O anúncio que está no cerne da contestação - e que se encontra fixado no metro de Londres - diz: “Retire-se, destino. Este é o momento em que a ciência tem uma hipótese no amor”. Ainda acrescenta: “Imagine ser capaz de aumentar as suas chances de encontrar o amor duradouro. O sistema de correspondência cientificamente comprovado da eHarmony descodifica o mistério da compatibilidade e química por si”.

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A Autoridade de Padrões de Publicidade (ASA - Advertising Standards Authority) considera que as palavras do anúncio insinuam que a eHarmony é efetivamente sustentada por estudos científicos o que, para a entidade reguladora, é uma afirmação enganosa. A ASA afirma que não é possível provar que as pessoas têm maiores probabilidades em encontrar o amor da sua vida ao utilizar a eHarmony em detrimento de qualquer outra plataforma online ou de métodos offline, como no trabalho, em bares ou discotecas.

David Lipsey, líder da comissão de trabalho do parlamento e que apresentou a queixa acerca do anúncio, saudou a decisão da ASA. “Frases como 'cientificamente provado' devem estar confinadas às situações que estão realmente cientificamente provadas e não devem ser usadas apenas para atrair aqueles que procuram um amor”, diz ao The Guardian. 

Fundada em 2000 nos EUA, a eHarmony expandiu-se até ao Reino Unido em 2008. A plataforma amorosa assegura que é utilizado um algoritmo de correspondência de compatibilidade cuidadosamente preparado para juntar pessoas. Adicionalmente, a eHarmony requer que os beneficiários do sistema respondam a longos questionários que vão determinar a sua personalidade, valor, interesses e outros fatores. Por sua vez, os resultados dos questionários vão ajudar a perceber se duas pessoas têm compatibilidade elevada ou baixa.

A plataforma tentou defender-se das acusações ao assegurar que o algoritmo usado baseia-se em dados recolhidos de mais de 50 mil casais de 23 países diferentes. A eHarmony enviou ainda para a ASA cópias dos estudos publicados que relatam níveis de satisfação conjugal mais elevados entre casais que se conheceram através da eHarmony.

Ainda assim, a entidade reguladora considerou que esta informação não provava que a eHarmony era sustentada por uma base científica.

Romain Bertrand, diretor geral da eHarmony no Reino Unido, responde: “Ainda que nós discordemos respeitosamente da opinião da ASA, estamos felizes por trabalhar com eles a fim de assegurar que os nossos anúncios são o mais claros possível”.