“Aqui em Caminha estamos a falar de problemas muito graves nas freguesias. Problemas que vão exigir recursos avultados e que não se resolvem repondo o que estava. Por isso, precisamos de tempo. Não me parece que mais um mês, menos um mês possa fazer a diferença para fazermos bem feito nestes territórios”, afirmou Ana Abrunhosa.

A governante, que falava aos jornalistas durante uma visita à freguesia de Vila Praia de Âncora, em Caminha, uma das mais afetadas pelo mau tempo dos últimos dias adiantou que, “no prazo máximo de um mês” terá em mãos “o levantamento dos danos e, o cálculo do investimento que é necessário fazer”.

“Nós cá estaremos para conversar com os presidentes de Junta e com os municípios para encontrar solução”, referiu a governante, ladeada pelo presidente da Câmara de Caminha, Rui Lages e, pelo presidente da Junta de Freguesia de Vila Praia de Âncora, Carlos Castro.

Segundo Ana Abrunhosa, “no imediato, as autarquias, que são Estado têm meios financeiros para fazer o que é mais urgente”.

“Obviamente que, depois, para obras mais infraestruturantes teremos de ver os meios disponíveis”, disse, afirmando que “não basta repor” porque “estas ocorrências podem passar a ser frequentes”.

“Temos de avaliar o tipo de obra que temos de fazer. Substituir o que estava não é suficiente porque não impedirá que noutra tempestade isto volte a acontecer”, afirmou.

Ana Abrunhosa, que falava numa das duas artérias do concelho de Caminha onde os moradores estão privados de sair de casa devido aos estragos causados na rede viária, disse que as imagens que viu das inundações que ocorreram no domingo, naquele concelho, “são assustadoras”.

“Vimos ruas completamente esventradas onde a água encontrou o caminho à superfície e não nas condutas respetivas. Queria também aproveitar para agradecer o trabalho das Juntas de Freguesia, dos municípios que já limparam tudo isto”, disse.

Ana Abrunhosa referiu que “as alterações climáticas são presente” e que os “fenómenos” que têm ocorrido no país “vão, infelizmente, repetir-se”.

A governante deixou ainda “uma mensagem de tranquilidade” às populações.

“A população não está sozinha. Tem os presidentes de Junta, de Câmara e as equipas de proteção civil municipal. O Governo estará presente, também, na hora de encontrar soluções para recuperar o que a tempestade provocou nos territórios”.

O presidente da Câmara de Caminha, Rui Lages, afirmou que a autarquia “tem, neste momento, o poder de conseguir reparar, de forma provisória, os danos causados pela intempérie”.

“Não podemos estar muito mais tempo com situações provisórias porque basta vir mais uma enxurrada e todo o trabalho que está a ser feito é desperdiçado. Temos de pensar no futuro. Começar a projetá-lo para que as linhas de apoio que possam surgir por parte do Governo possam ser empregues o mais rapidamente possível”, afirmou.

O autarca socialista disse contar “até ao final da semana ter um levantamento dos danos em todas as freguesias do concelho”.

Questionado sobre se os apoios do Governo chegarão a tempo, Rui Lages respondeu: “Espero que sim. Acho que é essa a intenção do próprio Governo, não deixar as populações à espera. (…) Estou em crer que tanto a Câmara, as Juntas de Freguesia e o Governo estão empenhadas nessa resolução”.