Miguel Albuquerque foi questionado pelos jornalistas sobre os 'vistos gold', à margem de uma visita a uma empresa, no concelho de Santa Cruz, a propósito de o Índice de Perceção da Corrupção (CPI) 2022, da organização Transparência Internacional (TI), ter concluído que o programa "aumentou os riscos de corrupção" em Portugal e "pressionou o mercado imobiliário".
“Os ‘vistos gold’ não funcionam, aqui na Madeira são residuais”, lamentou Miguel Albuquerque, apontando que “tudo que é nacional não funciona”.
“A TAP não funciona, os vistos ‘gold’ não funcionam, o SEF [Serviço de Estrangeiros e Fronteiras] não funciona”, sustentou o presidente do Governo Regional da Madeira (PSD/CDS-PP), embora reconhecendo que o programa está bem estruturado.
O chefe do executivo insular realçou ainda que os pedidos de ‘vistos gold’ demoram “uma eternidade”.
“Dá para a pessoa morrer e os vistos ‘gold’ não chegam. É tudo uma burocracia”, lamentou.
Miguel Albuquerque afirmou também que, na sua perspetiva, o país deveria ter “todo o interesse em captar capital de investimento estrangeiro", salientando "uma coisa que está nos ‘vistos gold’ e que ninguém fala, que é o ‘know how’ [conhecimento] científico e tecnológico”.
“Porque uma das grandes componentes desta lei, que está bem estruturada, mas não funciona porque o país não funciona, é poderem ser concedidas autorizações de residência a indivíduos ou empresas que tragam mais-valias cientificas e tecnológicas para a economia nacional. E acho que isso era muito importante para a Madeira aproveitar”, destacou.
Miguel Albuquerque já tinha defendido a manutenção dos ‘gold’ para a Madeira no início de novembro, depois de o primeiro-ministro, António Costa, ter anunciado que o Governo ia avaliar a continuidade da medida.
“Nós, neste momento, aqui na Madeira, queremos manter os ‘vistos gold’ para os residentes de alto rendimento porque está a correr muito bem”, afirmou na altura.
O presidente do Governo da Madeira argumentou que a situação do país “não é uniforme”, pelo que a possibilidade de acabar com os ‘vistos gold’ “depende das circunstâncias”.
“Se estamos a falar de Lisboa ou Porto, onde existe de facto neste momento, segundo parece, um esgotamento da capacidade de oferta imobiliária, é uma coisa, quando estamos a falar do interior do país é outra coisa e quando estamos a falar das regiões autónomas é outra circunstância”, sustentou.
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