“Apesar de reconhecer que a questão não está totalmente prevista no estatuto dos deputados, se o parlamento não me der essa suspensão o Chega fica sem voz na Assembleia da República e sem poder participar em debates importantes em questões como a eutanásia, o Novo Banco ou o Estado de emergência. Isso seria injusto”, disse André Ventura à agência Lusa.

O candidato presidencial apoiado pelo Chega disse esperar que “haja bom senso” na análise da questão, para que o seu lugar na Assembleia da República possa ser ocupado temporariamente por Diogo Pacheco Amorim.

“Não se justifica criar um problema quando a lei é clara que ninguém pode ser prejudicado por se candidatar. Vou aguardar, mas estou confiante, e por muito que o parlamento possa não gostar de mim, acho que tem bom senso, e espero que a campanha [presidencial] não seja feita de casos”, acrescentou.

André Ventura abordou este tema na segunda-feira à noite, numa ação de pré-campanha na Póvoa de Varzim, organizada pela distrital do Porto do Chega, onde assumiu que o primeiro objetivo para o sufrágio presidencial é garantir a disputa de uma segunda volta com o atual Presidente, e também candidato, Marcelo Rebelo de Sousa.

“Reconheço que será difícil, e que as sondagens até mostraram que numa segunda volta eu seria o candidato com mais dificuldades frente a Marcelo Rebelo de Sousa, mas também sou o que tem de mais probabilidades de o conseguir. Os debates serão fundamentais, assim como as ações de campanha”, analisou.

André Ventura mostrou confiança que ficará “à frente de Ana Gomes” e que o Chega “poderá ficar com metade do eleitorado do PSD”, pretendendo capitalizar esses eventuais resultados para as próximas eleições legislativas.

“O nosso desafio, independentemente de quem ganha as eleições, e o mais provável é que seja Marcelo Rebelo de Sousa, é que o eleitorado de direita se fidelize no Chega após as presidências e que estas eleições possam ser uma antecâmara para as legislativas”, partilhou.

O dirigente do Chega mostrou-se satisfeito com uma recente sondagem encomendada pela televisão TVI e o jornal Observador, que o colocam como o terceiro candidato com mais intenções de voto para as eleições presidenciais de 24 de janeiro.

“Sou muito prudente em relação às sondagens, mas mostram que somos a terceira força [política] consolidada em Portugal. Temos muito trabalho a fazer, pois o partido ainda não tem estrutura consolidada no país. Não nos podemos iludir com sondagens, mas recebi os resultados com agrado”, afirmou André Ventura.

À margem dos assuntos eleitorais, o elemento do Chega comentou o desenrolar do processo de vacinação contra a covid-19, deixando reparos à fase “tardia” com que a vacina chegará a grupos vulneráveis.

“Não quero ser muito crítico, mas acho que o aspeto mais negativo é no atraso para chegar aos setores mais vulneráveis, como os idosos ou doentes crónicos, que nos outros países não está a acontecer. Mas o que espero é que corra tudo bem e que possamos, rapidamente, regressar à vida normal”, concluiu.

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