Após plantar uma árvore no Jardim Botânico José do Canto, o que já tinham feito os antigos chefes de Estado Mário Soares e Jorge Sampaio, Marcelo Rebelo de Sousa realçou o simbolismo deste ato, o primeiro, “acabado de chegar a esta grande terra com grande gente, antes mesmo desse outro momento espiritual que projeta essa terra e essa gente em todo o mundo”.
O Presidente da República referia-se às festas do Senhor Santo Cristo dos Milagres, em cuja procissão participa esta tarde.
“Quer isso dizer que são os valores a realidade mais determinante na vida das sociedades e que esses valores se exprimem tão depressa na fé, como na preservação do património cultual, no sentido mais amplo do termo, porque a História se faz de cultura, as comunidades se fazem de cultura”, declarou.
Marcelo Rebelo de Sousa considerou ainda que “para Portugal nada [é] de mais prestigiante do que ver os Açores afirmar-se em termos culturais em toda a sua pujança, internamente e externamente”.
“Este pequeno gesto, selado num dia maravilhoso em que nem o sol deixou de nos acompanhar, significa o reatar de uma tradição presencial e louvar, homenagear, uma linhagem familiar que é mais do que familiar, é comunitária, ao serviço dos Açores e, por isso, também, ao serviço de Portugal”, acrescentou.
No Jardim Botânico José do Canto, Marcelo Rebelo de Sousa, onde chegou acompanhado das mais altas figuras da Região Autónoma dos Açores, foi recebido pela Filarmónica Nossa Senhora das Neves, uma das antigas da ilha de São Miguel, que tocou os hinos dos Açores e de Portugal.
Aqui, o chefe de Estado plantou um azevinho.
O Jardim Botânico José do Canto é um imóvel de interesse público e está inscrito no “Botanic Gardens Conservation Secretariat”, organismo dependente da UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura.
Criado por José do Canto (1820-1898) em meados do século XIX, o espaço tem cerca de 400 espécies de todo o mundo catalogadas, sendo que cerca de 140 são árvores e muitas delas monumentais.
O administrador da Fundação do Jardim José do Canto, Augusto Athayde, salientou a presença do chefe de Estado no espaço, “na continuação de uma amizade e ao abrigo de uma vivência de afetos construídos e cultivados reciprocamente” pelas duas famílias ao longo de gerações”.
Augusto Athayde destacou depois o legado do José do Canto, o seu quarto avô, cuja fundação tem procurado manter “preservando e acautelando a reprodução das várias espécies classificando-as e dando-as a conhecer a todos os interessados, sempre com a preocupação de partilhar“ com todos aqueles que visitam o jardim.
O administrador da fundação destacou ainda a possibilidade de conhecimento e fruição daquele espaço, “que é também e sobretudo de respeito pelo ambiente”, colaborando desta forma também para a proteção natural dos Açores.
(Notícia atualizada às 17h51)
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