de emissões para toda a economia», ao passo que as nações em desenvolvimento são incitadas, de uma maneira mais vaga, a reforçar os seus «esforços de mitigação».
E tudo isto torna as emissões negativas — enquanto ideia, pelo menos — irresistíveis. O último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), publicado pouco antes da convenção de Paris, é um bom indicador de que a humanidade está já a contar com elas. Para espreitar o futuro, a IPCC baseia-se em modelos informáticos que representam os sistemas energéticos e económicos mundiais sob a forma de um emaranhado de equações. Os dados gerados por estes modelos são então usados pelos cientistas do clima para prever quanto as temperaturas irão aumentar. Para elaborar o seu relatório, o IPCC levou em conta mais de um milhar de cenários. A maior parte deles resultou em aumentos da temperatura para além do limiar oficial de 2 °C e outros mostraram um aquecimento de mais de 5 °C. Apenas 116 cenários foram consistentes com um aumento da temperatura de menos de 2 °C e, destes, 101 envolveram emissões negativas.17 Na esteira do Acordo de Paris, o IPCC produziu outro relatório, baseado no limiar de 1,5 °C. Todos os cenários consistentes com aquela meta estavam dependentes de emissões negativas.18
«Julgo que o que o IPCC está, na verdade, a dizer é: “Experimentámos inúmeros cenários, e, de entre aqueles que mostraram que nos manteríamos em valores seguros, praticamente todos precisaram do toque de magia das emissões negativas. Se não o fizéssemos, iríamos dar a um beco sem saída”», disse-me Lackner.
A Climeworks, a empresa à qual paguei para enterrar as minhas emissões na Islândia, foi fundada por dois colegas universitários, Christoph Gebald e Jan Wurzbacher. «Conhecemo-nos no primeiro dia de aulas», recordou Wurzbacher. «Acho que logo na primeira semana perguntámos um ao outro: “Ei, o que é que tu queres fazer?” E eu disse: “Bem, eu quero fundar a minha própria empresa.”» Os dois amigos acabaram a dividir um único salário de professor assistente; cada qual trabalhava metade do tempo na sua tese de doutoramento e a outra metade a lançar a empresa.
À semelhança de Lackner, no início ambos tiveram de enfrentar muito ceticismo.
O que Gebald e Wurzbacher estavam a tentar fazer, foi-lhes dito, era uma loucura. Se as pessoas achassem que havia uma maneira de retirar o dióxido de carbono da atmosfera, limitar-se-iam a produzir mais ainda. «As pessoas lutavam contra nós, diziam: “Não deviam estar a fazer isso”», disse-me Wurzbacher, «mas nós sempre fomos teimosos.»
Wurzbacher, agora com cerca de 30 anos, é um homem magro com uma escura trunfa juvenil. Encontrei-me com ele na sede da Climeworks, em Zurique, que alberga simultaneamente os escritórios da empresa e a oficina de metaloplastia. O lugar era um misto de uma start-up tecnológica e uma loja de bicicletas.
«Extrair CO2 de um fluxo de gás não é uma coisa do outro mundo», comentou comigo Wurzbacher. «E não é uma coisa nova. Há cinquenta anos que as pessoas filtram CO2 de fluxos de gás, só que para outras aplicações.» Nos submarinos, por exemplo, o dióxido de carbono que a tripulação expira tem de ser retirado do ar; caso contrário, atingiria níveis perigosos.
No entanto, uma coisa é ser capaz de extrair carbono do ar e outra bem diferente é ser capaz de fazê-lo em grande escala. Queimar combustíveis fósseis gera energia. Extrair CO2 do ar requer energia. Se esta energia advier da queima de combustíveis fósseis, estaremos a acrescentar mais carbono à atmosfera, que terá de ser captado.
O segundo desafio, igualmente de monta, é a eliminação do CO2. Uma vez captado, este tem de ir para algum lado, e esse lugar tem de ser seguro. «O que a rocha basáltica tem de bom é ser muito fácil de explicar», disse Wurzbacher. «Se alguém perguntar: “Mas, olha lá, é mesmo seguro?”, a resposta é muito simples: no espaço de dois anos é pedra, um quilómetro abaixo do solo. Ponto final, parágrafo.» Locais de armazenamento subterrâneos não são uma coisa rara, mas também não são comuns, o que significa que, caso venham a ser construídas estações de captação em larga escala, terão de ser instaladas em locais com a geologia certa, ou então o CO2 terá de fazer viagens longas.
