A Península Ibérica tem 475 linces-ibéricos na natureza, a maioria em Espanha, segundo o mais recente Censos, de 2016. O número, citado pela Liga para a Proteção da Natureza (LPN) na quinta-feira à noite numa conferência em Lisboa, permitiu que o lince-ibérico, nativo de Portugal e Espanha, mas em perigo de extinção, passasse da classificação de espécie "criticamente ameaçada" para "ameaçada", em todo o território ibérico.
De acordo com o biólogo Eduardo Santos, da LPN, que atribui as estatísticas a "duas décadas de conservação" da espécie e dos seus 'habitats', a manter-se o ritmo de crescimento da população, a classificação poderá subir para "vulnerável" se o número de felinos duplicar ou triplicar a médio-prazo.
O especialista disse que, a continuar "o esforço de conservação", o lince-ibérico "é uma espécie que tem futuro".
Contudo, lembrou que "será sempre uma espécie com alguma vulnerabilidade", dadas as suas características.
Eduardo Santos participou na quinta-feira à noite, no Pavilhão do Conhecimento, na conferência "Salvar espécies da extinção: a recuperação e proteção de habitats", promovida pela Ciência Viva - Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica.
Em Portugal, a população de lince-ibérico ronda entre os 20 e os 30 animais, fruto da reintrodução da espécie, criada em cativeiro, no seu 'habitat' natural, adiantou o biólogo.
"Quando se está a proteger o lince-ibérico, está-se a proteger muito mais", enfatizou, acrescentando que a espécie de felino "ajuda a regular o ecossistema", a manter a fauna e a flora.
A perda e fragmentação dos 'habitats', com a construção de estradas, e a diminuição da população de coelhos-bravos, fonte de alimento, têm sido, ao longo dos anos, as principais ameaças para os linces-ibéricos.
Em Portugal, a reintrodução da espécie na natureza está concentrada no Vale do Guadiana.
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