Responsáveis da segurança vestidos com batas de proteção brancas analisaram as instalações selecionadas durante toda a noite depois das revelações feitas pela Malásia na sexta-feira sobre o agente utilizado no homicídio de Kim Jong-Nam, a 13 de fevereiro.

Segundo os resultados de uma análise toxicológica preliminar, Kim Jong-Nam foi vítima de VX — uma versão mais mortal do gás sarin, classificado como arma de destruição massiva — indolor, sem odor e altamente tóxico.

As duas mulheres suspeitas de o terem aplicado afirmaram que foram enganadas.

A polícia tinha passado em revista uma grande parte do ‘hall’ das partidas do terminal 2 do aeroporto internacional para permitir aos agentes da defesa civil procurarem vestígios deste agente neurotóxico.

As autoridades declararam de seguida que a zona estava segura e que não tinham encontrado nada.

Segundo as imagens da videovigilância mostradas pelos media, Kim Jong-Nang é abordado por duas mulheres enquanto uma aparentemente atira qualquer coisa para o seu rosto.

O meio-irmão de Kim Jong-Un foi imediatamente conduzido para a clínica do aeroporto e posteriormente transportado para o hospital, acabando por morrer a caminho.

“A polícia isolou três zonas: a cena do ataque, as casas de banho onde as duas suspeitas lavaram as mãos e o percurso até à clínica do aeroporto. O cordão da polícia foi levantado nas três zonas, declarou um porta-voz da polícia.

Uma das suspeitas, Siti Aisyah, uma indonésia de 25 anos, contou ter recebido o equivalente a 90 dólares para fazer parte do que ela pensava ser um programa de televisão com câmara oculta, segundo um alto diplomata citado pela imprensa.

A outra mulher, Doan Thi Huong, vietnamita de 28 anos, contou às autoridades ter sido enganada, pensando que estava a participar num vídeo.

Um norte-coreano foi igualmente preso no âmbito da investigação sobre o homicídio e encontra-se detido.

A polícia suspeita que quatro norte-coreanos tenham fugido da Malásia no dia do crime para voltar para Pyongyang, e pretende interrogar outros três nacionais da Coreia do Norte, incluindo um diplomata em Kuala Lumpur.

A Coreia do Norte nunca reconheceu que a vítima é o meio-irmão do líder Kim Jong-un, apelidando-o apenas de “um cidadão” norte-coreano que “transportava um passaporte diplomático”.

O único uso conhecido do VX é em contextos de guerra química e o Centro para o Controlo e Prevenção da Doença (CDC, na sigla inglesa) dos Estados Unidos descreve-o como “o mais potente” de todos os agentes que atuam sobre o sistema nervoso.

“É possível que qualquer contacto líquido visível de VX com a pele, a não ser que lavado imediatamente, possa ser letal”, explica o CDC no seu portal.

Todos os químicos que atuam sobre o sistema nervosa impedem o funcionamento adequado de uma enzima que ‘desliga’ glândulas e músculos.

Sem essa função, as glândulas e músculos estão constantemente a ser estimuladas, e eventualmente cansam-se e tornam-se incapazes de sustentar a respiração.