Decididos, em direção um do outro, diante das bandeiras dos respetivos países, Donald J. Trump e Kim Jong-un fizeram história. Não é história porque seja a primeira vez que os líderes dos Estados Unidos da América e da Coreia do Norte se cumprimentam diante do mundo. História porque há menos de um ano queriam mutuamente obliterar-se.
Pouco depois das 9:00 da manhã em Singapura (2:00 em Lisboa), Trump e Kim cumprimentaram-se diante das cores dos respetivos países. Apesar das diferenças, que os afastam já desde a Guerra Fria, os pavilhões de ambos os países partilham o vermelho, o branco e o azul. O resto foram sorrisos e toques no corpo um do outro, numa dança de linguagem corporal entre aqueles que são provavelmente os líderes mais carismáticos, icónicos e imprevisíveis do presente.
Depois de cerca de meia-hora num encontro privado, onde Trump e Kim fizeram-se acompanhar apenas pelos respetivos tradutores, os líderes dos Estados Unidos e da Coreia do Norte reuniram-se com as respetivas comitivas para discutir uma agenda que não é conhecida, mas que passará sobretudo pela desnuclearização da Coreia do Norte — e o esclarecimento do que isso significa.
Depois da reunião bilateral, as comitivas seguiram para um almoço de trabalho, ao qual se seguiu um passeio. Por esta altura já Trump antecipava uma cimeira que "correu melhor do que qualquer um podia imaginar".
A assinatura do documento com os compromissos em torno deste "encontro histórico" aconteceu pelas 13:40 de Singapura, 6:40 em Lisboa. Os termos já são conhecidos, sendo de salientar que Kim se compromete a trabalhar no sentido da "completa desnuclearização" da península coreana, processo que deverá "ser iniciado muito em breve", diz Trump. A par, os Estados Unidos e a Coreia do Norte vão unir esforços para construir uma paz duradoura e estável na península coreana, e manifestaram o desejo de estabelecerem entre si [EUA e Coreia do Norte] uma relação que promova a paz e a prosperidade. Há ainda uma alínea que prevê o repatriamento de prisioneiros. Os dois países devem regressar à mesa das negociações o mais brevemente possível, conversações estas que serão lideradas pelo secretário de Estado norte-americano Mike Pompeo e um oficial da Coreia do Norte não identificado nesta fase, prevê o documento.
Seguiram-se mais apertos de mão e rasgados elogios. Com a promessa de um convite a Kim para visitar a Casa Branca, Trump deu conta de "um dia formidável", em que ficou a conhecer um Kim "talentoso" e que "ama muito o seu país". Já o líder norte-coreano, assinalou o "início de uma nova era", prometendo ao mundo "uma grande mudança".
Já depois do encontro, em conferência de imprensa, Trump avançou com alguns detalhes que não constam do documento assinado, sendo eles: as sanções à Coreia do Norte irão manter-se até que a ameaça nuclear esteja afastada; a Coreia do Norte já começou a destruir um local de teste de mísseis; e foi acordado retorno dos restos mortais de soldados que morreram no conflito entre as duas Coreias e que se mantêm em solo norte-coreano.
Este é o primeiro encontro entre os líderes dos dois países depois de quase 70 anos de confrontos políticos no seguimento da Guerra da Coreia e de 25 anos de tensão sobre o programa nuclear de Pyongyang.
Este encontro histórico ocorre depois de, em 2017, as tensões terem atingido níveis inéditos desde o fim da Guerra da Coreia (1950-53), face aos sucessivos testes nucleares de Pyongyang e à retórica beligerante de Washington.
A cimeira, acompanhada atentamente em todo o mundo, resulta de uma corrida contra o tempo - com uma frenética atividade diplomática em Washington, Singapura, Pyongyang e na fronteira entre as duas Coreias -, em que houve anúncios, ameaças, cancelamentos e retratações surpreendentes. O preço a pagar? Pelo menos no imediato, 20 milhões de dólares da Singapura (cerca de 12,7 milhões de euros) foram investidos na paz mundial.
