Com o presidente da Comissão Europeia ao seu lado e diante de uma plateia repleta de estudantes em Coimbra, António Costa sublinhou as contribuições da União Europeia para Portugal, considerando que os jovens que o ouviam podiam estar "muito felizes de não terem conhecido o país antes de 1986", ano da adesão do país ao projeto europeu.
"Só temos que dizer obrigado à União Europeia", frisou o primeiro-ministro, dando a garantia aos jovens da plateia de que "a imagem do país hoje não tem comparação com aquilo que era o país há 30 anos".
No entanto, notou que, tal como na vida em sociedade, há "dificuldades", mas "as vantagens e a mais valia" de Portugal participar na União Europeia "é incomparável com qualquer problema que possa surgir" da participação no projeto.
Durante o debate, António Costa referiu que Portugal "não é seguramente dos países" em que há uma maior crítica à União Europeia e, assegurou, "há boas razões para que assim seja: 85% do investimento público que existe em Portugal resulta de fundos comunitários. Só 15% é que resulta de fundos nacionais".
"Se há país que tem bons motivos, ao longo destes 30 anos, para estar grato à contribuição da União Europeia, esse [país] somos seguramente nós", vincou o líder do executivo, notando que o investimento dos fundos comunitários não permitiu apenas construir "as grandes autoestradas", mas também ajudar a modernizar a agricultura, a aumentar o nível de investimento empresarial ou a modernizar o setor educativo e do ensino superior.
No decorrer do evento, António Costa reiterou a necessidade de um crescimento com base na inovação e nas pontes entre a produção de conhecimento e o sistema empresarial e não à custa "de baixos salários e precarização".
O comissário europeu Carlos Moedas, que também participou no debate intitulado "Futuro da Europa - que Europa queremos?", sublinhou que é necessário um sistema de ensino que garanta "interdisciplinaridade".
Para Carlos Moedas, para assegurar um futuro próspero, há que apostar em sistemas de ensino que "sejam ousados e que não tenham medo de mudar", ao invés dos sistemas "conservadores" que se encontram na maioria da Europa, apontando para o modelo da Finlândia como um bom exemplo.
O debate decorreu hoje à tarde, no Teatro Académico de Gil Vicente, em Coimbra, após a cerimónia de atribuição do doutoramento 'honoris causa' a Jean-Claude Juncker, de manhã.
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