"Ovar é um caso que inspira preocupação acrescida, tendo sido determinada a calamidade pública devido aos fortes indícios de transmissão comunitária do novo coronavírus", explicou o secretário de Estado da Saúde em conferência de imprensa, onde também está presente a Diretora Geral de Saúde Graça Freitas.
Às pessoas de Ovar o responsável dirigiu "uma palavra de alento", dando-lhes a garantia de que esta é a melhor forma de proteger a sua saúde. "Mas este caso deve servir para nos deixar a todos mais alerta, consciente de que um vírus se propaga com esta velocidade, por isso agradeço aos portugueses pelo elevado sentido de responsabilidade e civismo evidenciado neste momento muito difícil".
"Ainda estamos no início do caminho e não duvidem que estas respostas que o Ministério da Saúde está a adotar resultam do conhecimento e da melhor evidência científica de que disponho", acrescentou Lacerda Sales. "Só o sacrifício individual dará origem com certeza a uma vitória coletiva".
"Estamos a reforçar as aquisições de equipamento individual (...)", garantiu António Lacerda Sales, acrescentando que até ao final da semana serão distribuídos 2 milhões de máscaras e 150 mil equipamentos de proteção individual, material que será reforçado na semana seguinte.
Já sobre o eventual apoio dos privados, Lacerda Sales afirmou hoje que o Serviço Nacional de Saúde ainda não precisou de recorrer a meios dos privados para acolher doentes com Covid-19, mas o Estado aceita “todas as disponibilidades”.
“Estamos a aceitar todas as disponibilidades”, afirmou Lacerda Sales em conferência de imprensa no Ministério da Saúde, sem especificar que meios foram oferecidos pelos hospitais e outras instituições privadas.
Elas têm de ser “integradas numa gestão estratégica, porque senão seria uma desorganização”, salientou.
“Ainda não recorremos a elas, mas as disponibilidades estão concedidas. Estamos a aceitar todas e a articular com os privados. É esse plano que estamos neste momento a estudar e a realizar”, afirmou.
O governante garantiu que no tratamento dos doentes infetados com o novo coronavírus será dada atenção especial “aos idosos e aos imunodeprimidos, onde se inserem os doentes oncológicos”.
Pessoas com doenças crónicas, hipertensos e doentes de cancro estão entre aqueles cuja imunidade está diminuída e terão que ser separados de outras pessoas para que não haja contágios, referiu.
Nesta conferência de imprensa, Graça Freitas esclareceu que este surto se rege pela regra dos "80-15-5".
"80% das pessoas [com casos positivos] fica em cuidados domiciliários, 15% estará em enfermaria geral e 5% poderão precisar de cuidados intensivos. O que aconteceu nesta fase inicial é que internamos toda a gente em contenção máxima e à medida que o seu quadro clínico estabilizou estas pessoas foram fazer a sua convalescença para domicilio. Esta é boa prática internacional", referiu.
A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, acrescentou ainda que a segunda morte por Covid-19 foi um homem que estava internado no hospital Curry Cabral, em Lisboa.
A Direção-Geral da Saúde avançou que o número de casos de infeção por coronavírus subiu para 642 em Portugal, contando estes valores com três casos confirmados nos Açores. No entanto, a Autoridade de Saúde Regional dos Açores anunciou que se tratam apenas de dois casos, adiantando estar em contactos para se corrigir a informação avançada pela DGS.
Segundo o boletim publicado esta quarta-feira, 18 de março, Portugal registou até agora 642 casos confirmados de infeção pelo novo coronavírus, covid-19.
Este número, porém, pode incorrer em imprecisões, já que o boletim nacional da Direção-Geral da Saúde fala em três casos nos Açores, mas fonte da Autoridade de Saúde Regional, contactada pela Lusa, sublinhou serem dois os casos positivos na região e adiantou estar em contactos para se corrigir a informação avançada pela DGS, baixando assim para 641.
Segundo o boletim da DGS, o total de casos suspeitos subiu para 5067 e o total de casos não confirmados é de 4074.
Há 351 pessoas a aguardar resultado laboratorial.
Segundo este boletim, o número de recuperados não se alterou, mantendo-se nos três casos. No entanto, confirmou-se esta manhã um quarto caso de recuperação, que vai ainda ter alta do Hospital de São João do Porto.
O documento da DGS regista dois óbitos por infeção contraída de coronavírus.
Neste momento há 6656 casos a serem acompanhados com contactos de vigilância pelas autoridades.
Entre os casos importados o registo é de 1 de Alemanha/Áustria, 1 de Andorra, 1 da Bélgica, 18 de Espanha, 13 de França, 17 de Itália, 1 do Irão, 1 dos Países Baixos, 1 do Reino Unido e 8 da Suíça.
Neste momento, Portugal regista 24 cadeias de transmissão ativas.
A região Norte é a que regista mais casos, com 289 casos confirmados até ao momento. Segue-se a de Lisboa e Vale do Tejo com 243 casos, havendo um óbito registado. A região Centro regista 74 casos, o Algarve tem 21 casos, os Açores têm três casos (dois, segundo a Autoridade de Saúde Regional dos Açores) e a Madeira tem um caso confirmado.
Pela primeira vez, foram detetados dois casos na região do Alentejo.
Há ainda a registar 9 casos de infeção no estrangeiro.
O boletim da DGS avança que, no total, estão 89 pessoas internadas, 20 das quais em cuidados intensivos.
Os principais sintomas são tosse (31%), febre (24%), dificuldade respiratória (10%), cefaleia (17%), dores musculares (17%) e fraqueza generalizada (12%).
Se considerarmos as faixas etárias, há 16 casos até aos nove anos de idade, 36 casos entre os 10 e 19 anos, 87 casos entre os 20 e os 29 anos, 117 casos entre os 30 e 39 anos, 138 casos entre os 40 e os 49 anos, 92 casos entre os 50 e os 59 anos, 77 casos entre os 60 e os 69 anos e 79 casos de pessoas com mais de 70 anos.
O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infetou mais de 198 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 7.900 morreram.
Das pessoas infetadas, mais de 81 mil recuperaram da doença.
A doença espalhou-se por mais de 146 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
A China lidera com o número de casos, com 81086 pessoas infetadas, 3241 das quais morreram. Os países mais afetados depois da China são a Itália, com 2.503 mortes para 31.506 casos, o Irão, com 988 mortes (16.169 casos), a Espanha, com 533 mortes (11.826 casos) e a França com 148 mortes (7695 casos). A Alemanha tem mais casos do que França, 9360, mas dos quais apenas resultaram, até à data, 26 mortes.
Face ao avanço da pandemia, vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.
(Notícia atualizada às 14:43)
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