O encontro foi assim (hora de Singapura):
- 13:50 — Terminou o encontro. De volta ao lugar onde se iniciou o dia, ladeados com as bandeiras da Coreia do Norte e dos Estados Unidos, e com o acordo agora assinado na mão, os dois líderes voltaram a cumprimentar-se. "Tivemos um dia formidável, em que aprendemos muito um sobre o outro e sobre os nossos países. (...) Aprendi que [Kim] é um homem talentoso e também aprendi que ele ama muito o seu país". O presidente dos Estados Unidos assumiu ainda que este encontro permitiu estabelecer "um vínculo muito especial" com o líder norte-coreano, ficando desde já a promessa de um convite para um encontro na Casa Branca.
- 13:40 — Donald Trump e Kim Jong-un assinam documento conjunto que assinala o encontro de hoje em Singapura. "O documento que estamos a assinar é bastante abrangente, acho que ambas as partes ficarão impressionadas com o resultado", disse Trump, que se mostrou orgulhoso do acordo alcançado, acrescentando que a relação entre as duas Coreias será muito diferente daqui por diante, já que ambos irão tratar de um assunto relevante para o mundo que é a desnuclearização — e que deverá ser "iniciada muito em breve", acrescentou. O encontro superou as expectativas de qualquer pessoa, disse ainda o líder norte-americano. "Houve muito boa vontade investida aqui, muito trabalho, muita preparação. Estamos orgulhosos do que aconteceu hoje", disse ainda Trump. Já Kim Jong-un falou de um "encontro histórico" e do "início de uma nova era" em que se decidiu "deixar o passado para trás", prometendo que "o mundo verá uma grande mudança". Um aperto de mão selou este encontro, sendo que Trump dará uma conferência de imprensa daqui a sensivelmente duas horas para avançar mais detalhes. Os termos do documento hoje assinado não são conhecidos.
- 13:19 — Imprensa aguarda numa sala cerimonial, onde, ao que tudo indica, os dois líderes vão assinar um documento. Segundo a CNN trata-se de um documento que reconhece os avanços alcançados com este encontro e compromete os dois líderes a prosseguir o caminho da pacificação.
- 12:36 — Trump e Kim, mostram as televisões, estão já no exterior da sala onde decorreu o almoço. Os líderes caminham lado a lado pelos jardins do hotel e falam à imprensa. Correu melhor do que "qualquer um podia imaginar", disse o presidente norte-americano. "Muito progresso", continua, adiantando que os dois seguirão agora para uma assinatura, sem esclarecer do quê.
- 11:44 — Os dois líderes estiveram num almoço de trabalho. A ementa é uma mistura cultural, que junta as cozinhas oriental e ocidental.
- 11:03 —Tradutores citados pelas agências internacionais citam uma curta mas esclarecedora frase que Kim Jong-un terá dito a Trump através de um tradutor: "Muitas pessoas no mundo vão olhar para isto como uma cena de uma fantasia... de um filme de ficção científica".
- 09:53 — Donald Trump e Kim Jong-un passam à segunda parte do encontro. Já depois da reunião mais restrita, os dois líderes participam, com alguns conselheiros, numa reunião bilateral para discutir a desnuclearização da Coreia do Norte.
- Numa breve declaração à imprensa, logo após o aperto de mão, Trump diz estar confiante de que a conversa com Kim vai ser um "tremendo sucesso". "Vamos ter uma relação fantástica, sem dúvidas", acrescentou.
- 09:04 — Os líderes dos Estados Unidos e da Coreia do Norte cumprimentam-se e posam lado a lado para a imprensa e para o mundo. Segue-se uma reunião a quatro: Trump, Kim e os tradutores.
- 08:33 — Donald Trump e Kim Jong-un e as respetivas comitivas já estão no hotel onde vai decorrer o encontro.
- 08:04 — A caminho do encontro, Donald Trump não deixa de publicar nas redes sociais: Trump congratula-se com uma decisão do Supremo Tribunal norte-americano. E já no hotel, às 8:35 locais, Trump (ou um seu ajudante) publicava uma nota sobre o ataque cardíaco de Larry Kudlow, conselheiro económico da Casa Branca. Sobre o encontro? Nada.
