A semana passada, um dos sacerdotes afastados, o padre Mário Rui Pedras, pároco de São Nicolau e de Santa Maria Madalena, em Lisboa, anunciou que, "no dia 12 de junho, o instrutor da investigação deu por finda a averiguação prévia e dada a inverosimilhança da denúncia, propôs ao Bispo que fosse levantado o 'afastamento preventivo'. Medida justa que ontem, dia 14 de junho, foi aplicada pelo Patriarca de Lisboa".

Em março, um dia depois de o Patriarcado de Lisboa ter anunciado o afastamento de quatro sacerdotes cujos nomes constavam na lista de alegados abusadores entregue à Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) pela Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica, o padre assumiu ter sido um dos visados por uma "uma denúncia anónima, falsa, caluniosa, sem qualquer elemento útil ou prestável para investigação", relativa a um colégio na década de 90.

Pouco depois, em abril, o SAPO24 noticiou que outro dos padres afastados, atualmente no concelho de Torres Vedras, também tinha sido alvo de uma denúncia anónima, relativamente a um suposto caso nos anos 80. Previa-se na altura que a Santa Sé demorasse cerca de três meses a analisar o caso.

O SAPO24 sabe que este sacerdote também já voltou a celebrar publicamente nos últimos dias. Em resposta escrita, D. Manuel Clemente confirma que estas "foram investigações diferentes e foram as duas arquivadas".

Outro nome que veio a público foi o caso do o padre Teodoro Sousa, da Malveira e Venda do Pinheiro, que anunciou nas missas de 26 de março que seria um dos sacerdotes afastados, mas não foram divulgados detalhes na comunicação social quanto à denúncia e o Patriarcado de Lisboa não deu qualquer esclarecimento sobre o caso. Neste momento, os paroquianos pedem nas redes sociais o seu regresso.

Sobre o quarto elemento da lista nada foi anunciado na comunicação social nem pelo próprio de forma pública.

De recordar que, no total, o Patriarcado recebeu uma lista de 24 nomes, enviada pela Comissão Independente.

Entre esses nomes, foram identificados cinco padres no ativo suspeitos de abuso sexual que, primeiro, não foram afastados, mas posteriormente o Patriarcado informou que quatro sacerdotes tinham sido afastados preventivamente. O quinto elemento "já tinha sido sujeito a medidas cautelares".

Houve ainda registo de oito sacerdotes já falecidos, dois sacerdotes doentes e retirados e três sacerdotes sem qualquer nomeação.

Quatro são nomes desconhecidos e um dos nomes referia-se a um leigo e outro a um sacerdote que abandonou o sacerdócio.