A Gronelândia, a maior ilha do mundo, é um território dinamarquês semiautónomo entre os oceanos Atlântico e Ártico, com 82% de sua superfície coberta de gelo.
A cientista climática Ruth Mottran, do Instituto Meteorológico da Dinamarca, disse que a área da camada de gelo da Gronelândia que está a mostrar mais sinais de degelo “está a crescer diariamente e atingiu este ano um recorde de 56,5% na quarta-feira.
Segundo a especialista, a expectativa é de expansão e pico hoje, antes que as temperaturas mais baixas diminuam o ritmo do degelo.
Mais de 10 mil milhões de toneladas de gelo foram perdidas nos oceanos por degelos de superfície na quarta-feira, gerando uma perda líquida de cerca de 197 mil milhões de toneladas da Gronelândia em julho, adiantou.
"Parece que o pico será hoje, mas a previsão a longo prazo é de continuar com o clima quente e ensolarado na Gronelândia, o que significa que a perda de gelo continuará", disse a cientista à agência noticiosa AP.
O Instituto Meteorológico da Dinamarca disse que a dimensão do degelo de quarta-feira “é difícil de entender”, explicando que mil milhões de toneladas de gelo derretido equivalem a 400 mil piscinas olímpicas e que 100 mil milhões de toneladas correspondem a um aumento do nível global do mar de cerca de 28 milímetros.
Um estudo realizado em junho de 2019 por cientistas dos Estados Unidos da América (EUA) e da Dinamarca revelou que o degelo na Groenlândia adicionará entre cinco e 33 centímetros ao nível global do mar até ao ano 2100.
Se todo o gelo da Groenlândia derretesse, o que pode levar séculos, os oceanos do mundo teriam um aumento do nível das águas de 7,2 metros, segundo o estudo.
O degelo da semana passada na Gronelândia foi causado pelas mesmas massas de ar quente provenientes do norte de África e de Espanha que fizerem bater recordes de calor em países como Bélgica, Alemanha, Luxemburgo, Holanda e Grã-Bretanha.
A área de degelo na Gronelândia este ano é a segunda maior de sempre, atrás dos mais de 90% registados em 2012, disse Marke Serreze, diretor do Centro de Dados de Neve e Gelo de Boulder, no Estado norte-americano do Colorado.
Os registos sobre este fenómeno remontam a 1981.
Os cientistas explicam que “muito do gelo que derrete pode voltar a congelar”, mas devido às ondas de calor deste Verão a quantidade de gelo perdido este ano pode ser igual ou superior à registada em 2012.
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