Na nota em causa, a STCP esclarece que "um agente da empresa de segurança 2045", contratado para prestar serviços de fiscalização, foi "protagonista de um incidente grave envolvendo uma cliente dos serviços públicos de transporte rodoviário prestados por esta empresa".

Em causa estão as alegadas agressões e insultos racistas a Nicol Quinayas, uma jovem colombiana de 21 anos, que o SAPO24 noticiou no passado dia 27 de junho, na noite de São João, 24 de junho, no Porto.

Acrescenta a prestadora de serviços de transporte que "após ser informada do facto a STCP exigiu à 2045 que o funcionário deixasse, até esclarecimento da situação, de prestar qualquer serviço à STCP, questionando a empresa em causa sobre que medidas seriam tomadas para averiguar os factos ocorridos".

Ao mesmo tempo, a empresa informa que decidiu abrir um processo interno para a averiguação "juntos dos Trabalhadores da STCP que estavam de serviço na madrugada do dia 24 de junho" e que, acrescenta, é "justo dizer que os dois trabalhadores que estavam no local tiveram comportamento exemplar."

A empresa demarca-se desta forma de qualquer ato praticado pelo fiscal que prestava serviço neste veículo da empresa, acrescentando mesmo que "a STCP não deixará de apurar os danos de imagem e reputação que a empresa 2045 esteja a causar e agirá em conformidade após a conclusão e quando lhe for dado conhecimento do inquérito policial."

A empresa adianta ainda que enviou "uma carta à Embaixada da Colômbia em Portugal no dia 28 de junho passado, reportando a informação que detinha sobre o incidente e repudiando em nome dos Trabalhadores desta empresa e do Conselho de Administração qualquer forma de discriminação."

É de referir que o Ministério Público abriu um inquérito que corre no Departamento de Investigação e Ação Penal do Porto (DIAP), foi confirmado ao SAPO24 pela Procuradoria-Geral da República.

A Inspeção Geral da Administração Interna abriu igualmente um processo para esclarecer este caso junto da PSP.

Em causa está o facto de o auto do incidente só ter sido feito três dias após o incidente. Assim, o auto terá sido feito já depois de a jovem colombiana, a residir desde os cinco anos em Portugal, ter apresentado queixa, na PSP da Corujeira. Nicol Quinayas queixa-se ainda da ação da PSP, que, quando chamada à rua do Bolhão, na madrugada do dia 24 de junho, não a identificou ou pediu esclarecimentos sobre o que se tinha passado.

"Só vi três polícias. Dois deles ficaram à beira do segurança, enquanto ele fumava um cigarro, como se estivesse na pausa dele; outro ficou à minha beira — sempre de capacete", contou a jovem em entrevista ao SAPO24, logo no dia 26.

Numa nota enviada às redações, o Ministério da Administração Interna (MAI) diz que o ministro Eduardo Cabrita "não tolerará fenómenos de violência nem manifestações de cariz racista ou xenófobo".