O Choque das Tragédias
No dia 7 de outubro tudo mudou e nada mudou. Os atores do drama cruel e conhecidos de todos mantêm-se. Os parâmetros do conflito israelo-palestiniano não foram modificados. Contudo, nesse dia e nas semanas que se seguiram correu tanto sangue que daqui em diante nada poderá manter-se como até então. Toda uma região e todos os que aí vivem ficaram subitamente sem bússola, e com eles também nós. Escrever acerca dos acontecimentos do Médio Oriente neste contexto e em tão pouco tempo representa um desafio. É um facto que somos dois correspondentes veteranos em Jerusalém, mas temos de nos mover por entre a obscuridade dos traumatismos associados a uma atualidade que continua em movimento. Cruzamo-nos com desconhecidos, e por vezes com pessoas que em tempos nos pareceram familiares, mas que deixaram de se assemelhar àquelas com quem nos dávamos. Não que em tempos as coisas fossem muito mais claras, mas isso não significava que não nos conseguíssemos orientar.
O exercício que empreendemos consiste, em primeiro lugar, em tentarmos distanciar-nos. Recolher e depois escrever para não estarmos sujeitos à pressão dos acontecimentos. Tentar identificar os crimes e o sofrimento. Escrever também para evitar que estes momentos terríveis caiam no esquecimento, expulsos da consciência pelas novas atualidades, que sejam deformados ou apagados por aqueles que os vão negar.
Não se trata aqui de relatar os acontecimentos de 7 de outubro e o que se seguiu à maneira do que se faria para um artigo de jornal ou para uma tese académica. Procuramos uma abordagem a meio caminho entre estas duas possibilidades.
Quisemos evitar as simples citações e permitir às pessoas que tiveram a amabilidade de nos responder que mostrassem as suas emoções, as suas ideias, os seus pensamentos e análises à sua vontade. As consequências dos factos são demasiado graves para podermos contentar-nos com fragmentos e extratos de entrevistas.
No decurso das conversas, inicialmente em Israel, na Palestina (exceto em Gaza, que não estava acessível) e em Jerusalém, começámos a avaliar o oceano de sofrimento que o ataque terrorista de 7 de outubro e as represálias israelitas desencadearam sobre todo um território e aqueles que o povoam. Quisemos prolongar estas trocas para dar mais espaço às histórias dos nossos interlocutores, sobreviventes civis, reféns da violência, soldados, mas também jornalistas, políticos e pensadores, israelitas e palestinianos.
Retransmitir e escrever as palavras que as testemunhas e os atores da crise nos dirigiram de uma forma duradoura não é uma maneira de as imobilizar, mas pelo contrário de as fazer viver. Por vezes essas palavras ecoam-se mutuamente e superam assim as divisões. De um modo geral são duas pessoas que se enfrentam enquanto se ignoram, separadas por um fosso imenso. Duas feridas históricas que continuam vivas e se encontram frente a frente na Terra Santa. A Shoá e a Nakba. A primeira é a tentativa, dos nazis e dos seus cúmplices, de aniquilar o judaísmo em todo o continente europeu durante a segunda guerra mundial.
A segunda, designada por um termo que significa a catástrofe em árabe, reenvia-nos para a expulsão e a espoliação de perto de um milhão de palestinianos pelo exército israelita na sequência da proclamação do Estado hebraico em 1948 e durante o conflito árabe-palestiniano que se seguiu. Olhar estas histórias nos olhos é tomar nota dos massacres que as pontuam, das injustiças que as caraterizam.
