A decisão de recorrer já tinha sido assumida verbalmente na ocasião por Francisco Teixeira da Mota, que agora a confirma em comunicado também assinado por William Bourdon, igualmente advogado de Rui Pinto.
Pedem, por outro lado, que Rui Pinto seja colocado sob supervisão do tribunal, "com vista a permitir-lhe encontrar trabalho e refazer a sua vida na base das ligações pessoais e familiares a Portugal".
Os advogados recordam o papel de Rui Pinto como colaborador do ‘Football Leaks’ e frisam que ele está "à disposição" dos procuradores que integram o Eurojust, para "ser ouvido como testemunha", a exemplo do que já aconteceu com a Justiça francesa, no final de 2018.
A Rui Pinto foi aplicada na sexta-feira a medida de coação mais gravosa prevista na lei, por se considerar existir o perigo concreto de continuação de atividade criminosa, perturbação do inquérito e perigo de fuga.
Rui Pinto, 30 anos, que foi detido na Hungria e chegou a Portugal na quinta-feira, com base num mandado de detenção europeu, foi indiciado pela prática de quatro crimes: acesso ilegítimo, violação de segredo, ofensa à pessoa coletiva e extorsão na forma tentada.
Na base do mandado estão acessos ilegais aos sistemas informáticos do Sporting e do fundo de investimento Doyen Sports e posterior divulgação de documentos confidenciais, como contratos de futebolistas do clube lisboeta e do então treinador Jorge Jesus, além de outros contratos celebrados entre a Doyen e vários clubes de futebol.
O colaborador do 'Football Leaks' terá entrado, em setembro de 2015, no sistema informático da Doyen Sports, com sede em Malta, e é também suspeito de aceder ao endereço de correio eletrónico de membros do Conselho de Administração e do departamento jurídico do Sporting e, consequentemente, ao sistema informático da SAD 'leonina'.
No período em que esteve detido na Hungria, Rui Pinto assumiu ser uma das fontes do 'Football Leaks', plataforma digital que tem denunciado casos de corrupção e fraude fiscal no universo do futebol, no âmbito dos quais estava a colaborar com autoridades de outros países, nomeadamente, França e Bélgica.
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