Inserido numa programação mais vasta intitulada “Rito da Primavera”, que também inclui propostas de música clássica, o jazz europeu é o foco do Spring ON!, que cumpre este ano a oitava edição com a missão de reunir “algumas das propostas mais desafiantes” da cena europeia, pode ler-se na apresentação.
Segundo a Casa, os vários projetos que vão atuar nos três dias do ciclo cruzam o jazz com “as sonoridades do rock, da eletrónica, das músicas tradicionais ou das novas tendências urbanas”, com uma forte componente de improvisação.
Na sexta-feira, e já depois de uma atuação de entrada livre de Preto Mate, pelas 22:00, no Café Casa da Música, o programa arranca pelas 22:30, na Sala 2, com o português Jorge da Rocha a apresentar o novo disco, “To Drop and Let Go”.
O português tem vivido e trabalhado em Barcelona e traz ao Porto Yexza Lara e Ana Conceição para a primeira noite, completa com a dupla italiana O-Janà, composta pela voz de Ludovica Manzo e o piano de Alessandra Bossa.
As duas compositoras apostam na improvisação e na música eletrónica, datando o último registo de estúdio, “Inland Images”, de 2018 e contou com a participação do guitarrista norueguês Eivind Aarset.
No sábado, pelas 21:00, a portuguesa Isabel Rato combina a música clássica, o folclore e a ‘world music’ no disco “Histórias do Céu e da Terra”, fazendo-se acompanhar de João David Almeida (voz), João Capinha (saxofone), João Custódio (contrabaixo) e Rui Pereira (bateria).
À compositora segue-se o trio da guitarrista norueguesa Hedvig Mollestad, ao lado de Ellen Brekken (baixo) e Ivar Loe Bjornstad (bateria), apresentando o disco de 2019 “Smells Funny”, o sexto trabalho de estúdio, editado ao fim de três anos sem editar.
Mollestad já gravou com a Orquestra Jazz de Trondheim e outros projetos e, no trio que lidera, combina ‘free jazz’, música psicadélica e progressiva com elementos mais tradicionais de jazz, tendo-se apresentado em várias digressões internacionais.
No domingo, pelas 18:00, a Sala 2 recebe um concerto duplo ibérico, com a apresentação dos lusos Symph, do pianista José Diogo Martins, do percussionista Pedro Melo Alves e do contrabaixista Hugo Antunes, num grupo marcado pela improvisação e exploração sonora.
No mesmo dia, os maiorquinos Highlands Project tocam na Casa da Música, trazendo a Portugal um jazz inspirado pelas sonoridades funk e pela música contemporânea, que já percorreu vários festivais europeus, como o Jazz Além Fronteiras, em São Petersburgo.
Formado em 2013, o coletivo integra nove elementos e foi fundado pelo teclista Sergio Llopis, contando entre os seus membros com o baterista Pep Lluís García, que já tocou com o português Salvador Sobral.
O foco da Casa da Música nos novos talentos faz-se sentir igualmente no Prémio Novos Talentos Ageas, com um concerto dos finalistas de 2018 a tocarem no sábado, pelas 18:00, na Sala Suggia.
Ao momento segue-se a escolha do vencedor de entre os jovens músicos, que representam vários géneros musicais e têm até um máximo de 35 anos, de nacionalidade portuguesa ou residentes em Portugal, pondo fim a um ciclo de cerca de 20 concertos ao longo do ano, e no qual o público votou nos preferidos.
Na competição pela segunda edição do prémio estão a dupla de pianistas Bernardo Pinhal e Sérgio de A, o quarteto de jazz de Ricardo Coelho e o trompetista Luís Duarte Moreira.
Mais tarde, de 17 a 19 de maio, a instituição recebe mais uma edição do ciclo ECHO Rising Stars, composto por solistas promissores de vários países europeus, selecionados pelos membros da European Concert Hall Organization (ECHO), de que a Casa da Música faz parte.
Os vários projetos que se apresentam no Porto terão ainda como destaque a interpretação, durante os recitais, de encomendas específicas para a digressão europeia de novas obras de seis jovens compositores europeus.
O ciclo reúne no Porto o grupo Quatuor Arod, vencedores da Competição Internacional de Música ARD, em Munique, e também o Amatis Trio, Anais Gaudemard, Kian Soltani, Nathalia Milstein e Josep-Ramon Olivé, com vários concertos durante três dias.
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