“A Alemanha deve agora tomar uma decisão importante. Se quiser melhorar as suas relações com a Turquia (…) então não deve virar-se para os separatistas (curdos do PKK)”, nem para os “gulenistas” – acusados por Ancara de serem responsáveis pelo golpe de Estado falhado de julho -, “mas sim para a República da Turquia”, disse Yildirim, num discurso transmitido pela televisão.

As declarações do primeiro-ministro surgem um dia depois de Ancara ter proibido a entrada de deputados alemães na base de Incirlik, no sul da Turquia, centro das operações da coligação internacional contra o grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico (EI) e onde estão destacados militares alemães.

A chanceler alemã, Angela Merkel, qualificou na segunda-feira a decisão de “lamentável” e evocou possíveis alternativas a Incirlik”, como a Jordânia.

Desde há cerca de um ano que se regista um agravamento das relações diplomáticas entre Berlim e Ancara, com a Turquia a acusar sistematicamente a Alemanha de ingerência ou de apoio às formações políticas que contestam o Presidente Recep Tayyip Erdogan.

Berlim considera que Ancara decidiu agora punir a Alemanha devido à decisão em conceder asilo político a militares turcos que solicitaram o pedido após as vastas purgas desencadeadas na sequência do fracassado golpe militar de julho de 2016.

Desde então, e de acordo com números do Ministério do Interior publicados pelos ‘media’, 414 militares, diplomatas, juízes e altos funcionários turcos pediram para beneficiar do direito de asilo na Alemanha. Este número inclui os membros das suas famílias.

A tentativa de golpe motivou uma vasta purga desencadeada pelo Governo do Presidente islamita-conservador Recep Tayyip Erdogan e que atingiu todos os setores da sociedade, da educação aos media, das forças armadas à magistratura.

Em janeiro, o ministro da Defesa turco pressionou Berlim para que rejeitasse os pedidos de asilo formulados pelos cerca de 40 militares turcos da NATO.

A Turquia exige ainda a extradição dos presumidos golpistas que se refugiaram na Alemanha, um dos fatores que tem agravado as relações entre os dois países.

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