À chegada ao Congresso Nacional do PS, numa curta declaração à comunicação social, Costa afirmou sobre as suspeitas do Ministério Público que: "Compreendo a vossa curiosidade, é idêntica à minha. Quando a justiça quiser falar comigo, terei muito gosto em esclarecer qualquer dúvida que tenham. Não vou falar com eles através da comunicação social. A justiça tem um local próprio, os tribunais".

De recordar que António Costa demitiu-se das funções de primeiro-ministro no passado dia 7 de novembro, após a Procuradoria-Geral da República (PGR) lhe ter aberto um inquérito no Supremo Tribunal de Justiça no âmbito da Operação Influencer sobre negócios com lítio, hidrogénio e um centro de dados em Sines.

O Presidente da República, ao contrário da vontade de António Costa, não aceitou que fosse indigitado um novo primeiro-ministro no atual quadro parlamentar em que o PS tem maioria absoluta, optando pela dissolução da Assembleia da República e pela convocação de eleições legislativas antecipadas para 10 de março.

Amanhã, o congresso continua com os momentos altos a serem os discursos do presidente do PS, Carlos César, que concorre a este cargo sem oposição, e de Pedro Nuno Santos. Nessa sua primeira intervenção de fundo perante os congressistas, o novo líder falará sobre o seu partido, tendo em vista uni-lo e mobilizá-lo para as legislativas de 10 de março.

No domingo, Pedro Nuno Santos encerra o congresso com um discurso em que, segundo elementos da sua equipa, estará centrado na apresentação de propostas para o país, sobretudo em domínios como a habitação, saúde, educação, política de rendimentos e modernização económica.

Antes do encerramento, no terceiro e último dia de congresso, serão objeto de votação secreta as listas para os órgãos nacionais desta força política e, por braço no ar, as três moções de orientação política concorrentes: de Pedro Nuno Santos, José Luís Carneiro e Daniel Adrião.