“Acredito que, neste momento, a Rússia se tornou um Estado pária. Esperamos que, dentro de pouco tempo, sejam os próprios russos a perceber isso”, sustentou Jaume Duch numa entrevista à Europa Press.

O porta-voz do Parlamento Europeu sublinhou que os oito pacotes de sanções aprovados até hoje “isolam o núcleo duro do Kremlin” e são uma forma de fazer a Rússia “perceber que esta guerra, entre outras coisas, é como um cancro para o seu próprio futuro”, pois as sanções estão a causar muitos danos à economia russa.

Duch lembrou que as sanções levaram à saída de centenas de empresas europeias, bem como ao isolamento diplomático internacional.

“A Rússia foi retirada de muitos fóruns de discussão sobre praticamente qualquer tipo de política” e também em debates no âmbito das Nações Unidas, acrescentou.

Duch argumentou que “ainda há muito a fazer” em termos de sanções e lembrou que o Parlamento Europeu aprovou várias resoluções, com ampla maioria, embora não por unanimidade, “que se comprometem a insistir nas sanções contra a Rússia nos próximos meses”.

A ofensiva militar lançada em 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas — mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,7 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia -, entrou hoje no 248.º dia e foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição de sanções políticas e económicas ao Kremlin.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra, 6.374 civis mortos e 9.776 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.