Recordar que Israel é uma promessa de segurança, sob a forma de um lar nacional, feita a judeus que conheceram muitos séculos de pogroms antes de terem escapado aos campos da morte. Recordar que a comunidade internacional apresentou a conta aos palestinianos, que continuam a pagá-la, quando na realidade eles próprios têm direito à segurança e à autodeterminação. Não se trata de pôr em causa o caráter único de cada uma destas duas histórias, árabe e judaica. Também é preciso evitar a armadilha de as pôr em competição. Pelo contrário, nas palavras que nos foram confiadas temos de admitir que na realidade essas duas histórias estão em colisão permanente. Este livro pretende ajudar a determo-nos nestas palavras para tentarmos assimilar todos os sentidos. Todos terão a oportunidade de continuar a conversa que esperamos que se estabeleça entre as pessoas que lerem estas páginas.
Não falta quem tenha tendência a ignorar os dados históricos. Cidadãos, comunicação social e muitos políticos frequentemente desviaram os olhos do que aconteceu nos últimos anos. Os termos Nakba, pogrom, solução de dois Estados, genocídio, Shoa, territórios ocupados, Linha Verde parecem pertencer ao passado, como se fizessem parte de uma língua morta. A comunidade internacional coletivamente confiou às Nações Unidas a tarefa de lidar com o «problema», gerindo uma aparência de apaziguamento através de programas humanitários de complexidade extrema e custo elevado. A tudo isto podemos acrescentar uma repugnância muito francesa (em Itália e nos Estados Unidos discute-se mais), que consiste em apenas falar em surdina da atualidade do Médio Oriente1, por receio de importar este conflito para um país onde vivem as maiores comunidades judaicas e muçulmanas da Europa e onde o modelo laico está constantemente a ser posto em causa. A interferência dos acontecimentos neste meio foi brutal. As narrativas que aqui reunimos são difíceis, insuportáveis, perturbadoras, num momento em que o horror reaparece.
Será que nós próprios não formámos uma opinião, não tomámos um partido? De que lado estamos afinal? Estas perguntas legítimas estarão sem dúvida entre as primeiras que farão a si mesmos os que pegarem neste livro. Pela nossa parte, não somos neutros. A neutralidade, tal como a perfeição, não é deste mundo, nem sequer é desejável.
A neutralidade absoluta impedir-nos-ia de sentir a perturbação de uma mãe que perdeu o filho ou a impotência de um pai que não consegue proteger o filho de 2 anos. À equidistância fria preferimos o calor de uma objetividade que procura respeitar todas as emoções de que estão carregados os testemunhos publicados neste livro. Se quisemos contar estas histórias, foi em primeiro lugar por elas nos tocarem. As nossas respetivas sensibilidades, as nossas versões, os nossos pontos de vista não são impostos, são simplesmente assumidos. Contar é escolher, ordenar é orientar. A objetividade como a concebemos consiste em saber que não temos nem o dom da omnisciência, nem o da ubiquidade.
Pelo contrário, procuramos restituir a parte da realidade, em toda a sua complexidade, com que fomos confrontados da maneira mais honesta e fiel possível.
Quando designamos um território, o quadro no interior do qual nos situamos e que dita a linguagem que utilizamos é o do direito internacional e dos seus princípios em matéria de regulação do conflito do Médio Oriente. A Resolução 242 das Nações Unidas, tão criticada em Israel, mas aprovada por unanimidade pelo Conselho de Segurança em 1967, define os princípios de uma paz justa e duradoura e rejeita a força como modo de resolução do conflito. Pela nossa parte, estamos do lado da aplicação do direito, por acharmos que se trata do maior denominador comum entre um grande número de países, ainda que não seja sistematicamente respeitado.
Há quem lhe prefira a religião, a história ou as normas locais, por exemplo. Estão também no seu direito, mas esses critérios não oferecem uma base comum tão alargada como o direito internacional e, nesse sentido, mais que unir dividem.
A quem se dirige esta obra? A todos os que conseguimos contactar, maioritariamente civis. Escrevemo-la refletindo acerca do valor e do lugar que atribuímos a certas palavras.
Partimos do princípio de que a palavra de um simples cidadão israelita vale o mesmo que a de um simples cidadão palestiniano.
