O encontro, um jantar de trabalho na Chancelaria Federal, em Berlim, servirá para “preparar novos conselhos europeus e a presidência portuguesa da União Europeia, no primeiro semestre de 2021″, disse à Lusa fonte do gabinete do primeiro-ministro, lembrando que o “futuro quadro financeiro plurianual continua em aberto face às divergências acentuadas no último conselho extraordinário, em Bruxelas”.

António Costa deu voz no Conselho Europeu de 20 e 21 de fevereiro à rejeição da proposta de orçamento plurianual da UE para 2021-2027 pelo grupo dos “Amigos da Coesão”, que realizou uma cimeira no dia 1 de fevereiro na cidade portuguesa de Beja, e foi entretanto ‘rebatizado’ de “Amigos de uma Europa ambiciosa”.

A proposta, que foi rejeitada de forma unânime, contemplava um montante global para os próximos sete anos equivalente a 1,069% do Rendimento Nacional Bruto da UE, ainda menos ambicioso que a proposta apresentada em dezembro passado pela presidência finlandesa (1,07%), liminarmente rejeitada.

De um lado, encontram-se os contribuintes líquidos, designadamente um ‘quarteto’ formado por Áustria, Dinamarca, Holanda e Suécia — classificados de “forretas” por António Costa durante um debate na passada terça-feira na Assembleia da República –, que consideram excessivo um orçamento global que supere os 1% do Rendimento Nacional Bruto (RNB), e querem que sejam privilegiadas “políticas modernas”, em detrimento da coesão e agricultura.

Do outro lado estão os Bulgária, Chipre, Croácia, Eslováquia, Eslovénia, Espanha, Estónia, Grécia, Hungria, Letónia, Lituânia, Malta, Polónia, Portugal, República Checa, Roménia e também Itália, que continuam a opor-se a um orçamento que sacrifique a coesão e a Política Agrícola Comum.

A Alemanha inicia a presidência da União Europeia (UE) em julho e antecede a presidência portuguesa, que se inicia a 1 de janeiro de 2021.