
Keyla Brasil foi a autora de um protesto no Teatro S. Luiz por causa de uma peça em que o papel de uma personagem trans era protagonizado por um ator cisgénero, a que Keyla chamou de “transfake”.
Segundo o Jornal de Notícias, o desaparecimento da atriz ocorreu durante uma viagem de autocarro de Keyla desde Tábua a Lisboa.
“A atriz e performer trans ficou incomunicável por volta das 16 horas de sexta-feira, 27 de janeiro, altura em que foi vista já no autocarro. Nas redes sociais, a Casa T, que acolhe e apoia pessoas trans imigrantes, apelou a quem a tivesse contactado posteriormente para partilhar a informação”, escreve o JN.
A atriz tinha-se refugiado “nas montanhas” por ter recebido “ameaças e mensagens de ódio” depois do protesto.
Segundo as responsáveis pela Casa T, adianta o Público, Keyla Brasil enviou “três pedidos de socorro a três pessoas diferentes da comunidade transvestigênere”, às 15h14 de sexta-feira. “Não foi uma comunicação convencional”.
Após o apelo, alguns conhecidos da atriz foram a Tábua, mas esta "já não estava lá. A gente fez uma pequena busca no lugar onde ela estava hospedada, e assim que percebemos que os pertences dela não se encontravam lá, a gente se dirigiu imediatamente à esquadra da GNR de Tábua para apresentar a denúncia de desaparecimento.”
O desaparecimento foi comunicado à PSP e foram "adoptadas medidas que, em função da situação concreta, se afiguram urgentes”. A força de segurança não quis, todavia, avançar mais detalhes.
O telemóvel da atriz tem-se mantido desligado.
No protesto, Keyla Brasil interrompeu a peça e invadiu o palco a gritar "Transfake! Desce do palco! Tenha respeito por este lugar".
A manifestação foi filmada pelo público, que partilhou a sua intervenção nas redes sociais.
O ator, que representava o papel de Lola (transexual), foi substituído pela atriz trans Maria João Vaz.
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