Num comunicado com dados estatísticos, a associação refere que no caso dos homicídios tentados foram apoiadas 29 pessoas, cujos processos tiveram na base 24 crimes, enquanto os consumados foram 59 os apoiados devido a um total de 34 crimes.
Vinte e sete dos apoiados residiam no distrito de Lisboa, 21 no do Porto, nove em Faro e cinco em Setúbal. Santarém, Leiria e Coimbra eram o distrito de residência de quatro utentes cada um, a Madeira de três, Viseu de dois, enquanto Portalegre, Castelo Branco, Aveiro, Braga e Viana do Castelo contaram com um cada.
Dos utentes apoiados, 51 eram mulheres (42 devido a homicídios e nove a tentativas) e 36 homens (19 na sequência de tentativas e 17 a homicídios), não tendo a associação “informação relativa ao sexo de uma vítima”.
No caso dos homicídios tentados, 25 dos atendidos eram as vítimas do crime, três eram filhos e um tinha “outra relação”.
Relativamente aos homicídios consumados, 20 dos apoiados eram filhos das vítimas, 10 progenitores, oito irmãos e oito outros familiares. Entre os utentes estavam também três cônjuges, três sobrinhos, dois tios e um companheiro/a, um padrastro/madrasta, um genro/nora, um vizinho/a e um com “outra relação”.
“No âmbito dos processos de apoio iniciados pela APAV em 2023, pode afirmar-se que 41,4% dos/as autores/as de homicídio tentado e 45,9% dos/as autores/as de homicídio consumado tinham uma relação de intimidade ou familiar com as vítimas”, adianta a associação.
O apoio da APAV pode ser feito presencialmente, por telefone, ‘email’ e ‘online’, tendo o apoio especializado a este tipo de vítimas surgido em 2013, através da criação da Rede de Apoio a Familiares e Amigos de Vítimas de Homicídio e Terrorismo (RAFAVHT).
Em 2024, a rede alterou a sua designação para APAV HOPE – apoio a vítimas de homicídio, de terrorismo e de vitimação em massa, que “combina o apoio prático, social, psicológico e jurídico”.
“Paralelamente, a atividade do Observatório de Crimes de Homicídio [regista desde 2014 as notícias apresentadas pelos órgãos de comunicação social, nacionais e/ou locais] revela, em 2023, a existência de 83 crimes de homicídio em Portugal (25, incluindo 20 mulheres, em contexto de violência doméstica) e nove portugueses/as mortos no estrangeiro”.
Em funcionamento desde 2014, o observatório regista as notícias apresentadas pelos diferentes órgãos de comunicação social nacionais ou locais.
A APAV presta apoio gratuito, confidencial e especializado a todas as vítimas de crime, em termos presenciais através de uma rede nacional de Gabinetes de Apoio à Vítima, “presentes em muitas cidades do país”.
A Linha de Apoio à Vítima, 116 006, funciona de segunda-feira a sexta-feira, entre as 08:00 e as 23:00, sendo ainda possível recorrer ao ‘email’ lav@apav.pt.
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