“O centro do ciclone passará sobre o norte de Mayotte entre as 09h00 e as 13h00 [entre as 06h00 e as 10h00 em Lisboa], causando uma falsa calmaria”, alertou na rede social X a autarquia de Mayotte.

Desde as 07h00 (04h00 em Lisboa) que o território ultramarino francês, com cerca de 320 mil habitantes, está em alerta roxo, o nível mais elevado.

O Chido “está localizado 100 quilómetros a nordeste de Mayotte”, de acordo com o último relatório da agência meteorológica francesa, divulgado por volta das 06:00 (03:00 em Lisboa), especificando que o ciclone seguia uma “trajetória oeste-sudoeste”.

“Nas próximas 36 horas, Chido deverá manter-se com intensidade significativa (e) deverá passar perto de Mayotte” durante o dia de hoje, acrescentou a agência.

O ciclone, que se desloca a uma velocidade de 19 quilómetros por hora, tem trazido rajadas de vento no mar que têm atingidos até 230 quilómetros por hora.

A agência alertou para “ventos destrutivos e até devastadores, chuvas muito intensas” já de madrugada, prevendo uma melhoria “a partir do final do dia” de hoje.

Mayotte já tinha sido colocado em alerta vermelho, o segundo nível mais elevado, às 19h00 de sexta-feira (16h00 em Lisboa).

O representante do Estado francês no território, François-Xavier Bieuville, avisou numa conferência de imprensa que o Chido poderá ser “um acontecimento sem precedentes, de extrema violência”, com ventos a “ultrapassar os 180 quilómetros por hora”.

Bieuville apelou às pessoas alojadas em habitações precárias a procurarem abrigo num dos 71 centros de alojamento abertos pelas autoridades em escolas e ginásios.

O Ministério do Interior francês enviou quinta-feira para Mayotte 110 profissionais da proteção civil provenientes da ilha da Reunião.

Todas as escolas do arquipélago, encerradas na sexta-feira, permanecerão encerradas hoje.

Nas vizinhas ilhas Comores, o Ministério do Interior ativou o alerta de ciclone de nível laranja. A proteção civil encerrou os aeroportos a partir das 18h00 (15h00 em Lisboa) de sexta-feira “devido às condições meteorológicas extremas”.

Em Madagáscar, o centro do ciclone chegou a estar a cerca de 100 quilómetros do norte da ilha e provocou “fortes chuvas durante a tarde (de sexta-feira)”, bem como um “vento forte”, segundo as autoridades.

Na quinta-feira, as autoridades de Moçambique avisaram que cerca de 2,5 milhões de pessoas poderão ser afetadas pelo Chido nas províncias de Nampula e Cabo Delgado.

Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetados pelas alterações climáticas, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, entre outubro e abril.