O presidente do CmP, Eduardo Vítor Rodrigues (PS), adiantou que a proposta de designar Luís Osório para o Conselho de Administração da Casa da Música, enquanto membro não executivo, foi apresentada pela Câmara do Porto, mas implicava a pronúncia da Área Metropolitana do Porto (AMP).

Na AMP “há uma práxis: embora tenha que se pronunciar, cada um dos municípios tem legitimidade para fazer as propostas que entender”, competindo-lhe então “ratificar, como tem feito até hoje”, disse Eduardo Vítor Rodrigues.

A presidente da Câmara de Matosinhos, Luísa Salgueiro (PS), questionou o porquê de Rosário Gamboa, até então representante da câmara e da AMP na Casa da Música, não se manter no cargo.

“O presidente [da Câmara do Porto] Rui Moreira explicou-me que Rosário Gamboa teria sido indicada [no anterior mandato] enquanto presidente do Instituto Politécnico do Porto”, cargo que, entretanto, deixou na última semana, disse Eduardo Vítor Rodrigues.

O nome de Luís Osório colheu 11 votos a favor, duas abstenções e um voto contra, através de votação secreta que decorreu na reunião e à qual faltaram três presidentes de câmara da AMP.

O deputado do PSD Luís Osório foi na quarta-feira aprovado pela Câmara do Porto como membro da administração da Casa da Música, com sete votos favoráveis, quatro contra e o vereador social-democrata deliberadamente ausente da sala.

A votação foi secreta, mas a oposição ao presidente da câmara, Rui Moreira (independente), foi deixada clara antes do escrutínio: Álvaro Almeida, do PSD, criticou o autarca por “comprometer a câmara antes de ouvir os vereadores”, o socialista Manuel Pizarro acusou-o de usar “critérios meramente partidários” e Ilda Figueiredo, da CDU, defendeu a escolha de “uma personalidade que ninguém pusesse em causa”.

Moreira destacou que “tem sido hábito desta autarquia escolher pessoas de várias colorações políticas” e que a “designação é da câmara e do Conselho Metropolitano do Porto (CmP)”, que “não foram notificados em tempo útil” para a designação ser aprovada pelo executivo antes da nomeação em Conselho de Fundadores da Casa da Música, a 23 de março.

Luís Osório foi eleito pelo PSD deputado da Assembleia Municipal do Porto nas autárquicas de 2017 e substituirá assim Rosário Gamboa.

Na última Assembleia Municipal do Porto, realizada a 19 de março, o nome de Luís Osório, indicado pelo PSD em consenso com o movimento independente de Rui Moreira, saiu derrotado em escrutínio secreto para representar o órgão no Agrupamento de Centros do Saúde do Porto Ocidental, tendo vencido Sónia Veloso, indicada pelo PS e BE.

Esta nomeação de Sónia Veloso, por uma margem escassa, levou o presidente da Assembleia Municipal, Miguel Pereira Leite, a recontar os boletins de voto por três vezes.

Na urna da Assembleia Municipal entraram 22 votos para nomear Sónia Veloso, 21 para Luís Osório, dois brancos e um nulo.

Naquele órgão autárquico o movimento independente de Rui Moreira não tem maioria, ao contrário do que acontece na Câmara Municipal.

A Assembleia Municipal é composta por 21 elementos eleitos pelo movimento independente de Rui Moreira (incluindo oito presidente de junta) e 25 deputados das restantes forças partidárias, designadamente 12 eleitos pelo PS, seis pelo PSD, três pela CDU, três pelo BE e um pelo PAN.