“Sim, ele participou da fase inicial” da organização das conversações, disse o assessor de imprensa da Presidência russa, sublinhando que, agora, as negociações só decorrem entre as duas delegações.

O jornal norte-americano The Wall Street Journal informou que, no início deste mês, funcionários do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos prepararam uma série de sanções contra o oligarca russo, após a ofensiva militar lançada pelo Kremlin, em 24 de fevereiro, contra a Ucrânia.

No entanto, o Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca suspendeu essas sanções, a pedido do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que recomendou ao seu homólogo norte-americano, Joe Biden, que não aplicasse de imediato as medidas punitivas a Abramovich, já que ele poderia vir a servir de mediador com a Rússia no processo negocial, de acordo com o The Wall Street Journal.

Em vários países — incluindo Portugal, onde Abramovich conseguiu a naturalização, pela sua alegada ascendência judaica sefardita — houve movimentações políticas de indignação por o oligarca não ter sido incluído em todas as listas de alvos das sanções económicas contra Moscovo.

Embora Abramovich não faça parte da lista de oligarcas russos sancionados nos Estados Unidos, ele foi sancionado pelo Governo do Reino Unido e pela União Europeia (UE), pela sua “estreita relação de décadas” com o Presidente russo, Vladimir Putin.

Como resultado dessas sanções, que congelaram os bens de Abramovich e o impediram de entrar no Reino Unido e na UE, o bilionário russo anunciou a venda do clube de futebol inglês Chelsea.