Veja aqui o segundo episódio da série documental sobre os 80 anos da Jeep produzida pela MadreMedia.
Luís Cardote e Miguel Serrano, são colecionadores. Fernando Videira, mecânico especializado em Jeeps. Cada qual reaviva as suas vivências pessoais. Juntos, começaram a escrever capítulos de uma amizade comum à volta do emblemático 4x4. Um veículo automóvel com 80 anos de idade que lhes desperta a memória.
“Normalmente, quem tem um Jeep tem uma história para contar”, diz Luís Cardote. Uma narrativa cujo fio condutor recua às recordações de infância, às experiências associadas, à memória propriamente dita, coletiva ou individual, ou à essência do próprio automóvel.
“Este veículo faz parte da história, é uma obra de arte e merece ser preservado”, continua Cardote. O modelo com o qual se passeia demorou 12 anos a recuperar. Uma dedicação extrema acrescida de incontáveis horas enfiado numa garagem ao ponto de ouvir dos amigos “olha lá vem o maluquinho do Jeep”, diz, a sorrir.
Horas dedicadas aos arranjos é algo que Fernando Videira, o mecânico e pêndulo da amizade deste triângulo de apaixonados pelas quatro rodas, não consegue contabilizar. Nem as partículas que compõem esta peça de arte. “Milhares”, assegura.
Puxa dos galões da memória que o posto da idade e a experiência de mais de 50 anos a tratar de Jeeps lhe confere. “Se desmontarem qualquer Jeep e perguntarem qualquer uma das peças, conheço-as todas. Podem estar em caixotes que eu consigo dividi-las e montar a caixa de velocidades, motor ou diferenciais”, assegura, soltando um orgulhoso “conheço os Jeeps como as palmas das minhas mãos”.
Nos anos 80, com a ajuda do par de mãos de um cunhado, concretizou o sonho acalentado "desde os 7 anos". Fixa aí a reminiscência com que despertou para aqueles carros que faziam o transporte de uvas no Douro. Esse sonho “estava em Covas do Douro, no Pinhão, próximo do sítio onde nasci. O carro andava na lavoura e ainda tinha cestos das uvas”, recorda. Negócio “fechado por 30 contos” e “trouxe o carro do Douro até a Gafanha da Encarnação (Aveiro) amarrado” a uma corda, algo impensável de ser feito nos dias de hoje.
No baú das recordações de Miguel Serrano, cabe uma dupla lembrança. Por um lado, as imagens de infância em Moçambique estão bem vivas. “Tinha seis ou sete anos, fazíamos piqueniques ao fim de semana e os Jeeps eram utilizados para levar o material todo pela praia. Era o piquenique à beira mar e passeios pela praia. Quem tinha Jeep ia até à praia e aquilo para mim era um encanto”, garante.
Por outro, as coleções de miniaturas e de livros sobre a Segunda Guerra Mundial, sendo que nestes últimos Serrano destaca uma imagem. “Todos os cenários têm um Jeep”, nota.
Da boca de Luís Cardote salta uma última peça de encaixe para memória futura. a palavra Libertação, que o obriga a recuar a um passeio feito à Normandia. “Coincidiu com a comemoração do Desembarque. Recordo ir numa caravana militar e as pessoas mais idosas atirarem flores e chorarem à passagem. Faziam de forma genuína e estavam comovidos. Tem uma paixão por estes carros e isso impressionou-me”, finaliza.
Este conteúdo foi produzido em parceria com a Jeep, por ocasião da celebração do 80.º aniversário da marca.
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