Por fim, há a questão do custo. Extrair CO2 do ar custa dinheiro. Neste momento, custa muito dinheiro. A Climeworks cobra 1000 dólares por tonelada para transformar as emissões dos seus clientes em pedra. Usei o meu quinhão de cerca de 550 quilogramas numa viagem de ida para Reiquiavique e deixei todas as minhas restantes emissões, incluindo as da viagem de regresso e do voo para a Suíça, a flutuar livremente.19 Wurzbacher garantiu-me que, à medida que fossem construídas mais unidades, o preço desceria; no espaço de uma década, mais coisa menos coisa, previa ele, cairia para cerca de 100 dólares por tonelada. Se as emissões fossem taxadas a uma tarifa comparável, então a conta podia bater certo: essencialmente, uma tonelada extraída seria uma tonelada que podia evitar o imposto. Mas quem é que vai gastar isso quando o carbono pode ainda ser despejado no ar, de borla? Mesmo a 100 dólares por tonelada, enterrar um milhar de milhões de toneladas de CO2 — uma pequena percentagem da produção mundial anual — custaria 100 mil milhões de dólares.*
«Talvez seja demasiado cedo», cogitou Wurzbacher, quando lhe perguntei se o mundo estava preparado para pagar pela captura direta de ar. «Talvez seja a altura certa. Talvez seja tarde demais. Ninguém sabe.»
Do mesmo modo que existem muitas maneiras de adicionar CO2 ao ar, existem potencialmente muitas formas de o retirar.
Uma técnica conhecida como «meteorização melhorada» é uma espécie de versão invertida do projeto que visitei na central de Hellisheiði. Em vez de se injetar o CO2 na rocha em profundidade, a ideia é trazer a rocha à superfície para que entre em contacto com o CO2. O basalto podia ser minerado, pulverizado e depois espalhado por terras de cultivo em partes quentes e húmidas do mundo. A rocha pulverizada reagiria com o dióxido de carbono, extraindo-o do ar. Em alternativa, foi proposto que a olivina, um mineral esverdeado presente nas rochas vulcânicas, pudesse ser esmigalhada e dissolvida nos oceanos. Tal induziria os mares a absorver mais CO2 e, além disso, combateria a acidificação oceânica.
Outro grupo de tecnologias de emissão negativa, ou NET (da designação inglesa Negative Emissions Technologies), inspirou-se na biologia. As plantas absorvem dióxido de carbono enquanto crescem; depois, ao putrefazerem-se, devolvem esse CO2 à atmosfera. Se plantarmos uma floresta, esta absorverá carbono até atingir a maturidade. Um estudo recente realizado por investigadores suíços estimava que a plantação de um bilião de árvores poderia extrair 200 mil milhões de toneladas de carbono da atmosfera ao longo das próximas décadas.20 Outros investigadores alegaram que este valor estaria sobrestimado em dez ou mais vezes.21 Não obstante, realçavam os investigadores, a capacidade de sequestração de carbono por parte de florestas novas era «ainda assim substancial».22
Para lidar com o problema da decomposição, foram propostas toda a espécie de técnicas de preservação. Uma implica o abate de árvores adultas e o seu depósito em valas23; na ausência de oxigénio, a decomposição das árvores, e a consequente libertação de CO2, seria coartada. Um outro esquema envolve a recolha de resíduos de colheitas, como o caule do milho, e despejá-los no fundo do oceano24; nas profundezas escuras e frias, os detritos decompor-se-iam muito lentamente ou talvez nem se degradassem. Por mais estranhas que estas ideias possam parecer, também elas se inspiram na Natureza. No período Carbónico, vastas quantidades de matéria vegetal ficaram inundadas e enterradas. Daqui resultaram jazidas de carvão que, se tivesse sido deixado no solo, teria mantido o seu conteúdo carbónico mais ou menos para sempre.
