“Três embaixadas europeias à China” é o título desta mostra dividida em três núcleos, dedicados aos representantes do Estado Português Tomé Pires e Francisco Pacheco de Sampaio, e o do Papado, o franciscano Lourenço de Portugal.
A exposição engloba 70 peças oriundas de coleções privadas, de instituições como o Arquivo Secreto do Vaticano, a Torre do Tombo, a Biblioteca Nacional e o Museu da Farmácia, entre outras, e do próprio espólio da Fundação Oriente.
São mostradas, por exemplo, a bula papal de 1245 - documento original proveniente da Torre do Tombo - com a nomeação de Frei Lourenço de Portugal como embaixador ao Império Mongol, pelo Papa Inocêncio IV.
Também, segundo o Museu do Oriente, pela primeira vez em Portugal, será mostrada a carta do Imperador Qianlong ao rei D. José I, datada de 1753, com quatro metros de comprimento e escrita em três línguas: manchu, português e chinês.
O núcleo dedicado a Frei Lourenço de Portugal, nomeado embaixador ao Império Mongol pelo Papa Inocêncio IV em 1245, sublinha o facto de esta ser uma embaixada organizada pelo Vaticano em representação política de toda a Europa.
Registando este facto, estão duas bulas papais, uma das quais em documento original proveniente da Torre do Tombo, que data de 1245 e, a outra, uma reprodução do Arquivo Secreto do Vaticano.
Também incluídos neste núcleo, um conjunto de objetos islâmicos de luxo, provenientes do sul de Portugal - uma parte do quais produzida no Médio e Próximo Oriente - mas idênticos aos encontrados ao longo do Oceano Índico, para ilustrar a circulação global de mercadorias e gentes no século XIII.
Dedicado a Tomé Pires e à sua embaixada à China, em 1517 - a primeira missão diplomática oficial de uma nação europeia à dinastia Ming -, o segundo núcleo aborda o percurso deste boticário e farmacêutico, autor da “Suma Oriental”, a primeira e mais completa descrição europeia quinhentista da Ásia, cujo manuscrito pode ser visto na exposição.
O terceiro núcleo centra-se na embaixada de Francisco Pacheco de Sampaio ao Imperador Qianlong, da dinastia Qing, em 1752, numa altura considerada delicada para os interesses portugueses em Macau e na China.
São ainda exibidas neste núcleo peças de arte chinesa do século XVIII, nomeadamente uma poncheira com imagens das feitorias de Cantão, pertencente à “Antiga Coleção Cunha Alves”, recentemente adquirida pela Fundação Oriente.
A mostra, com comissariado de Jorge Santos Alves, professor e coordenador do Instituto de Estudos Orientais da Universidade Católica Portuguesa, é inaugurada às 18:30, e vai estar patente até 21 de abril de 2019.
Comentários