“A atividade física tem um papel muito importante na gestão do 'stress', na promoção de um sono mais tranquilo, na libertação de endorfinas e promoção de emoções positivas e, portanto, é agora mais do que nunca fundamental”, defendeu Marlene Silva.
A diretora do programa nacional para a promoção da atividade física da DGS considerou que o confinamento social que agora se vive “torna ainda mais importante falar de atividade física e do papel fundamental que a atividade física tem na manutenção da saúde física e mental” dos indivíduos.
Em declarações à agência Lusa, Marlene Silva explicou que este diretório que hoje é lançado, para assinalar o Dia Mundial da Atividade Física, compila uma série de iniciativas fornecidas por instituições de ensino superior, entidades governamentais e de utilidade pública ligadas à atividade física e de desporto.
Esta responsável sabe que “são dias e dias seguidos, com as pessoas fechadas em casa que podem estar a ver mais televisão e a passarem mais horas no computador em teletrabalho” e, daí, “a recomendação da interrupção do comportamento sedentário, de 30 em 30 minutos”.
Para isso, adianta, “basta recorrer a várias estratégias” como, por exemplo, por um alarme, deixar o comando da televisão longe do alcance da mão ou atender os telefonemas de pé para lembrar as pessoas de se levantarem periodicamente.
Marlene Silva lembra que, desde o início do isolamento social causado pela pandemia da covid-19, o programa nacional para a promoção da atividade física da DGS tem emitido uma “série de conselhos”, como: a dança, o saltar à corda ou atividades com crianças, como a macaca ou o jogo do elástico, agora, este diretório apresenta, por exemplo, “aulas em direto”.
O documento tem também vídeos de instituições de ensino superior com aulas e exercícios para todas as idades que podem ser realizados em casa e plataformas para monitorizar a atividade diária e quantificar os movimentos dentro de casa.
Ou, por exemplo, plataformas para prescrição e monitorização de atividade física nos cuidados de saúde primários no âmbito da doença metabólica ou do exercício físico prescrito em programas de reabilitação cardíaca quando estão a ser realizados em ambulatório.
Para além deste diretório, a DGS irá lançar esta semana um inquérito nacional à população para se poder caracterizar o comportamento de atividade física e o alimentar.
No entender desta responsável, a atividade física está “na ordem do dia e na agenda das pessoas”, apesar de assumir, “com toda a certeza, que não está na agenda de todas” e, por isso, a relevância deste inquérito, que irá ser feito via telefone e internet.
“Queremos perceber esta realidade e como é que isto está a ser vivido pelos portugueses. Vai ser uma amostra estratificada por género, por idade e por região e nós aí vamos poder ir além do 'achismo' ou da interpretação e perceber realmente que impacto esta situação única, excecional, está a ter nestes dois comportamentos de saúde, tão centrais à nossa população”, especificou.
Marlene Silva explicou que o inquérito irá revelar “se de facto houve alterações, que tipo de atividade física estão a fazer e como é que está a ser o seu tempo sedentário”, para depois se poder fazer uma caracterização da população.
“Vamos caracterizar quem é mais ativo, menos ativo, em termos de idade, no estatuto sócio económico, se tem crianças a cargo ou não, todas as variáveis que é preciso cruzar", considerou.
Neste sentido, defendeu que “é importante caracterizar e este inquérito vai, exatamente, permitir perceber esta realidade” agora vivida no país, para futuramente a DGS, através dos dois programas de promoção, para a atividade física e para a alimentação saudável, poder “intervir e aprender” com a atual época.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, já infetou mais de 1,2 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 65 mil. Dos casos de infeção, mais de 233 mil são considerados curados.
Em Portugal, segundo o balanço feito domingo pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 295 mortes, mais 29 do que na véspera (+11%), e 11.278 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 754 em relação a sexta-feira (+7,2%).
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril, depois do prolongamento aprovado na quinta-feira na Assembleia da República.
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