Um dia após o ataque, o livro subiu para o primeiro lugar do top de literatura contemporânea e ficção da Amazon, onde esta quarta-feira era o 26.º mais popular do site. Já no Book Depository as várias edições em inglês de "Os Versículos Satânicos" encontram-se esgotadas.

Situação idêntica em Portugal. Contactada pelo SAPO24, a FNAC diz que registou "uma maior procura generalizada", tendo o livro esgotado nas suas lojas no passado fim de semana. O stock de "Os Versículos Satânicos", editado pela Dom Quixote (Leya), foi reposto esta sexta-feira, não avançando a retalhista com o número de livros vendidos desde o ataque.

O "Os Versículos Satânicos", distinguido com o prémio Booker, deu origem à 'fatwa' (decreto da lei islâmica) declarada contra o autor pelo Irão desde 1989, e que lhe rendeu ameaças de morte desde a data de publicação.

Salman Rushdie, de 75 anos, foi esfaqueado dez vezes no pescoço e no abdómen, na passada sexta-feira, no Chautauqua Institution, em Nova Iorque, onde participava numa palestra. O autor foi transportado em estado grave para o hospital do Estado da Pensilvânia, onde continua internado e os pormenores sobre o seu estado de saúde têm sido escassos.

O homem que tentou assassinar o escritor declarou ter-lhe aversão por “atacar o Islão” no seu romance “Os Versículos Satânicos”, que admitiu não ter lido, mas negou qualquer contacto com o Irão.

Sobre “Os Versículos Satânicos”, numa entrevista ao  jornal The New York Post, Hadi Matar disse: “Li um par de páginas. Não li a coisa toda de uma ponta a outra.”

O Irão negou qualquer implicação no ataque ao escritor, responsabilizando antes o próprio autor de "Os Versículos Satânicos". “Desmentimos categoricamente” qualquer ligação entre o agressor e o Irão, disse o porta-voz dos Negócios Estrangeiros iraniano, Nasser Kanani.