
No início dos trabalhos do último dia do 24.º Congresso Nacional do PS, que decorre na Feira Internacional de Lisboa (FIL), Ana Catarina Mendes, que tem a tutela da Igualdade e Migrações, considerou fundamental que o partido se mobilize nas eleições de março “pela democracia” e que assuma que “a batalha política de integração dos migrantes é absolutamente fundamental pelo respeito, pela dignidade da pessoa humana”.
“Esta vai ser uma linha de fronteira. Não tenhamos dúvidas: com Luís Montenegro [PSD] aliado ao Chega o que nós vamos ter é um retrocesso em todas as políticas, mas é um retrocesso nas políticas de imigração que não podem sofrer nenhum abalo em nome da defesa dos que procuram segurança e acolhimento no nosso país”, avisou.
A governante – que não apoiou nenhum dos candidatos à liderança do PS nas diretas de dezembro – salientou que “a agenda do PS não é a agenda do poder pelo poder mas sim a agenda da resolução contínua de todos os problemas das pessoas”.
“No ano em que celebramos os 50 anos do 25 de Abril é fundamental que o PS se lembre que é o partido defensor radical da democracia, o que significa continuar a lutar pela confiança nas nossas instituições. Continua a ser absolutamente fundamental que lutemos contra o discurso extremista, racista, populista, xenófobo que começa a grassar em Portugal”, avisou.
O fundador do PS José Leitão defendeu que Portugal “deve continuar a afirmar-se como um país aberto ao mundo e acolhedor de quem o procura para desenvolver aqui o seu projeto de vida, para que a imigração seja uma oportunidade para todos os imigrantes e sociedade portuguesa”.
José Leitão, que foi também Alto-Comissário para a Imigração e Minorias Étnicas entre 1996 e 2002, elogiou o trabalho desenvolvido pelos governos de António Costa em matéria de migrações, e em particular pelos ministros José Luís Carneiro e Ana Catarina Mendes, e pediu que seja prosseguido.
“Portugal é cada vez mais uma nação cosmopolita e o PS também deverá sê-lo. Com António Costa, essa sociedade cosmopolita esteve representada não só na Assembleia da República, mas também no Governo”, disse.
Para o fundador do PS, que apoiou José Luís Carneiro nas diretas, o partido não pode “ser menos ambicioso para o futuro”, e tem de assegurar uma “participação equitativa dos portugueses de todas as origens, incluindo os portugueses ciganos e negros a todos os níveis da sociedade portuguesa”.
“Temos orgulho nas políticas dos governos socialistas. Com o PS, políticas chauvinistas e racistas não passarão”, concluiu.
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