A reflorestação, quando combinada com a injeção de CO2 no subsolo, dá origem a uma técnica que ficou conhecida como BECCS, a sigla de «Bioenergy with Carbon Capture and Storage». Os modelos usados pelo IPCC são extremamente parciais para com a BECCS, que oferece ao mesmo tempo emissões negativas e energia elétrica: uma solução em que honra e proveito cabem no mesmo saco e que, no que à contabilidade climática diz respeito, é difícil de superar.
Com a BECCS, a ideia é plantar árvores (ou uma outra colheita) que possam captar carbono da atmosfera. As árvores são depois queimadas para produzir eletricidade e o CO2 é captado na chaminé e injetado no subsolo. (O primeiro projeto-piloto mundial deste género foi lançado em 2019 numa central energética no norte de Inglaterra que opera a péletes de madeira.)
Todas estas alternativas enfrentam o mesmo desafio que a captura direta de ar: escala. Ning Zeng é professor na Universidade de Maryland e criador do conceito de «colheita de madeira e armazenamento». Zeng calculou que, para sequestrar 5 mil milhões de toneladas de carbono por ano, seriam necessários 10 milhões de valas, do tamanho de uma piscina olímpica, para enterrar as árvores. «Partindo do pressuposto de que para cavar uma vala (com o recurso a maquinaria) numa semana seria necessária uma equipa de dez pessoas», escreveu Zeng, «precisaríamos de 200 mil equipas (2 milhões de trabalhadores) e respetiva maquinaria.»25
Segundo um estudo recente levado a cabo por uma equipa de cientistas alemães, para captar mil milhões de toneladas de CO2 por meio de «meteorização melhorada», teriam de ser minerados, pulverizados e transportados aproximadamente 3 mil milhões de toneladas de basalto.26 «Embora seja uma quantidade muito grande» de rocha para escavar, triturar e transportar, referiam os autores, é ainda assim menor do que a produção global de carvão, que ascende a 8 mil milhões de toneladas por ano.
Para o projeto suíço que preconizava a plantação de um bilião de árvores, seriam necessários cerca de 9 milhões de quilómetros quadrados de novas florestas. É uma área mais ou menos equivalente à dos Estados Unidos, incluindo o Alasca. Se essa extensão for retirada de terra arável, milhões de pessoas irão passar fome. Como Olúfẹ́mi O. Táíwò, professor na Universidade de Georgetown, disse recentemente, corremos o risco de dar «dois passos para trás em termos de justiça por cada passo de uma gigatonelada que dermos em frente».27 Contudo, ainda não é claro que o uso de terra não cultivada seja mais seguro. As árvores são escuras, portanto, se uma tundra, por exemplo, fosse convertida em floresta, a quantidade de energia absorvida pela Terra aumentaria, o que contribuiria para o aquecimento global e seria contraproducente para o objetivo que se pretende atingir. Uma maneira de contornar este problema poderia ser engendrar geneticamente árvores mais claras, usando o CRISPR. Tanto quanto sei, ninguém avançou ainda com esta ideia, mas parece ser apenas uma questão de tempo até que alguém o faça.
- William F. Ruddiman, Plows, Plagues, and Petroleum: How Humans Took Control of Climate, Princeton University, Princeton, N.J., 2005, p. 4.
- Os dados históricos sobre as emissões são de Hannah Ritchie e Max Roser, «CO2 and Greenhouse Gas Emissions», Our World in Data (última revisão em agosto de 2020).
- Benjamin Cook, «Climate Change Is Already Making Droughts Worse», CarbonBrief, 14 de maio de 2018.
- Kieran T. Bhatia et al., «Recent Increases in Tropical Cyclone Intensification Rates», Nature Communications, n.o 10, 2019.
- W. Matt Jolly et al., «Climate-Induced Variations in Global Wildfire Danger from 1979 to 2013», Nature Communications, n.o 6, 2015.
- A. Shepherd et al., «Mass Balance of the Antarctic Ice Sheet from 1992 to 2017», Nature, n.o 558, 2018, pp. 219-222.
- Curt D. Storlazzi et al., «Most Atolls Will Be Uninhabitable by the Mid-21st Century Because of Sea-Level Rise Exacerbating Wave-Driven Flooding», Science Advances, n.o 25, 2018.
- O texto integral do Acordo de Paris, em inglês, está disponível aqui. [Em português, está disponível aqui].
