“As declarações de Orlando Figueira foram muito contundentes, muito rigorosas e puseram em crise a tese da acusação”, disse João Correia à saída da primeira sessão de julgamento do processo ‘operação Fizz’ que, além de Orlando Figueira, tem como arguidos o advogado Paulo Blanco e o engenheiro Armindo Pires, apontado como o homem de confiança do ex-vice-Presidente de Angola Manuel Vicente.
Segundo João Correia, o depoimento de Orlando Figueira, acusado de ter sido corrompido por Manuel Vicente, “esmiuçou ponto por ponto a acusação” do Ministério Público, que, na opinião do advogado de Paulo Blanco “é muito frágil”.
A estratégia de defesa de Orlando Figueira passa por tentar desmontar os mais de 370 pontos da acusação, alegando que não conhece Manuel Vicente e trazendo à colação que o ex-presidente do Banco Privado Atlântico Carlos Silva e a gestora do BPA Graça Proença de Carvalho podiam ter sido constituídos arguidos.
O processo ‘operação Fizz’ prossegue na terça-feira com Orlando Figueira a rebater os restantes pontos da acusação.
O julgamento começou hoje de manhã com o coletivo de juízes a determinar a separação do processo que envolve Manuel Vicente, após um requerimento da procuradora Leonor Machado e do advogado de defesa do ex-presidente da Sonangol nesse sentido.
Após a separação da matéria criminal que envolve Manuel Vicente, à data dos factos presidente da Sonangol, o processo Operação Fizz, tem como arguidos o ex-procurador do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) Orlando Figueira, o empresário Armindo Pires e o advogado Paulo Blanco.
O processo tem por base acusações a Manuel Vicente de ter corrompido Orlando Figueira para que o então procurador arquivasse dois inquéritos, um deles o caso Portmill, relacionado com a aquisição de um imóvel de luxo no Estoril.
As autoridades angolanas informaram hoje que não foi possível notificar Manuel Vicente das acusações de corrupção ativa em coautoria com Paulo Blanco e Armindo Pires, branqueamento de capitais em coautoria com Paulo Blanco, Armindo Pires e Orlando Figueira e de falsificação de documento com os mesmos arguidos.
O ex-procurador do DCIAP está pronunciado por corrupção passiva, branqueamento de capitais, violação de segredo de justiça e falsificação de documentos, o advogado Paulo Blanco por corrupção ativa em coautoria, branqueamento também em coautoria, violação de segredo de justiça e falsificação de documento em coautoria.
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