Em apenas um dia de ação policial, esta segunda-feira, a polícia executou 40 mandados de busca e intercetou 19 membros de uma rede criminosa envolvida no tráfico de migrantes.

A Europol apoiou esta operação, que é o resultado de uma investigação comum entre autoridades húngaras, italianas, romenas e eslovenas. Os criminosos escondiam os migrantes entre mercadorias ou em compartimentos de veículos modificados, demonstrando o maior desrespeito pela segurança e bem-estar dos mesmos.

Em comunicado, a Europol sublinha que: "entre os detidos estão os cinco líderes romenos do grupo, que se acredita terem sido responsáveis ​​pela logística e gestão das atividades criminosas. Os outros suspeitos eram associados criminosos encarregados de recrutar motoristas ou acomodar migrantes nas chamadas casas seguras, duas das quais foram encontradas na Itália".

Este grupo criminoso é suspeito se envolver em mais de 30 incidentes de contrabando desde janeiro de 2023, transportando ilegalmente pelo menos 726 migrantes através das fronteiras europeias.

Os resultados do dia de ação incluem: 19 suspeitos detidos e apresentados ao Ministério Público para prestar declarações, uma carrinha modificada com compartimento especial para tráfego de migrantes apreendida, quatro veículos, um veículo todo-terreno e uma mota, 52 telemóveis, dois cadernos e um tablet apreendidos e cerca de 15.000 euros em várias moedas apreendidos.

O que faziam estes traficantes?

Estes traficantes ofereciam e organizavam viagens em aplicações de mensagens, onde davam a possibilidade de transportar clandestinamente migrantes, muitos dos quais tinham um visto de trabalho temporário na Roménia, passando pela Hungria e Eslovénia até a Itália.

Associações que disponibilizam apoio a migrantes:

JRS Portugal — O gabinete jurídico "tem como objetivo assessorar juridicamente os utentes no seu processo de regularização, bem como emitir pareceres e orientações técnicas internas em matérias de Lei de Estrangeiros, Lei de Asilo e legislação acessória". Saiba mais aqui.

Renovar a Mouraria — Centrada na freguesia de Santa Maria Maior, em Lisboa, esta associação ajuda com os processos de regularização de quem "vive, trabalha, estuda ou tem filhos que estudam" naquela zona. Conheça o projeto aqui.

Lisbon Project — Este projeto tem como objetivo "construir uma comunidade que integra e capacita migrantes e refugiados". Nesse sentido, tem também disponível um gabinete de apoio jurídico. Fique a par de tudo aqui.

Mundo Feliz — Esta associação ajuda os imigrantes no processo de regularização em Portugal e também na procura de emprego, entre outros serviços. Saiba mais aqui.

Linha de Apoio ao Migrante — Esta linha "tem como principal objetivo responder de forma imediata às questões mais frequentes dos migrantes, disponibilizando telefonicamente toda a informação disponível na área das migrações e encaminhando as chamadas para os serviços competentes". Contactos: 808 257 257 / 218 106 191. Mais informações aqui.

Os cidadãos do Bangladeche, Índia, Nepal ou Paquistão que faziam uso desse serviço ilícito pagavam entre 2.500 e 3.000 euros pela viagem e enfrentavam condições de risco de vida frequentemente escondidos em compartimentos especialmente projetados – como paredes duplas – no espaço de carga de carrinhas ou caminhões.

Ao longo da viagem, os criminosos utilizavam veículos adicionais para acompanhar os transportes e ficar atentos à presença da polícia. A maioria dos veículos usados ​​pelos suspeitos estava registado em empresas legais, como empresas de transporte. Os criminosos organizavam as viagens através de redes com sedes diferentes, cada uma a recrutar motoristas para partes separadas da viagem.