A proposta foi apresentada pelo PAN na sessão potestativa da Assembleia Municipal que, convocada pelo BE, decorreu na segunda-feira à noite e debateu o modelo de cidade de 15 minutos.

A recomendação pretende criar uma rede de percursos que garantam a mobilidade ativa e suave às crianças nas imediações das escolas, "potenciando uma mobilidade segura e promotora da atividade física".

Sobre o tema, o deputado único do PAN, Paulo Vieira de Castro, destacou que o modelo de cidade de 15 minutos "não se cinge a uma ideia de tempo, mas de proximidade".

"Muito já se fez, mas não é suficiente", defendeu o deputado único do PAN, que apresentou outra proposta para garantir as correções prementes nas ciclovias e ampliar os eixos cicláveis na cidade, mas que foi rejeitada.

Na sessão potestativa foram ainda apresentadas outras cinco propostas (duas do BE e três da CDU), tendo apenas sido aprovada a moção do BE que insta o Governo a isentar os veículos pesados de mercadorias de portagens na A41/CREP para aliviar a pressão sobre a Via de Cintura Interna (VCI).

Pelo BE, a deputada Susana Constante Pereira defendeu que a par da pressão face às obras do metro, o Porto enfrenta “outros desafios” como as paragens de autocarro, a redução dos corredores 'bus' e a mobilidade suave.

Já o deputado Rui Sá, da CDU, criticou a “falta de políticas que não colocam os cidadãos em primeiro lugar”, dando como exemplo o encerramento de caixas de multibanco e balcões CTT, a ausência de centros de saúde em determinadas freguesias da cidade e a concentração de esquadras da policia.

Também o socialista Agostinho Sousa Pinto defendeu que o Porto “necessita de um investimento adequado no espaço público” para facilitar a mobilidade na cidade, que, considerou, tem “muitos problemas de gestão urbana” e enfrenta “desafios diários”.

Em resposta aos deputados, o vice-presidente da Câmara do Porto, que na sessão substituiu o presidente Rui Moreira, realçou a proximidade da população a farmácias, creches, centros de convívio, supermercados, praças, jardins e outros equipamentos para demonstrar que “em todos estes aspetos a cidade é de 15 minutos”.

“Estamos todos dispostos a discutir melhorias e fazer melhor, mas não podemos não perceber o diagnóstico, não trazer os dados e querer falsear o discurso”, acrescentou Filipe Araújo, destacando o trabalho do município ao nível dos arruamentos, pedonalização, bairros e respetivos espaços públicos.

Pelo movimento independente, o deputado Nuno Caiano salientou que o modelo de cidade de 15 minutos já existe no Porto, mas que o objetivo da estratégia municipal não é "que se feche cada bairro em si mesmo".

Também o deputado social-democrata Miguel Corte Real considerou que serão sempre encontradas "virtudes e defeitos" em conceitos teóricos como o da cidade de 15 minutos.

Pelo Chega, o deputado único Jerónimo Fernandes disse ser preciso dar resposta aos problemas de locomoção que vão existindo.