O filme “acaba de juntar ao seu palmarés o prémio de melhor longa-metragem internacional do Silicone Beach Film Festival, nos Estados Unidos da América”, lê-se no comunicado da Hot Chilli Films.

“Zé Pedro Rock n’Roll”, que se estreou no final de julho nas salas portuguesas, cerca de dois anos e meio após a morte do guitarrista, conquistou, no ano passado, o Prémio do Público do festival Doclisboa.

A produtora recorda que “Zé Pedro Rock’n’Roll” venceu ainda “o Prémio de Mérito nos Accolade Global Film Competition e nos Impact Docs Awards, também nos Estados Unidos da América”, além dos prémios de melhor documentário e de melhor longa-metragem, nos festivais Salto, no Uruguai, Mabig, na Alemanha, e no Best Istanbul Film Fest, na Turquia.

O Silicon Beach Film Festival realiza-se anualmente na zona oeste de Los Angeles, dominada pela indústria de tecnologia e entretenimento.

Dirigido por Diogo Varela Silva, “Zé Pedro Rock n’Roll” cruza vários depoimentos de amigos, dos irmãos, dos sobrinhos, de todos os elementos dos Xutos & Pontapés e de muitos dos músicos com quem o guitarrista se cruzou.

São ainda recuperados excertos de entrevistas e depoimentos do músico, imagens de arquivo de concertos e ensaios dos Xutos & Pontapés, registos da vida do clube Johnny Guitar, palco e ponto de encontro em Lisboa para dezenas de músicos, e pedaços dos programas de rádio nos quais Zé Pedro participou.

Em entrevista à agência Lusa, quando da estreia do filme, em julho passado, Diogo Varela Silva disse que o documentário mostra “o porquê de o Zé Pedro ter sido o Zé Pedro, como chegou onde chegou, quais os impulsos que o levaram até onde ele foi”.

A empatia que o músico conquistou junto do público, dentro e fora dos Xutos & Pontapés, tem uma explicação para o realizador: “Tem a ver com essa coisa de [ele] nunca ter perdido esse contacto com as bandas de que gostava. Ou seja, ele percebia perfeitamente os fãs”.

José Pedro Amaro dos Santos Reis – Zé Pedro – morreu em 30 de novembro de 2017, aos 61 anos.

A relação com a música vinha desde novo, por influência do pai, e uma das memórias é uma ida ao festival Cascais Jazz, na adolescência, que é recordada no documentário.

No verão de 1977, numa viagem de comboio pela Europa, foi a um festival punk no sul de França, decisivo para a formação pessoal e para o que queria fazer de futuro, como contou no filme.

De regresso a Lisboa, mergulhado na estética punk rock, formou os Xutos & Pontapés, cujo primeiro concerto aconteceu a 13 de janeiro de 1979, nos Alunos de Apolo, em Lisboa.

No documentário são recordados os problemas de saúde, derivados dos excessos com a droga e o álcool, o transplante de fígado e a vida de palco.

Colecionador de música, a par da vida nos Xutos & Pontapés, Zé Pedro desdobrou-se noutros projetos, com programas de rádio, a gerência e curadoria do Johnny Guitar, e entrada nos grupos Cavacos, Palma’s Gang, Maduros e Ladrões do Tempo.

Diogo Varela Silva é autor de outros documentários como “Celeste” (2015) e “Fado da Bia” (2012).