Oito pessoas morreram em dois bares de fumadores de cachimbos de água (shisha) na cidade alemã de Hanau, a 25 quilómetros de Frankfurt, o centro financeiro da Alemanha. Várias outras pessoas ficaram feridas no tiroteio, esta quarta-feira, por volta das 22:00 (21:00 em Lisboa).

Segundo a BBC, o suspeito do ataque foi encontrado morto em casa, junto com o corpo de uma segunda pessoa. A investigação prossegue, numa altura em que o motivo para os tiroteios continua incerto.

A polícia adianta que o suspeito pôs termo à própria vida. Segundo o ‘Bild’, citado pela BBC, o suspeito era alemão e tinha licença para armas. Acrescenta também que no seu carro foram encontradas munições e carregadores.

A mesma fonte adianta que o suspeito expressou visões de extrema-direita numa carta de confissão e num vídeo, embora estas informações não tenham ainda sido confirmadas oficialmente.

A clientela dos bares onde os tiroteios ocorreram é predominantemente curda, segundo a imprensa local.

O homem terá atacado o primeiro bar no centro de Hanau, onde pelo menos três pessoas morreram, após uma dúzia de tiros, segundo os relatos das testemunhas.

Depois, o suspeito saiu num carro escuro para o bairro de Kesselstadt, matando outras cinco pessoas num segundo bar de shisha.

Estes bares são típicos em países da Ásia e Médio Oriente, embora sejam populares noutras partes do mundo — inclusive em Portugal.

Após o tiroteio, as autoridades locais encetaram uma caça ao homem que duraria sete horas. A polícia acreditava que podia haver mais do que um atacante.

“Uma noite terrível”. O autarca de Hanau, Claus Kaminsky, disse ao ‘Bild’ que não é possível imaginar “uma noite pior”. “Vai manter-nos ocupados durante muito, muito tempo e permanecer como uma triste memória. Estou muito comovido”.

Ainda é cedo para especular as razões por trás dos ataques, sobretudo enquanto a identidade do atacante não é oficialmente confirmada. Estes dois tiroteios surgem quatro dias após um outro ataque armado na capital, Berlim, perto de um espetáculo turco de comédia, ter feito um morto.

Apesar de a Alemanha ter registado vários ataques ligados ao terrorismo, certo é que houve vários incidentes inicialmente catalogados como atos terroristas que se vieram a revelar como sendo consequência de atividades de crime organizado ou rixas familiares, conta a BBC.

Nos últimos anos, a Alemanha foi alvo de vários ataques de extremistas, um dos quais matou 12 pessoas em Berlim em dezembro de 2016. Todavia, conta a agência France-Presse, o que mais preocupa as autoridades alemãs é a ameaça de terrorismo de extrema direita, especialmente desde o homicídio, em junho passado, de um deputado alemão do partido da chanceler Angela Merkel, favorável a migrantes.

Na sexta-feira passada, 12 membros de um grupo de extrema direita foram detidos como parte de uma investigação antiterrorista. Acredita-se que eles planearam ataques em larga escala contra mesquitas, inspirados nos atentados de Christchurch, na Nova Zelândia.

Em outubro, um homem ligado à extrema direita tentou atacar uma sinagoga em Halle. Como não conseguiu entrar no edifício religioso onde os fiéis se tinham entrincheirado, disparou sobre um transeunte e o cliente de um restaurante de kebab, transmitindo toda a ação ao vivo pela internet.

Em Dresden, oito neonazis foram julgados durante quase cinco meses por planear ataques contra estrangeiros e políticos.

(Artigo atualizado às 8:45)

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