- Pouco antes das oito da manhã locais, Donald Trump e Kim Jong-un abandonaram os respetivos hotéis a caminho do local do encontro. Lá, depois de um histórico aperto de mão, terão uma conversa a sós (apenas com os tradutores), seguida de uma reunião com as comitivas.
Os momentos-chave deste encontro em imagens
Dois líderes a caminho da história
Encontro histórico. De ambos os lados, é assim que a imprensa define a cimeira entre o líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o presidente norte-americano, Donald Trump. O momento, há muito aguardado, aconteceu esta terça-feira em Singapura, depois de avanços e recuos, nas últimas semanas, que o puseram sempre em causa.
Mas os desencontros dos últimos dias são nada. Quem visse o estado das relações entre os dois países há apenas alguns meses, encontrava os respetivos líderes mais perto de um duelo nuclear do que de um amigável encontro numa ilha de Singapura. Porém, ei-los.
A cimeira entre Trump e Kim tinha como objetivo debater a desnuclearização do regime norte-coreano. Este é o primeiro encontro entre os líderes dos dois países depois de quase 70 anos de confrontos políticos no seguimento da Guerra da Coreia e de 25 anos de tensão sobre o programa nuclear do país asiático.
As expectativas em torno do encontro eram elevadas, assim como as incertezas, após três meses de acidentadas negociações, em que a cimeira chegou mesmo a ser cancelada por Donald Trump.
Apesar de nenhuma das partes ter divulgado a agenda, o principal tema do inédito encontro, que decorrerá no hotel Capella, na cidade-Estado de Singapura, é encontrar uma forma de levar a cabo a desnuclearização da Coreia do Norte.
O regime de Kim Jong-un mostrou-se disposto a abandonar o seu programa nuclear durante a cimeira que as duas Coreias realizaram a 27 de abril, na zona desmilitarizada da fronteira, mas não quer que se lhe imponha uma fórmula unilateral, pretendendo um processo de desarmamento progressivo.
Por seu lado, a administração de Trump mostrou-se sempre irredutível em relação ao que exige de Pyongyang - uma desnuclearização “completa, verificável e irreversível” -, mas, nos últimos dias, abriu a porta a um processo de desnuclearização “por fases”.
Este encontro histórico ocorre depois de, em 2017, as tensões terem atingido níveis inéditos desde o fim da Guerra da Coreia (1950-53), face aos sucessivos testes nucleares de Pyongyang e à retórica beligerante de Washington.
Na véspera do encontro, Donald Trump resumia na rede social Twitter as expectativas:
"As reuniões entre as equipas e os representantes [dos dois países] estão a correr bem e rapidamente... mas no fim, isso não importa. Cedo, saberemos todos se um acordo, ao contrários dos do passado, pode acontecer!", escrevia o presidente dos Estados Unidos da América.
Mas, apesar da espetacular aproximação diplomática dos últimos meses, persistem muitas dúvidas sobre a cimeira entre os dois dirigentes.
Trump, que tem pouco mais de 500 dias na Casa Branca, vive um dos momentos mais importantes da sua presidência no cenário internacional, onde tem desagradado a muitos líderes, inclusive alguns dos aliados dos Estados Unidos.
Kim Jong Un, que até este ano não havia realizado nenhuma visita oficial ao exterior, aparentou desenvoltura diante das câmaras durante seu encontro com o líder singapuriano.
Na noite de segunda-feira, o líder norte-coreano, que chefia um dos países mais fechados do mundo, desfrutou de um passeio em Singapura e visitou, visivelmente encantando, os locais turísticos mais emblemáticos da cidade.
Trump, que costuma vangloriar-se da sua capacidade de negociação e do seu instinto, assegura que saberá "desde o primeiro minuto" do encontro se Kim estará disposto a avançar. A incógnita agora é saber se, apesar dos preparativos caóticos e dos sinais às vezes contraditórios enviados pelo governo Trump, o presidente norte-americano conseguirá o que nenhum de seus antecessores conseguiu.
