"Não sei se será preciso que eu faça parte do processo de mudança, mas se mais ninguém se apresentar, então irei fazê-lo", declarou à agência Lusa Michael Avenatti, à margem de um debate na cidade de West Hollywood, no estado da Califórnia.
O advogado referiu não ter ainda um calendário para tomar uma "decisão final", porque tudo depende do tipo de candidatos democratas que surgirem a disputar a nomeação às presidenciais. "Vamos ver o que acontece", sublinhou.
Avenatti disse estar confiante de que o Presidente norte-americano, Donald Trump, não cumprirá o mandato até ao fim, e considerou que este é um momento "crítico e perigoso" na história dos Estados Unidos, com implicações sérias para a posição do país no mundo.
"O que tenho a dizer [à Europa] é que Donald Trump não reflete os valores da América. E mesmo que as pessoas estejam nervosas quanto à direção que a América está a tomar, esperamos que essa direção mude", disse à Lusa.
"Deem uma oportunidade à América para regressar à posição onde estava no mundo e o que significou no passado", acrescentou.
O advogado ganhou visibilidade pública desde que aceitou o caso de Stormy Daniels, uma mulher de 39 anos que recebeu 130 mil dólares (cerca de 112 mil euros) antes das eleições de 2016 para silenciar um alegado relacionamento com Donald Trump.
O processo interposto por Stormy Daniels contra o Presidente norte-americano deu origem a uma série de revelações quanto às atividades do advogado pessoal de Donald Trump, Michael Cohen, que seria o intermediário neste pagamento e em outros acordos similares.
Já durante o evento, Michael Avenatti indicou que a sua firma representa mais três mulheres que terão sido pagas por Cohen e Trump para não contarem as suas histórias nos meses que antecederam as eleições de novembro de 2016.
O advogado disse aguardar autorização das mulheres para divulgar os nomes e os casos em que estão envolvidas.
O debate promovido pela cidade de West Hollywood contou também com a presença do ex-promotor de justiça federal Steve Madison e a responsável regional da coligação para os Direitos Humanos dos Imigrantes em Los Angeles, Mariana Magaña Gamero, que abordaram os aspetos legais da investigação do procurador especial Robert Mueller e o atual processo de reunificação de famílias separadas na fronteira com o México nos últimos meses.
A Casa Branca garantiu que 1.820 crianças separadas dos pais na fronteira com o México foram entregues aos responsáveis até quinta-feira, no limite do prazo exigido ao Governo para reunir 2.500 famílias.
Cerca de 700 crianças continuam separadas das famílias, incluindo mais de 400 cujos pais foram deportados, de acordo com as autoridades.
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