"O Conselho de Segurança Nuclear [espanhol] decidiu que até 2028 a central poderá funcionar. Isso era o que estava previsto no plano nacional [de energia e clima] espanhol. Espanha fez aquilo que estava previsto", disse João Pedro Matos Fernandes, quando confrontado pelos jornalistas com a decisão de alargamento do funcionamento de Almaraz até 2028.

Segundo o ministro do Ambiente, o plano nacional de energia e clima de Espanha determina que "as centrais nucleares irão encerrar entre 2025 e 2035", sendo que as duas unidades de Almaraz serão das que vão "encerrar em primeiro lugar", uma em 2027 e outra em 2028.

"Almaraz será uma das primeiras a fechar tal como estava previsto no plano. Espanha fez aquilo com que se comprometeu com Portugal, consigo própria e com a União Europeia, que é encerrar a central até 2028", vincou João Pedro Matos Fernandes, que falava aos jornalistas à margem de uma visita às obras do Aproveitamento Hidráulico do Baixo Mondego, em Montemor-o-Velho.

O Conselho de Segurança Nuclear (CSN) espanhol autorizou o prolongamento do funcionamento da central nuclear de Almaraz, em Espanha, até outubro de 2028, sendo que impôs 13 condições e limites a serem cumpridos.

A Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa (CIMBB) já veio a público criticar a decisão do prolongamento do funcionamento da central nuclear espanhola, considerando-a "inadmissível" e feita "quase pela calada da noite".

A central de Almaraz está situada junto ao rio Tejo e faz fronteira com os distritos portugueses de Castelo Branco e Portalegre, sendo Vila Velha de Ródão a primeira povoação portuguesa banhada pelo Tejo depois de o rio entrar em Portugal.

Em operação desde 1981 (operação comercial desde 1983), a central está implantada numa zona de risco sísmico e apenas a 110 quilómetros em linha reta da fronteira portuguesa.

Os proprietários da central de Almaraz são a Iberdrola (53%), a Endesa (36%) e a Naturgy (11%).