Com periodicidade bienal, o IFF - Festival de Cinema Imersivo apresenta este ano mais 15 filmes do que na sua edição de 2015, terá em estreia nacional mais de 90% das obras a concurso e reflete na sua seleção um aumento da cinematografia imersiva nacional, graças a quatro filmes realizados em Portugal e um outro que, embora produzido na Suíça, tem direção portuguesa.
"Fomos o primeiro festival de cinema imersivo da Europa, quando ainda não se fazia nada nesta área a título competitivo e a produção para ecrãs a 360 graus ainda era escassa, mas entretanto houve uma grande evolução e a própria produção portuguesa ganhou força", declara à Lusa o astrónomo António Pedrosa, diretor do evento e do planetário de Espinho, em cuja cúpula são projetados os filmes do certame.
"Muitas destas produções foram criadas com o objetivo de divulgar conteúdos científicos, uma vez que envolvem tecnologia específica para exibição em planetários e centros de ciência, mas há cada vez mais filmes sobre outros temas, como acontece em ‘After Cherenkov’", que oferece uma visão artística sobre os efeitos da radioatividade após o acidente nuclear na central de Fukushima", realça.
Outra componente em destaque no IFF de 2017 é a que resulta de tecnologia destinada a envolver o indivíduo numa realidade alternativa àquela em que se encontre em determinado momento.
Independentemente das temáticas a explorar, a oferta do IFF passa sobretudo por curtas-metragens e filmes até 30 minutos de duração, sempre adequados "a todas as idades e a todos os gostos".
É certo que o programa reserva para as manhãs as sessões competitivas com filmes mais lúdicos e adequados ao público infanto-juvenil, mas as obras a exibir durante a tarde e a noite também se adequam a qualquer audiência - desde que essa saiba inglês e esteja disposta a prescindir de legendas, ausentes do ecrã para assim se garantir ao espectador "uma maior sensação de imersão".
Também nesse sentido, uma das novidades do IFF de 2017 é o "concerto imersivo" que no dia 01 de dezembro levará a Espinho os Best Youth, cuja interpretação ao vivo no interior do planetário será complementada na abóbada com projeções visuais criadas por Ivo Teixeira e Rodrigo Carvalho, cofundadores do estúdio Openfield Creative Lab.
António Pedrosa revela, aliás, que esse espetáculo implicou o desenvolvimento de equipamento e ‘software’ de projeção próprios para VJing (performances com elementos visuais em tempo real), pelo que o planetário de Espinho está agora apetrechado "para poder acolher outro tipo de eventos"
Quanto às expectativas sobre a afluência de público, o astrónomo estima ultrapassar este ano os 1.600 espectadores da edição 2015: "Considerando que a lotação do planetário é de apenas 80 pessoas, em cadeiras muito reclinadas, isso significa que praticamente todas as sessões do festival estiveram com sala cheia".
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