Autor da composição do musical “Fantasma da Ópera”, um dos mais bem sucedidos de sempre, em palco há 34 anos em Londres, Lloyd Webber deu hoje um testemunho na comissão parlamentar britânica para a Cultura, onde pediu ao governo para estabelecer uma data para a reabertura dos teatros.
O compositor vincou as dificuldades de produzir espetáculos rentáveis financeiramente respeitando as regras de distanciamento social, já que nem todos são um sucesso de audiência.
“Temos simplesmente de fazer com que o nosso setor das artes volte a funcionar. Na verdade, estamos num caminho sem volta. Vai chegar a um ponto em que realmente não vamos poder continuar. O teatro é um negócio que envolve muito trabalho”, disse.
Em julho, a produtora de Lloyd Webber realizou um teste com a cantora Beverley Knight no teatro London Palladium, para avaliar as medidas de segurança, como a separação de grupos de assentos, uso obrigatório de máscara e a desinfeção à entrada, com a esperança de convencer o governo a reabrir o setor.
Porém, os musicais “Os Miseráveis”, “Mary Poppins”, “Hamilton” e “O Fantasma da Ópera” estão suspensos até 2021.
Além do teatro, o confinamento decretado em março interrompeu espetáculos de música e de humor, com exceção para algumas experiências com lotações limitadas e outras medidas para contornar as restrições.
O ministro britânico da Cultura, Oliver Dowden, disse no fim-de-semana estar a fazer esforços para que se realizem eventos com mais espetadores antes do final do ano.
Num artigo no jornal Daily Mail, revelou ter lançado a “Operação Bela Adormecida” para garantir a possibilidade de realização de espetáculos antes do Natal, em particular as tradicionais “pantominas”, populares entre as famílias.
“A inovação é crucial”, revelou, adiantando a hipótese de usar tecnologia para melhorar a ventilação nas salas de espetáculos ou usar testes aos espetadores.
“Estamos a fazer avanços empolgantes em testes de resposta rápida, em que os testes de coronavírus com resultado no próprio dia podem dar às pessoas com teste negativo permissão para visitar o teatro naquela noite”, sugeriu.
O Reino Unido registou 41.584 mortes em 352.520 casos de infeção, desde o início da pandemia de covid-19, o maior número de mortos na Europa e o quinto a nível mundial, atrás dos EUA, Brasil, India e México.
Um aumento do número de infeções levou as autoridades a imporem restrições em várias partes do país devido à aceleração da taxa de transmissão do vírus.
Comentários