Analistas e historiadores acreditam haver uma possibilidade, mas lembram que o regime de Pyongyang tem um histórico de promessas descumpridas. Em 1994 e em 2005 foram fechados acordos nunca aplicados.
"Trump provavelmente cantará vitória seja qual for o resultado da cimeira, mas a desnuclearização da península coreana é um processo que vai levar anos", avalia Kelsey Davenport, da Arms Control Association, citado pela agência France-Presse. A "verdadeira prova" será "a adoção ou não pela Coreia do Norte de medidas concretas para reduzir a ameaça que representam as suas armas nucleares".
O chefe da diplomacia norte-americana, Mike Pompeo, garante, no entanto, que a situação é totalmente diferente desta vez e que o encontro dará frutos. "Só há dois homens que podem tomar decisões de tamanha importância. Estes dois homens estarão sentados na mesma sala", afirmou Pompeo na véspera da cimeira.
2017. À beira do cataclismo nuclear
O ano passado trouxe os ares frios de outros tempos.
Em junho, diante do ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, o líder norte-coreano reiterava o compromisso "consistente e imutável" para a desnuclearização da península da Coreia. Kim Jong-un dizia esperar que o processo de desnuclearização decorra de “forma progressiva”, sublinhando que o tema deve resolver-se mediante “um efetivo diálogo e negociações construtivas” com os Estados Unidos.
A críptica mensagem constrasta com o ambiente de há alguns meses, quando Kim e Trump ameaçavam fazer desaparecer com o país um do outro. A verdade é que os dois países se enfrentam há décadas. A Coreia do Norte invadiu o Sul em 1950, provocando uma guerra em que a Coreia do Sul foi assistida por um contingente da ONU, liderado pelos Estados Unidos, que enfrentou as tropas de Pyongyang, auxiliadas pela Rússia e pela China, bem ao estilo do que foi a Guerra Fria, que sucedeu a segunda guerra mundial.
O conflito na península coreana terminou com um armistício que selou a divisão dos países — sem um tratado de paz.
Ao longo dos anos, a Coreia do Norte continuou a lançar provocações esporádicas, ao mesmo tempo que avançava o seu programa nuclear, apresentado como uma garantia contra os riscos de uma invasão norte-americana.
No ano passado, realizou o teste nuclear mais poderoso da sua história e testou mísseis capazes de atingir o continente dos Estados Unidos, alimentando tensões, que atingiram níveis sem precedentes, com ameaças e insultos trocados entre Kim e Trump.
Logo no início de 2017, a 2 de janeiro, Donald Trump afirmou que a Coreia do Norte jamais poderia desenvolver um míssil nuclear capaz de atingir o território americano. A resposta chegou em julho, com Pyongyang a testar mísseis intercontinentais e o agora líder Kim Jong-un a dizer que "todo o território americano estava a seu alcance".
A escalada prossegue e, já a 8 de agosto, Trump promete "fogo e ira" contra a Coreia do Norte. A 29 de agosto, Pyongyang testa um míssil balístico que sobrevoa o território japonês e Trump diz que "discutir" com a Coreia do Norte "não é a solução".
No dia 3 de setembro, os norte-coreanos realizam seu sexto teste nuclear, afirmando que explodiram uma bomba H.
Após afirmar na ONU que "destruirá totalmente" a Coreia do Norte e qualificar Kim Jong-un de "homem foguete", Trump enviou em 23 de setembro bombardeiros às imediações da costa norte-coreana. Pyongyang reagiu ameaçando derrubar os aviões e acusando Trump de "declarar guerra".
Em 26 de setembro, Washington sanciona oito bancos norte-coreanos e 26 cidadãos do país acusados de financiar o desenvolvimento do programa nuclear de Pyongyang.
De quem é a arma maior?
A dada altura, o confronto entre Trump e Kim ganhou uma escala... diferente. O líder da superpotência do Ocidente e líder da nação asiática discutiam qual deles tinha a maior arma, o maior botão, para fazer o outro (e tudo à volta) desaparecer da face da Terra.
