No filme, o ator António Mortágua é Ramiro, um pacato alfarrabista de Lisboa que divide os dias entre a livraria, quase sem clientes, e a escrita poética, num quotidiano marcado pela relação com os vizinhos: uma adolescente grávida e a avó desta, que recupera de um AVC.
Com argumento de Mariana Ricardo e Telmo Churro, “Ramiro” assinala o regresso de Manuel Mozos ao DocLisboa, desta vez com uma ficção, depois de lá ter apresentado “João Bénard da Costa – Outros amarão o que eu amei” e “A glória de fazer cinema em Portugal.
A 15.ª edição do DocLisboa exibirá mais de 230 filmes, ou seja “20 mil minutos de cinema”, que refletem “a diversidade de olhares e de idades dos realizadores, de formas e de propostas políticas e temáticas”, como afirmaram os diretores Cíntia Gil e Davide Oberto.
Entre os 44 filmes portugueses selecionados contam-se, por exemplo, “António e Catarina”, de Cristina Hanes, premiado em Locarno, “Altas cidades de ossadas”, de João Salaviza, “Spell Reel”, de Filipa César, “Quem é Bárbara Virgínia?”, de Luísa Sequeira, e “Diário das Beiras”, de João Canijo e Anabela Moreira.
Destaque ainda para “Ex Libris – The New York Public Library”, de Frederick Wiseman, “Napalm”, de Claude Lanzmann, e dois filmes do realizador chinês Wang Bing: “Bitter Money” e “Mrs. Fang”.
Na secção “Heart Beat” haverá dois filmes portugueses em estreia mundial: “Os cantadores de Paris”, de Tiago Pereira, e “DIÁLOGOS ou como o Teatro e a Ópera se encontram para contar a Morte de 16 Carmelitas e falar do Medo”, de Catarina Neves.
Uma das novidades deste ano é a criação de um novo prémio para o melhor de um conjunto de dez filmes de temática associada a práticas e tradições culturais e ao património imaterial da humanidade.
Haverá ainda retrospetivas dedicadas ao cinema do Quebeque e à realizadora checa Vera Chytilova.
O encerramento, no dia 29, ficará por conta do filme “Era uma vez Brasília”, de Adirley Queirós.
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