De acordo com um comunicado da Casa Branca sobre uma conversa telefónica mantida hoje pelos dois responsáveis políticos, ambos afirmaram “que vai agora passar a haver um fluxo contínuo de assistência crítica para Gaza”, depois das duas primeiras caravanas de ajuda humanitária que entraram naquele território palestiniano, no sábado e hoje.
“O Presidente expressou a sua apreciação pelo apoio de Israel na ajuda em alcançar a libertação de dois reféns americanos. Os líderes discutiram esforços em curso para garantir a libertação de todos os restantes reféns capturados pelo Hamas — incluindo cidadãos norte-americanos — e providenciar passagem segura para cidadãos dos EUA e outros civis em Gaza que querem partir”, pode ler-se no comunicado.
A passagem fronteiriça de Rafah reabriu hoje para que 17 camiões com ajuda humanitária para o povo palestiniano pudessem chegar até à Faixa de Gaza, depois de no sábado terem entrado 20 camiões.
Após a passagem dos primeiros 20 camiões, as Nações Unidas estimaram que a sua carga equivalia apenas a 4% das importações diárias em Gaza antes do início da guerra, e que seriam necessários pelo menos 100 camiões por dia para os 2,4 milhões de habitantes de Gaza, metade dos quais crianças.
Os habitantes da Faixa de Gaza estão sujeitos a um bloqueio israelita que cortou os alimentos, a água, os medicamentos e a eletricidade desde que o grupo islamita do Hamas lançou uma ofensiva contra o sul de Israel em 07 de outubro.
Desde então, os mais de 2 milhões de habitantes do território têm-se debatido com ataques aéreos israelitas e com recursos cada vez mais escassos.
Cinco agências da Organização das Nações Unidas (ONU) apelaram no sábado a um cessar-fogo humanitário na Faixa de Gaza, para permitir que a ajuda chegue aos civis mais necessitados e que se possam salvar vidas e evitar mais sofrimento humano, fazendo eco das palavras do secretário-geral da ONU, António Guterres.
“Uma caravana de 20 camiões do Crescente Vermelho egípcio está a circular [no sábado]. Mas o povo de Gaza precisa de um compromisso para muito, muito mais, uma entrega contínua de ajuda a Gaza à escala que é necessária. Estamos a trabalhar incansavelmente com todas as partes para o conseguir”, afirmou António Guterres, num discurso proferido na Cimeira da Paz, que decorreu no Egito.
O grupo islamita Hamas lançou em 07 de outubro um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, fazendo duas centenas de reféns.
Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impondo um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.
O conflito já provocou milhares de mortos e feridos, entre militares e civis, nos dois territórios.
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