Os grupos que acompanham o tema de perto estimam a potência do sexto e último teste nuclear feito em setembro em 250 quilotoneladas, ou seja, a Coreia do Norte fez testes com engenhos 16 vezes mais fortes do que a bomba norte-americana que destruiu Hiroshima (Japão) em 1945.
Segundo o livro branco de Defesa de Seul, o relatório mais recente publicado, a Coreia do Norte tem 50 quilos de plutónio armazenados, estimados como suficientes para dez bombas, e uma capacidade "considerável" para produzir armas de urânio, cita a agência France-Presse.
Em 2017, o jornal norte-americano 'Washington Post' citou uma informação das secretas americanas que dizia que a Coreia do Norte tem cerca de 60 dispositivos nucleares. O país tem experiência em construir túneis e acredita-se que estejam guardados em depósitos subterrâneos espalhados pelo território.
A eficácia desse armamento, porém, ainda não foi comprovada. Isto é, não se sabe se as armas nucleares funcionam num míssil comandado, capaz de fazer as manobras necessárias para ser uma ameaça real.
Mas para além do arsenal nuclear, acredita-se que a Coreia do Norte tenha entre 2.500 e 5.000 toneladas de armas químicas desenvolvidas a partir da década de 1980, também segundo informação militar da Coreia do Sul.
Do outro lado do mundo, o Departamento de Estado norte-americano, diz quem a 1 de setembro, os Estados Unidos tinham um total de 1.393 ogivas nucleares mobilizadas que podem ser lançadas por terra, mar e ar.
Também afirmam possuir mais milhares em depósitos e outras à espera de ser desmanteladas, afirmam ativistas. A Associação para o Controlo de Armas estimou o total em 6.550 em 2017.
Os Estados Unidos retiraram as armas nucleares que tinham na Coreia do Sul na década de 1990 e Seul não tem um arsenal próprio. Mas os EUA podem atingir qualquer posição com armas convencionais, ou com munições nucleares. E é isso que tem preocupado a Coreia do Norte.
Pyongyang diz que precisa das armas nucleares para se defender dos Estados Unidos e interpreta as ameaças de forma ampliada. Segundo o tratado de defesa mútua de 1953 entre Coreia do Sul e Estados Unidos, Washington tem o dever de ajudar o seu aliado asiático se este for atacado.
Os Estados Unidos contam com 28.500 militares no país e o arsenal nuclear de Washington é uma peça-chave das suas capacidades de defesa mesmo com a política de "não utilização em um primeiro momento". No passado, Pyongyang pediu o fim desta aliança e que os EUA retirem as tropas do Sul.
Apesar disso, disse Mike Pompeo, secretário de Estado dos EUA, que já esteve com Kim Jong-un, o líder norte-coreano está pronto para se desnuclearizar. Esse é o desejo de Trump, que tem sido inequívoco na afirmação de que "não desnuclearizar seria algo inaceitável".
A Coreia do Norte vem reiterando o seu compromisso com a desnuclearização da península, mas esta afirmação é um eufemismo diplomático que está aberto a interpretações em ambos os sentidos, e Pyongyang não deu indícios públicos de que concessões poderia fazer.
Segundo Seul, o país ofereceu a possibilidade de renunciar às armas nucleares em troca de garantias de segurança não especificadas. Numa visita à China em março, a imprensa oficial chinesa indicou que Kim teria dito que o assunto pode ser resolvido se Seul e Washington adotarem "medidas progressivas e sincronizadas para a realização da paz". O que é que isto significa? É difícil saber.
Dos jogos de guerra aos Jogos Olímpicos
A oportunidade proporcionada pelos Jogos Olímpicos de Inverno em fevereiro deste ano, na Coreia do Sul, catalisou uma série de reuniões com o líder de Seul, Moon Jae-in, que procurou pavimentar o diálogo. Kim encontrou-se duas vezes com Moon e com o presidente chinês Xi Jinping.
Pyongyang também procurou demonstrar boa vontade ao libertar cidadãos norte-americanos detidos e destruir o local onde os seus testes nucleares eram realizados.
[Com AFP e LUSA]
Comentários