Os três países emitiram avisos simultâneos, muito específicos e quase idênticos na quarta-feira à noite.

As pessoas que se encontram no aeroporto sobretudo "nas entradas leste e norte devem sair imediatamente", disse o Departamento de Estado norte-americano, citando "ameaças à segurança".

A diplomacia australiana alertou para uma "ameaça muito elevada de ataque terrorista", enquanto Londres emitiu um aviso semelhante.

"Se estiver na área do aeroporto, deixe-o para um lugar seguro e aguarde instruções adicionais. Se for capaz de sair do Afeganistão em segurança por outros meios, faça-o imediatamente", indicou o Governo britânico.

Estes avisos surgiram depois de o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, ter dito que os rebeldes talibãs se tinham comprometido a deixar partir cidadãos dos Estados Unidos e afegãos em risco e ainda no país após 31 de agosto.

"Os talibãs comprometeram-se publicamente e em privado a proporcionar e permitir a passagem segura de americanos, outros estrangeiros e afegãos em situação de risco no futuro, após 31 de agosto", afirmou o responsável, sem especificar como será organizada qualquer saída, uma vez que as forças norte-americanas deverão deixar o país até ao final do mês, prazo confirmado na terça-feira pelo Presidente dos EUA, Joe Biden.

Também a Alemanha disse, na quarta-feira, ter recebido garantias dos talibãs de que os afegãos podiam deixar o país em voos comerciais, após a retirada final das tropas norte-americanas naquela data.

O chefe adjunto do gabinete político dos talibãs no Qatar, Sher Abbas Stanekzai, "garantiu que os afegãos com documentos válidos continuarão a poder viajar em voos comerciais após 31 de agosto", escreveu, na rede social Twitter, Markus Potzel, um diplomata alemão que está a negociar com fundamentalistas islâmicos afegãos, no final de uma reunião no emirado.

A Bélgica anunciou que a retirada de cidadãos e afegãos, sob proteção belga, terminou na quarta-feira à noite, e a França avisou que o transporte aéreo vai terminar esta noite.

Na terça-feira, numa cimeira virtual com outros líderes do G7, Biden excluiu o alargamento da presença militar norte-americana em Cabul além de 31 de agosto, citando um "sério e crescente risco de ataque" do grupo extremista Estado Islâmico (EI) ao aeroporto.