Não há qualquer razão objetiva para não procedermos desta maneira. Contudo, não acontece o mesmo com outros atores desta história. O Hamas está incluído na lista europeia de organizações terroristas, embora já tenhamos entrevistado alguns dos seus dirigentes, dado que estão à frente do governo da Faixa de Gaza desde 2007. A isto acresce a diferença estabelecida entre o braço político e militar do movimento, aceite por uma parte da comunidade internacional, inclusive França, do lado do Hezbollah libanês. França, por exemplo, mantém contactos com responsáveis políticos do movimento xiita, mas oficialmente não fala aos seus companheiros de armas, que considera fazerem parte de organizações terroristas. Houve ainda outro facto marcante a reforçar a tolerância internacional em relação ao Hamas. Em 2017, a organização fez uma emenda à sua carta estatutária original de 1988. É de facto feita menção a um «consenso nacional» em torno da ideia de um Estado com as fronteiras de 1967, com Jerusalém por capital, mas não renuncia de forma nenhuma à destruição do Estado de Israel, a que não reconhece qualquer legitimidade.
Tratou-se de uma manobra cosmética, cuja falta de fundamento foi revelada com clareza seis anos mais tarde. Optámos por não os contactar para evitar amplificar uma palavra atualmente desqualificada e inaudível, nem que seja pelo número de mortes que causou neste 7 de outubro, um número que nunca tinha sido alcançado desde a criação do Estado hebraico, que marca uma viragem no horror inerente ao conflito. Limitamo-nos por isso a referir as afirmações dos responsáveis do Hamas, em particular dos que se encontram no exílio, feitas através de outros meios.
Também em Gaza nunca houve tantos mortos em tão pouco tempo como desde o 7 de outubro. A dimensão da catástrofe humanitária que aqui se desenrolou desde esta data é igualmente inédita desde a Nakba, de 1948. Um grande número de testemunhas em Gaza acusa o exército israelita de massacres, até de genocídio. No dia 7 de novembro, um mês depois do lançamento da operação israelita, o próprio secretário-general da Organização das Nações Unidas, António Guterres, refere-se a Gaza como um «cemitério de crianças». Nesse dia resume a situação da seguinte forma: «Centenas de crianças, rapazes e raparigas, são mortos ou feridos todos os dias. Em quatro semanas foram mortos mais jornalistas que em qualquer outro conflito nas três décadas anteriores. Foram, além disso, mortos mais funcionários das Nações Unidas que em qualquer período comparável da história da nossa organização.» Num comunicado publicado em 15 de novembro de 2023, o secretário-general-adjunto para os Assuntos Humanitários e coordenador da ajuda de emergência das Nações Unidas, Martin Griffiths, vai ainda mais longe nos termos que usa: «Numa altura em que a carnificina em Gaza alcança todos os dias novos níveis de horror, o mundo continua a assistir chocado aos bombardeamentos de hospitais, à morte de bebés prematuros e à privação de uma população inteira dos meios de sobrevivência mais elementares. Isto não pode continuar.»
Será possível afirmar que os homens e as mulheres que usam o uniforme com as cores do Estado hebraico não têm a intenção de matar civis? Talvez seja possível acreditar nisso, mas de momento não temos maneira de o provar. Na ausência de provas irrefutáveis ou de fontes independentes sobre esta matéria, limitamo-nos ao domínio da crença e não ao do conhecimento. Os que sabem quais são de facto as intenções dos militares israelitas são os que disparam dos tanques Merkava, que disparam mísseis a partir dos cockpits dos caças ou que se escondem por trás dos mecanismos de disparo dos canhões da artilharia. São também os operadores dos novos drones assassinos, os quadricópteros equipados com metralhadoras que podem ser ativadas à distância.
