Marcelo Rebelo de Sousa discursou hoje na cerimónia de apresentação do livro de Marçal Grilo intitulado “Salazar e a Educação no Estado Novo”, cujo prefácio foi escrito por si, tendo aproveitado a ocasião para sublinhar a excecionalidade do antigo ministro da Educação de um governo chefiado por António Guterres.

“E num país em que normalmente o comum das figuras com alguma notoriedade pública tem um ego superior à sua efetiva realidade, ele é o contrário. É uma pessoa que se apaga, de uma humildade impressionante, de uma discrição única. Muitos só se aperceberam da sua importância como grande ministro da Educação que foi muitos anos depois de ter cessado as suas funções, porque ele é assim”, elogiou.

Na análise do chefe de Estado, Marçal Grilo “passou todo o tempo a minimizar os seus méritos, engrandecendo os méritos alheios”.

“Como Presidente da República há que agradecer o serviço de Eduardo Marçal Grilo à democracia portuguesa. Não só o serviço como ministro que foi, mas o serviço que se traduz nas obras que continua a elaborar, a produzir, enriquecendo a reflexão democrática”, enfatizou.

Marcelo Rebelo de Sousa recordou ainda o homem “com o qual foi facílimo privar noutras funções quando líder da oposição”, recordando o facto de terem sido feitos “acordos de regime improváveis no tempo em que era possível fazer facilmente acordos de regime”.

“Só foi possível fazer passar no parlamento de um governo minoritário legislação básica de educação porque o principal partido de oposição viabilizou isso e só foi possível haver essa viabilização porque o líder da política educativa se chamava Eduardo Marçal Grilo”, elogiou.