Tomás Correia tem feito tabu sobre se será novamente candidato ou não a presidente do Conselho de Administração da Associação Mutualista Montepio Geral, cargo que ocupa há 10 anos (e que até 2015 acumulou com a presidência da Caixa Económica Montepio Geral).
Em 14 de setembro, disse à Lusa que ainda não decidiu, mas avisou que não haja “dúvidas de que vai aparecer um candidato proposto pelo [atual] Conselho de Administração”.
Tem sido referido que a ex-ministra socialista Maria de Belém poderá integrar essa lista.
Sobre a oposição que se perfila, Tomás Correia considerou que “as alternativas não têm qualidade e não têm determinação para poder assumir tamanha responsabilidade”.
Associados do Montepio que se opõem à gestão de Tomás Correia, incluindo alguns que no passado concorreram em listas separadas, têm estado em contacto nos últimos meses para preparem uma lista única de oposição, que tenha mais possibilidade de chegar à liderança da mutualista.
O atual administrador da Associação Mutualista Ribeiro Mendes, que já se afastou publicamente da gestão de Tomás Correia, integra esse grupo.
Foi já mesmo publicado um manifesto de oposição a Tomás Correia a dizer que os candidatos à mutualista não podem ter suspeitas de idoneidade.
Tomás Correia foi constituído arguido em processos relacionados com negócios imobiliários, segundo a imprensa. O responsável máximo da Associação Mutualista Montepio é ainda citado num processo do Banco de Portugal por não ter introduzido atempadamente no banco Montepio controlo de movimentos financeiros que poderão ser ilícitos.
Contudo, ainda persistem dúvidas de que haja apenas uma lista única da oposição, estando esse assunto ainda a ser negociado entre as personalidades que integram esse grupo.
A Associação Mutualista Montepio Geral é o topo do Grupo Montepio, que tem como principal empresa o banco Caixa Económico Montepio Geral.
As eleições que se realizam em 07 de dezembro servirão para eleger o Conselho de Administração da Associação Mutualista Montepio, a Mesa da Assembleia Geral, o Conselho Fiscal e o Conselho Geral para o triénio 2019-2021.
A Associação Mutualista Montepio Geral teve lucros consolidados de 831 milhões de euros em 2017, o que compara com prejuízos de 151 milhões de euros em 2016.
As contas foram fortemente influenciadas pelos créditos fiscais, por reconhecimento de ativos de impostos diferidos. Tal provocou polémica, com críticas e pedidos de esclarecimento por parte dos partidos PSD, CDS-PP, PCP e Bloco de Esquerda.
A Associação Mutualista Montepio Geral, liderada por Tomás Correia, é o topo do Grupo Montepio, tendo mais de 600 mil associados. A sua principal empresa é o banco Caixa Económica Montepio Geral, liderado por Carlos Tavares (ex-ministro do Governo PSD/CDS-PP de Durão Barroso e ex-presidente da Comissão do Mercado de Valores Mibiliários).
As candidaturas podem ser apresentadas até ao final do mês.
Comentários