Publicado em 1978, "No alto da árvore" é o primeiro livro de Margaret Atwood para a infância e conta a história, em rima, de duas crianças que vivem numa árvore, onde brincam, bebem chá e comem panquecas.

A alegria desses dias de brincadeira dá lugar ao medo, quando percebem que dois castores destruíram a escada de madeira por onde subiam para a árvore, e que afinal nunca mais vão conseguir sair de lá.

"Desenhei este álbum nos primórdios dos livros para crianças publicados no Canadá. Só podíamos usar duas cores, porque três encarecia muito a impressão; daí o azul, o vermelho e o castanho bizarro, que é uma combinação das duas", escreve a editora numa pequena nota introdutória à edição fac-similada que saiu em 2005 e que a Ponto de Fuga recupera para a edição portuguesa.

Margaret Atwood recorda que nos tempos de estudante universitária, nos anos 1950, teve "um negócio de pósteres em serigrafia que funcionava em cima de uma mesa de pingue-pongue" e que, por isso, também sabe desenhar letras.

"Fui eu que desenhei pelo meu punho todas as letras do livro, pela mesma razão: Para poupar nos custos. [...] As técnicas foram primitivas - então não havia computadores - e os resultados também parecem um pouco primitivos, mas continuo a gostar muito deste livro por razões sentimentais", afirma.

Na edição portuguesa, em português e em inglês, as letras do texto foram desenhadas pela tradutora, Margarida Vale de Gato.

Margaret Atwood, hoje com 81 anos, é uma das mais conhecidas e premiadas autoras canadianas da atualidade, com mais de quatro dezenas de obras publicadas, entre romance, ensaio e poesia.

Atwood esteve várias vezes nomeada para o Booker Prize, tendo vencido por duas vezes, em 2000 com "O assassino cego" e em 2019 com "Os testamentos".

Até 1978, quando lançou "No alto da árvore", Margaret Atwood tinha lançado sobretudo poesia e os romances "The edible woman", "Surfacing" e "Senhora Oráculo", antecedendo a década em que começou a ter maior reconhecimento internacional.

Depois de "No alto da árvore", Margaret Atwood publicou outros seis livros para a infância, todos inéditos em Portugal.