Fonte do gabinete do primeiro-ministro português transmitiu à agência Lusa que o encontro, um jantar de trabalho, servirá para “preparar novos conselhos europeus e a presidência portuguesa da União Europeia, no primeiro semestre de 2021”, lembrando que o “futuro quadro financeiro plurianual continua em aberto face às divergências acentuadas no último conselho extraordinário, em Bruxelas”.
A Alemanha inicia a presidência da União Europeia (UE) em julho e antecede a presidência portuguesa.
O encontro, que terá lugar ao jantar na Chancelaria Federal, em Berlim, na próxima quarta-feira, às 19:30 locais (18:30 em Lisboa), foi divulgado através de uma nota do gabinete do primeiro-ministro.
A nota informou que no jantar de trabalho com a chanceler da República Federal da Alemanha, Angela Merkel, “para além das relações bilaterais”, serão “discutidas as principais questões políticas europeias e internacionais”.
António Costa deu voz no Conselho Europeu de 20 e 21 de fevereiro à rejeição da proposta de orçamento plurianual da UE para 2021-2027 pelo grupo dos “Amigos da Coesão”, que realizou uma cimeira no dia 1 de fevereiro na cidade portuguesa de Beja, e foi entretanto ‘rebatizado’ de “Amigos de uma Europa ambiciosa”.
A proposta negocial sobre a mesa foi rejeitada de forma unânime, tendo António Costa falado em nome dos 17 países que se opõem a cortes na política de coesão, enquanto o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, se pronunciou em nome do grupo de quatro países ‘frugais’.
Os “Amigos de uma Europa ambiciosa” rejeitaram o documento negocial colocado em cima da mesa, e que contemplava um montante global para os próximos sete anos equivalente a 1,069% do Rendimento Nacional Bruto da UE, ainda menos ambicioso que a proposta apresentada em dezembro passado pela presidência finlandesa (1,07%), liminarmente rejeitada.
De um lado, encontram-se os contribuintes líquidos, designadamente um ‘quarteto’ formado por Áustria, Dinamarca, Holanda e Suécia – classificados de “forretas” por António Costa durante um debate na passada terça-feira na Assembleia da República –, que consideram excessivo um orçamento global que supere os 1% do Rendimento Nacional Bruto (RNB), e querem que sejam privilegiadas “políticas modernas”, em detrimento da coesão e agricultura.
Do outro lado estão os Bulgária, Chipre, Croácia, Eslováquia, Eslovénia, Espanha, Estónia, Grécia, Hungria, Letónia, Lituânia, Malta, Polónia, Portugal, República Checa, Roménia e também Itália, que continuam a opor-se firmemente a um orçamento pouco ambicioso e que sacrifique a coesão e a Política Agrícola Comum.
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