É possível que alguns deles venham a falar um dia. Foi o que aconteceu depois da operação Margem Protetora, em 2014. Num relatório intitulado «Foi assim que combatemos em Gaza», a ONG israelita Breaking the Silence (Romper o Silêncio) deu a palavra a dezenas de soldados que participaram na incursão na Faixa de Gaza. Este relatório reconstitui a violência gratuita e muitas vezes a morte de que foram vítimas civis apavorados em Gaza. A releitura destas entrevistas é ainda mais preocupante por levantar as mesmas questões éticas que já se levantaram em torno da operação Sabre de Ferro. Os testemunhos recolhidos por esta ONG, que os verificou, são perturbadores, mas este modo de expressão, de contestação, de denúncia, este ecossistema não tem equivalente em Gaza.
A distinção, no centro da noção de proporcionalidade, entre combatentes e não combatentes, será uma prioridade operacional? A taxa de mortalidade entre a população civil, segundo a Organização Mundial da Saúde, que considera os dados do Ministério da Saúde de Gaza, afiliado ao Hamas, interpela o limiar a partir do qual os «efeitos colaterais» deixam de ser aceitáveis. Quais são os cálculos dos decisores israelitas quando validam o uso de pelo menos duas bombas com cerca de uma tonelada cada, de acordo com o New York Times, no campo de Jabaliya? De acordo com a UNRWA4, a agência das Nações Unidas de apoio aos refugiados
palestinianos, neste local a norte da cidade de Gaza vivem em tempos normais 116 mil pessoas em cerca de 1,4 km2. O exército de Israel justificou estes ataques dizendo que permitiram a eliminação de um alvo com elevado valor.
Onde está então o limite entre civis e alvos militares que os comandantes e os decisores políticos israelitas estão dispostos a aceitar? Será que de facto existe? E, se for o caso, quem o determina e de acordo com que critérios? A moral?
A pressão internacional? Quando essas decisões são tomadas, quem assume a responsabilidade e perante que instituições? Os juristas já estão a postos para qualificar o que observaram no enclave. O processo vai ser demorado e os obstáculos são muitos. Da mesma forma, os historiadores também vão trabalhar sobre estes dados. Quando os mecanismos da guerra são postos em movimento, a força leva sempre a melhor sobre a justiça.
É igualmente verdade que o uso da palavra «vingança» pelos altos responsáveis israelitas, algumas das suas referências bíblicas e outras afirmações desumanizantes põem em causa a ideia de uma ação exclusivamente guiada pela moral e pela justiça. Quando o primeiro-ministro Benyamin Netanyahu, num discurso pronunciado duas semanas depois do início da intervenção terrestre, evoca a figura de Amalec, por excelência a personificação do inimigo, e pede aos seus compatriotas que recordem o que essa personagem fez sofrer o povo judeu, indica claramente o caminho a seguir. Aproveitamos para recordar aqui a passagem a que o chefe do executivo israelita parece aludir, versículo 3 capítulo 15 do primeiro livro de Samuel: «Vai pois agora ferir Amalec. Votarás ao extermínio tudo o que lhe pertence, sem nada poupar. Matarás tudo, homens e mulheres, crianças e meninos de peito, bois e ovelhas, camelos e asnos.» Quando o Presidente Isaac Herzog é interrogado sobre a necessidade de distinguir entre os civis e o Hamas em Gaza, as suas afirmações são perturbadoras para muitos observadores. Irritado, afirma que «é toda uma nação que é responsável». Voltando ao assunto minutos mais tarde, esclarece o que pretende dizer com a evocação dos «palestinianos inocentes», mas em muitos a dúvida persiste. Quanto ao ministro da Agricultura israelita, descreve a operação Sabre de Ferro como «a Nakba de Gaza em 2023». Há um paralelismo perturbador entre estas afirmações e as de um Hamas que promete a destruição do «inimigo sionista». São duas faces de um radicalismo verbal desinibido e desumanizado em relação a um inimigo apresentado como um todo, no seio do qual todos são culpados.