- Existem muitas maneiras de calcular a quantidade de CO2 que pode ainda ser emitida se o mundo quiser manter-se abaixo de 1,5° ou 2 °C; usei aqui os valores do «orçamento remanescente de carbono» do Mercator Research Institute on Global Commons and Climate Change, disponível em: mcc-berlin.net/en/research/CO2-budget.html.
- K. S. Lackner e C. H. Wendt, «Exponential Growth of Large Self-Reproducing Machine Systems», Mathematical and Computer Modelling, n.o 21, 1995, pp. 55-81.
- Wallace S. Broecker and Robert Kunzig, Fixing Climate: What Past Climate Changes Reveal About the Current Threat — and How to Counter It, Hill and Wang, Nova Iorque, 2008, p. 205.
- Klaus S. Lackner e Christophe Jospe, «Climate Change Is a Waste Management Problem», Issues in Science and Technology, n.o 33, 2017.
- Lackner e Jospe, op. cit.
- Chris Mooney, Brady Dennis e John Muyskens, «Global Emissions Plunged an Unprecedented 17 Percent during the Corona-virus Pandemic», The Washington Post, 19 de maio de 2020.
- As moléculas de carbono deslocam-se ciclicamente entre a atmosfera e os oceanos e entre estes e a vegetação mundial. Contudo, os níveis de CO2 na atmosfera são comandados por processos muito mais lentos. Para um debate mais completo, veja-se Doug Mackie, «CO2 Emissions Change Our Atmosphere for Centuries», Skeptical Science (última atualização a 5 de julho de 2015).
- Todos os valores relacionados com as emissões agregadas foram retirados de Hannah Ritchie, «Who Has Contributed Most to Global CO2 Emissions?», Our World in Data, 1 de outubro de 2019.
- Sabine Fuss et al., «Betting on Negative Emissions», Nature Climate Change, n.o 4, 2014, pp. 850-852.
- J. Rogelj et al., «Mitigation Pathways Compatible with 1,5 °C in the Context of Sustainable Development», in Global Warming of 1,5 °C: An IPCC Special Report, V. Masson-Delmotte et al., eds., Intergovernmental Panel on Climate Change, 8 de outubro de 2018.
- Calcular as emissões resultantes de viagens de avião é complicado e grupos diferentes apresentam estimativas diferentes para a mesma viagem. Usei a calculadora de voos em myclimate.org.
- Jean-François Bastin et al., «The Global Tree Restoration Potential», Science, n.o 364, 2019, pp. 76-79.
- Katarina Zimmer, «Researchers Find Flaws in High-Profile Study on Trees and Climate», The Scientist, 17 de outubro de 2019.
- Joseph W. Veldman et al., «Comment on “The Global Tree Restoration Potential”», Science, n.o 366, 2019.
- Ning Zeng, «Carbon Sequestration Via Wood Burial», Carbon Balance and Management, n.o 3, 2008.
- Stuart E. Strand e Gregory Benford, «Ocean Sequestration of Crop Residue Carbon: Recycling Fossil Fuel Carbon Back to Deep Sediments», Environmental Science and Technology, n.o 43, 2009, pp. 1000-1007.
- 25 Zeng, op. cit.
- Jessica Strefler et al., «Potential and Costs of Carbon Dioxide Removal by Enhanced Weathering of Rocks», Environmental Research Letters, 5 de março de 2018.
- Olúfẹ́mi O. Táíwò, «Climate Colonialism and Large-Scale Land Acquisitions», C2G, 26 de setembro de 2019.
*Existem duas maneiras de medir as quantidades de CO2: contando o peso do dióxido de carbono ou apenas o do carbono. Neste capítulo, de uma maneira geral, uso, tal como a Climeworks, a primeira medida, mas muitas publicações científicas usam a segunda. Tentei fazer uma distinção entre as duas, mencionando uma «tonelada de dióxido de carbono» quando me refiro ao peso total do composto e uma «tonelada de carbono» quando me refiro apenas ao peso do carbono. Uma tonelada de dióxido de carbono equivale aproximadamente a um quarto de uma tonelada de carbono; assim sendo, as emissões anuais globais são de cerca de 40 mil milhões de toneladas de CO2 ou de 10 mil milhões de toneladas de carbono.
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