Esta realidade justifica que sejamos prudentes em relação às afirmações políticas feitas em Jerusalém. O mesmo se aplica de resto ao exército israelita. Assim, o ministro da Defesa, Yoav Gallant, anuncia, em tom punitivo, um cerco completo a toda a população de Gaza, privada de eletricidade, de alimentos e de energia, justificado com o combate a «animais humanos». Nenhum ato de violência gratuita, quer seja cometido por israelitas quer por palestinianos, é desculpável. Quanto às vítimas, tanto valor têm umas como outras. As lágrimas vertidas por cada uma dessas existências cortadas antes do tempo têm o mesmo gosto amargo e salgado.
No fim da guerra, uma comissão de inquérito, judicial ou parlamentar, poderia estabelecer em Israel as responsabilidades precisas de Benyamin Netanyahu na derrota histórica de 7 de outubro de 20233. Os partidos políticos da maioria no poder preparam-se para o fazer, mas certas críticas são cada vez mais partilhadas pela opinião pública israelita.
Entre elas encontra-se a denúncia da estratégia permanente do Likud, ao longo dos últimos anos, de favorecer o Hamas em detrimento do nacionalismo árabe, com a finalidade de travar as reivindicações de um Estado palestiniano.
Dividir para melhor reinar, um jogo perigoso evocado por várias personalidades políticas e já descrito em pormenor em 2009 no livro Le grand aveuglement, de Charles Enderlin.
De que estamos a falar e como? Em primeiro lugar de terror. Não há dúvida de que o terrorismo atingiu várias comunidades do sul de Israel no dia 7 de outubro de 2023.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos do Homem admite que não existe uma definição universalmente reconhecida e aprovada de terrorismo, mas ainda assim sugere a aceitação da seguinte: «O terrorismo implica a intimidação ou a coerção de populações ou de governos pela ameaça ou pela perpetração de atos de violência que causem a morte, feridas graves ou a tomada de reféns.»
À luz destes termos, será aceitável decretar que existiu igualmente na Faixa de Gaza quando o exército de Israel aí entrou depois do dia 7 de outubro? É o que pensam e dizem muitos dos habitantes do enclave. Ainda aqui, na impossibilidade de aceder de forma direta ao território, é impossível decidir esta questão. No entanto, no decurso da nossa investigação dos factos, crónicas de vidas destruídas, o inimigo esconde-se numa palavra para que devemos estar prevenidos, por trair uma aceitação ou banalização insuportável de algumas crueldades que vão para lá da nossa capacidade de compreensão. Esta palavra é o «mas» que por vezes se insinua entre duas orações numa frase que serve para descrever duas realidades dramaticamente diferentes de um e do outro lado da vedação. É nesse desencontro entre as narrativas dos palestinianos e as dos israelitas que se joga o conflito das tragédias e dos sofrimentos. Este «mas» serve para engrandecer o drama de uns à custa do dos outros, para introduzir dois pesos e duas medidas que só servem para tornar ainda mais intensas as feridas e as divisões. Devemos por isso preferir o «e» (ao «mas»), que evita as competições doentias e faz coexistir as infelicidades no campo da nossa atenção.
Este livro não serve, portanto, nem para convencer nem para acusar, mas para registar e testemunhar.
Ao escrevê-lo procurámos evitar os garrotes, tanto da indiferença como do terror. Procurámos, junto dos nossos interlocutores israelitas e palestinianos, uma centelha de esperança, que não fosse apenas uma ilusão de espíritos ingénuos e bem-pensantes. Os dados políticos e históricos da partilha da terra entre israelitas e palestinianos não podem ser ignorados e trocados por visões modernas ultrarreligiosas, civilizacionais e identitárias do conflito. Numa altura em que os extremistas no mundo inteiro se apoderam do tema de uma forma caricatural e jogam com as palavras de ordem populistas da «guerra religiosa» ou da «guerra das civilizações», nada nos impede de ouvir previamente, sem tomar partido nem julgar de forma apressada, as palavras quer dos palestinianos quer dos israelitas de todas as tendências.
Comentários